XVIII – HISTÓRIAS DE ENCANTAR
CARTAS DE UM TURISTA PORTUGUÊS NO ALGARVE – V
06-12-2019 - Pedro Pereira
Meus queridos amigos, o tempo voa e as férias vão-se aproximando do fim.
Já lá vão quase três semanas de veraneio neste maravilhoso acampamento, isto é, parque de campismo, e a praia aqui tão perto tem sido um bálsamo para o corpo e a mente.
Eu, a mulher, os catraios e a sobrinha, estamos tostados do sol com um grande bronzeado de fazer inveja aos amigos da tasca das bifanas onde costumo parar lá onde moro. Por sinal que nem usamos protectores solares, senão um creme que a minha mulher fez questão de comprar na drogaria da esquina da nossa rua antes de virmos de férias, que espalhamos no corpo quando chegamos ao areal, não vá apanharmos um escaldão e darmos cabo da pele.
Não deixa de ser engraçado que muita gente que vejo a esturricar à torreira do sol esticados na toalha, trabalham afanosamente para ficarem pretos, quando todos sabemos de pretos que querem ser brancos, como aquele cantor americano, o Michael Jackson, que tantos tratamentos fez que morreu branco. Moral da história: há muita gente não se sente satisfeita com a cor da pele que têm.
Um destes dias, em final da manhã na praia apinhada de gente, de cães, de toalhas de praia, geladeiras, bóias e com o sol quase a pique, estava eu estirado numa pequena cadeira a observar o movimento do maralhal através dos óculos de sol quando vi surgir do meu lado direito uma jovem lindíssima, com andar felino, de cabelo negro esvoaçando ao vento.
Estendeu a toalha turca num espaço aberto, próximo de um grupo de amigos foliões já maduros como eu, que estão acampados no mesmo parque que nós e todos os anos veraneiam naquelas paragens.
Calaram-se e de olhar vidrado não desgrudavam o olhar concupiscente da beldade.
Esta, descalçou-se vagarosamente soltando as fivelas das chinelas doiradas, desabotoou um botão e deixou cair na toalha a saia curta, pondo a descoberto umas coxas torneadas, perfeitas, como se tivessem sido esculpidas por um grande artista.
Um bocadinho mais acima, trajava a calcinha do biquíni que mais parecia um fio dental, ou antes, neste caso, pubiano.
O grupo de foliões em silêncio, de olhar atento, siderado, apertou um pouco mais o cerco à jovem, passando as línguas pelos lábios, gulosos, esfomeados.
Ela entretanto havia levantado os braços ao céu, tirou a t-shirt e soltou uns seios redondos, maciços, nem grandes nem pequenos. Perfeitos.
O cerco apertou-se mais.
Aparentemente indiferente ao que se passava em seu redor, a beldade, começou a espalhar óleo com odor a coco por todo o corpo, suavemente, com gestos lânguidos dos seus longos dedos.
Depois de ficar brilhante, apetitosa, espraiou-se de barriga para cima na toalha turca.
O grupo de amigos apertou ainda mais o cerco e comeu-a… com os olhos.
Pedro Pereira
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