Estado, qual Estado?
18-07-2014 - Francisco Pereira
Temos assistido diariamente a debates intermináveis, entre as direitas neo-liberais e as esquerdas passadistas, sobre aquilo que ambas as correntes defendem como apanágio de Estado. Na Europa o mesmo sucede, com um total falhanço, que da direita quer da esquerda. As direitas bafientas encarniçam-se contra o Estado Social, as esquerdas trauliteiras defendem tudo e todos e a salvadora panaceia dos recursos mínimos para todo o rafeiro madraço.
A direita neo-liberal, advoga a selvajaria civilizacional, da negociata torpe, onde os “mercados” substituem os velhos deuses caducos, daí resulta o aparecimento deste mundo de capitalismos sevandijas e onde impera a ganância, um mundo que não tem futuro, pontilhado de Madof’s BES’s, BPN’s e outras verdadeiras lições na arte de bem ludibriar e vigarizar, este é o excelente exemplo do Estado neo liberal assente exclusivamente nas teorias do utilitarismo e demais teorias económicas, a maioria de fundo cultural calvinista e anglo-saxónico. A promover esta estúrdia apareceu recentemente uma miríade de especialistas e economistas, que a única coisa que fizeram até agora foi nada, absolutamente nada, ainda ninguém nos provou qual é a utilidade de um economista, se é que tais criaturas possuem alguma utilidade.
No actual Estado em que vivemos, o chefe do governo e a sua pandilha de miúdos mimados neo liberais que jamais trabalharam na vida, acharam por bem impor a esta gente uma espécie de Estado liberal, com a completa ausência de Estado e de tal maneira têm destruído este país que ninguém conseguirá bem definir o Estado a que isto chegou, vejamos que dois terços do país vive sem Estado, não tem tribunais, não tem hospitais, não tem escolas nem correios, a autoridade do Estado limitasse à cobrança de impostos, pergunta-se para quê?
No terço que resta do país, dois terços da populaça acotovela-se em bichas intermináveis para tudo e mais alguma coisa, a Justiça não funciona, os hospitais cada vez funcionam pior e os centros de saúde são anedotas kafkianas, tudo a bem da poupança, contra a crise e a favor da iniciativa privada, e pagamos impostos para quê?
Na prática Portugal não é um Estado de Direito e muito menos uma Democracia, Portugal é a antítese de tudo isso. Portugal é um antro, um poço sem fundo de miséria intelectual e moral, servido por uma classe dirigente miserável que apenas espelha a pouquíssima qualidade da sociedade, onde a grande maioria é rebotalho incivilizado e gente sem classificação excepto na boçalidade e inépcia.
Junte-se ainda à já grande caldeirada o facto de existirem locais onde, por causa, da suposta etnia dos indígenas ser diferente do restante dos indígenas, esses locais regem-se por leis próprias, criando Estados dentro do Estado, nessas cloacas de imundice e estupidez, o comum cidadão pagante de impostos que alimenta essa súcia e outras da mesma laia, está impedido de entrar sob risco de lá sair completamente depenado dos bens que levar e correndo ainda o risco de levar a pintura riscada por alguns sopapos que os sevandijas não enjeitarão em presentear o incauto transeunte que se aventure por lá, isto passa-se não num qualquer pardieiro terceiro mundista, mas em muitos bairros das cidades grandes deste país sem Estado. E pagamos impostos para quê?
Para vivermos neste triste estado, perguntamos se realmente necessitamos deste Estado, desta pompa e circunstância, desta mentirosa capa de moral e seriedade com que se vestem as instituições do Estado, verdadeiras organizações de cariz mafioso e malévolas na sua essência porque sem absolutamente nenhum préstimo vivem de parasitar os cidadãos sem lhes retornarem qualquer tipo de beneficio, para vivermos neste paraíso de imundice, bastar-nos-ia uma espécie de comissão de administração que tratasse dos assuntos externos, que nos deixa-se em paz, que localmente nos bastara-mos uns aos outros e criaríamos os entendimentos necessários a uma melhor vida, ao invés do peso de um Estado mafioso que nos suga, por isso impõe-se a pergunta, pagamos impostos para quê? Para este Estado, qual Estado?
Francisco Pereira
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