A Escola Romântica
26-07-2019 - Armando Alves
Numa época em que os curiosos olhos eruditos se abrem para a razão, embriagados pela ciência, estupefactos pela tecnologia, fecham-se também para a beleza dos sentimentos. Justificando o mundo com cálculos e raciocínios, matando Deuses e heróis, confiando apenas na atitude empírica.
Numa tentativa, que se provou sucedida, de devolver ao mundo a sua beleza perdida, os irmãos Schlegel, unidos a nomes como Novalis, Ludwig Tieck, Scelling e scheiermacher, criaram a Escola Romântica, um movimento que se desenvolveu através da revista Athenaum, criada em 1927.
A ideia consistia em trazer de volta a beleza que os antigos conferiam ao mundo sem, no entanto, seguir os seus modelos, sem obedecer às suas regras. Os Schegel seriam impetuosos, respeitadores do antigo mas de um modo rebelde, mais sentimental do que ingénuo. Era necessário adaptar uma mudança de paradigma. Um espírito revolucionário, muito conferido pela recente revolução francesa, apelava aos românticos algo que elevasse a intenção a um nível instintivo, algo de impetuoso que se sentisse na alma, algo Romântico.
A ideia de que a própria natureza se traduzia por poesia e de que esta representava um nível superior de pensamento, eram pilares deste movimento ousado. Pretendia-se “pegar” na poesia em matéria-prima, tal como a absorviam do mundo, muito especificamente, da natureza, e torná-la em palavras. O desafio passava por usar as palavras de modo a obter a beleza que advém da natureza, criando um universo próprio de formosura filosófica.
Os românticos assentam ainda na ideia de que a poesia romântica se trata de uma poesia em devir e é uma poesia que existe na natureza, passa pelo homem e é apresentada sob a forma de arte.
O movimento romântico, mais precisamente o primeiro Romantismo, ou Romantismo alemão, provocou um acordar de uma sociedade que caia no sono profundo da razão, que parecia esquecer que apenas metade do cérebro humano tem esse destino, e que a outra metade se destina à imaginação. Como humano ser pensante e aspirante a escritor, agradeço à Escola Romântica pelo seu legado.
Obrigado.
Armando Alves
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