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ANTÓNIOS PELO MUNDO

02-08-2019 - Armando Alves

António era um rapaz normal, ou assim o tinham feito acreditar. Não era bonito nem feio, alto ou baixo, magro ou gordo. At é o nome, António, um nome comum usado em todas as gerações desde que o tinham inventado perdido numa imensidão de outros nomes cheios de significados e modas. António era feliz consigo pró prio, n ão se importava de ser normal, ou com quantos outros parecidos a si existiam no mundo.

A verdade é que António era uma pessoa muito especial. António nunca mentira ou concebera a ideia de mentira mas era uma pessoa tã o doce que ningu é m dera por isso.

Numa tarde de chuva aconteceu algo de extraordinário, quando um clarão assolou o mundo levando consigo toda a capacidade neurol ó gica da humanidade de conceber palavras falsas.

No princípio foi desastroso, ningu é m estava pronto para ouvir quão gordo estava, ou quão mau era a fazer algo de que realmente gostava. Mas com o passar do tempo, todos se habituaram e o mundo passou a ser um lugar mais realista.

Nos placares de fast-food podia ler-se “Mata mas é bom!”

Nos cartazes dos filmes lia-se “filme medíocre mas com clich é s simp á ticos! ”

Nos anúncios de carros: “Atrai mais a atenção de outros homens do que de mulheres.”

As equipas de futebol passaram a ser reconhecidas apenas pelas cores que é na realidade a única diferença que há entre elas.

O romance teve de ser reajustado ao novo mundo, honesto demais para metáforas e eufemismo. Alguns exemplos de expressão de amor no novo mundo:

Simpatizo contigo;

Gosto mais de ti do que de algumas coisas;

És suportável;

Não és má de todo ;

Ás vezes apetece-me bater-te até te calares mas não o faço.

O ódio tamb é m teve de sofrer alteraçõ es dr ásticas. O que tendia a ser um sentimento absolutista, tornou-se numa cuidada avaliação do quão magoados realmente estamos e quanto dessa culpa é da pessoa em que a estamos a colocar, o que quase sempre acaba por evitar uma discussão desnecessá ria.

Seguem algumas expressõ es de ó dio mais usadas:

Tu desagradas-me;

Não te vou perdoar durante algumas horas;

Espero que te aconte ça algo de mau, mas nada de grave;

Tens razão mas sou teimoso demais para assumi-lo.

Havias de bater com o mindinho num móvel.

De algum modo a humanidade ficou mais pacífica, como que se todos os habitantes da Terra sentissem que partilhavam um segredo s ó deles. Havia um novo respeito pelas opiniões alheias, eram verdadeiras e pronto, não havia nada a fazer se não amadurecer e aceitar o que os outros pensavam.

António , por é m expressava-se com todas as metáforas e eufemismos que desejava. Para si eram sinceros. E s ó quando a humanidade foi inibida de mentir, é que foi capaz de reconhecer o amor que Antónios por todo o mundo trazem no coração, e o quão especiais isso os torna.

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Armando Alves

 

 

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