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CHÁ PARA UM LOBO - RAZÃO AMARGA

11-10-2019 - Armando Alves

Porquê que os racionais estã o tristes?

Que motivo est á tão enraizado na condição racional de uma maneira tal que nos entorpece a felicidade? Fará parte do ser consciente? Terá sido incumbido nas profundezas do nosso c é rebro, algures no processo de socialização da civilização? Terá um deus, de algum modo, a sua culpabilidade na insatisfação que percorre as veias de cada um de n ós? Seremos nó s a anomalia deste mundo, e como tal não fomos desenhados para ser felizes? Ou terá a felicidade, o pr ó prio conceito, a característica de fugaz, perdendo o sentido quando permanente?

Como mais um ser ciente, busco respostas, e pelo caminho encontro as perguntas. Atropelo-me nelas, surgem com uma frequ ê ncia assustadora, deixando-me mais longe das respostas a cada passo, a cada pensamento. Como ratos numa passagem sombria, que se multiplicam de forma avassaladora, amontoando-se, tapando a luz da saída. Ratos fascinantes que temos de analisar, desde as pequenas patinham at é à ponta da cauda.

Esta melancolia causada pela descoberta de perguntas na busca por respostas torna-se, a um ritmo, ora vagaroso, ora com o vigor de uma tempestade, num vício e abertura mental que nos afasta, ainda mais, da felicidade. Que nos induziu nesta busca. Será esse o prop ó sito? Viver com uma crença única e definida? Ignorar a natureza agn ó stica do ser humano em nome da felicidade? Não me sinto capaz de faz ê -lo…

Encontro no instinto das criaturas de menor racionalidade um poder e confiança no seu ser que me faz questionar quem é superior. Embrenhados nos nossos estudos da alma, da ci ê ncia e da magia, ignoramos muitas vezes que um dragã o n ão necessita de estudar a combustão para dominar os seus segredos. Um dem ó nio branco não estuda a magia à qual se entrega e que tão perfeitamente manipula. Estamos rodeados por instintos que provam a sua intelig ê ncia por si só , enquanto sobrevalorizamos o pensamento sem percebermos o vírus que nos consome, o problema que constituímos num mundo harmonioso. Defendemo-nos numa discussão que parte apenas de n ó s, sem resposta, alegando que possuímos o livre arbítrio! Mas será necessário um tal nível de racionalidade para possuir tal benesse? Será que saber o que fazer e como fazer no mundo, rouba a liberdade destes seres instintivos? Perderá um poderoso espadachim a sua liberdade de golpes depois de saber manejar a espada? Será a razão realmente desejável?

Armando Alves

 

 

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