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DAS CHACINAS POR VIA DE ÓDIOS RELIGIOSOS

22-03-2019 - Pedro Pereira

Nos últimos anos tem morrido milhares de cristãos nomeadamente em países de África como o Egipto, Nigéria, Líbano etc., etc., e Ásia (Filipinas, Paquistão etc.). Obviamente que é condenável sobre todos os aspectos o atentado criminoso que vitimou mais de cinquenta pessoa numa mesquita no passado fim-de-semana na Nova Zelândia, no entanto, tal alarido na comunicação social sobre o ocorrido não tem sido escutado quando dos atentados contra cristãos conforme referimos.

Mais de 3.000 cristãos foram mortos em todo o mundo entre Novembro de 2016 e Outubro de 2017 devido às suas crenças, uma subida de 154% em relação ao ano de 2015, de acordo com a organização Missão Portas Abertas.

No seu relatório "índex 2018", essa organização lista os "50 países onde os cristãos são mais perseguidos", dando conta de 215 milhões de pessoas vítimas de um grau de perseguição "forte a extremo", ou seja, um cristão em cada 12. ( https://www.dn.pt/mundo/interior/mais-de-4300-cristaos-foram-mortos-em-2018-devido-as-suas-crencas---ong-10445567.html?fbclid=IwAR3wK6VJryiZDNjnC6owulSzUSd6yz5QAaNTSB05gTs6qRshuIoi2LcQCXQ )

Esta organização, citada na referida notícia do DN, refere que mais de 4300 cristãos foram mortos em 2018 devido às suas crenças.

Dois terços das mortes (cerca de 2.000) ocorreram na Nigéria, refere a Missão Portas Abertas no seu relatório.

A Coreia do Norte aparece pela 17ª vez no primeiro lugar da lista anual, com base em indicadores que medem a violência, mas também uma opressão quotidiana mais discreta.

Segue-se o Afeganistão, Somália, Sudão, Paquistão, Eritreia, Líbia, Iraque, Iémen, Irão e Índia. Este último classificado como de "perseguição extrema".

Globalmente, a situação piorou pelo quinto ano consecutivo, com o indicador "perseguição" a aumentar 1,13% em 12 meses e 2,22% para as formas mais violentas de opressão.

“O recuo dos grupos extremistas não significa o declínio da perseguição", assinala a Missão Portas Abertas.

Referindo por exemplo que, no Iraque, a derrota militar dos sunitas radicais do grupo Estado Islâmico não impede "discursos de ódio" anticristão em "mesquitas radicalizadas" e em meios xiitas.

O número de igrejas atingidas (fechadas, atacadas, danificadas...) diminuiu: 793 entre Novembro de 2016 e Outubro de 2017, contra 1.329 no ano anterior.

"Esta diminuição é uma boa notícia, que se explica em parte pelo facto de as igrejas serem mais bem guardadas pela polícia no Paquistão", disse Michel Varton, director da Portas Abertas França, à agência France-Presse.

Com 168 igrejas atingidas e 110 cristão detidos (em 1.922 em todo o mundo), o Paquistão é um dos países onde a situação é mais preocupante.

África "continua a ser o continente mais violento para os cristãos", mas a organização também está preocupada com o "nacionalismo religioso" que "se instala e se fortalece" no sudeste da Ásia.

É o caso na Índia, "onde os extremistas hindus agem com impunidade", ou na Birmânia, onde qualquer conversão ao cristianismo é mal vista pelos monges budistas mais radicais, refere a Missão Portas Abertas.

Para que o leitor tenha uma pálida ideia de alguns dos atentados por banda de radicais islâmicos contra cristãos por motivo de ódio religioso, aqui vai um retrato sumário:

9 de Abril de 2017 - Na cidade de Tanta, 27 pessoas morreram e 78 ficaram feridas depois da explosão de uma bomba dentro de uma igreja. Pouco tempo depois, um homem atacou uma outra igreja, em Alexandria. Outras 17 pessoas morreram e mais de 40 ficaram feridas. O grupo Estado Islâmico reivindicou os ataques.

17 de Dezembro de 2017 - Dois bombistas-suicidas invadiram uma igreja cristã no Sudoeste do Paquistão, matando pelo menos nove pessoas e ferindo 56. O ataque foi reivindicado pelo Estado Islâmico.

22 de Dezembro de 2017 - Pelo menos 10 pessoas morreram num atentado no Cairo, capital do Egipto, contra uma igreja cristã . A polícia conseguiu abater um dos atacantes que trazia um cinto de explosivo evitando que detonasse. Em Abril, explosões em duas igrejas cristãs coptas no Egipto fizeram mais de 44 mortos e cerca de 100 feridos . 

29 de Dezembro de 2017 - Um atentado contra a comunidade copta no Egipto provocou pelo menos 10 mortos numa igreja no sul do Cairo . A Igreja Copta Ortodoxa preparava-se para celebrar o novo ano e o Natal a 7 de Janeiro, segundo o seu calendário próprio.

Em Dezembro de 2016, também no Cairo, um ataque contra a igreja de São Pedro e São Paulo tinha provocado a morte de 25 pessoas e deixado 49 feridos .

3 de Maio de 2018 - Três ataques à bomba em três igrejas cristãs, em Surabaya, na Indonésia, causaram a morte a pelo menos 13 pessoas e deixaram feridas outras 41 .

13 de Maio de 2018 - Um movimento Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelos ataques com bombistas suicidas, todos da mesma família, em três igrejas de Surabaya, na Indonésia, que provocaram, pelo menos, 11 mortos .

22 de Março de 2016 – Os atentados terroristas cometidos em Bruxelas, capital da Bélgica, causaram a morte de pelo menos 35 pessoas , incluindo três bombistas suicidas e deixaram um cortejo de 300 feridos .

Até 23 de Março de 2018, regista-se ser a França um dos países europeus mais afectados pelo terrorismo jihadista, em número de mortos e de atentados, onde desde 2012, já morreram 249 pessoas em 11 localidades desse país.

O cortejo de mortos e estropiados cristãos um pouco por todo o mundo, perpetrado por fundamentalistas islâmicos, leva-nos a recordar que os ódios fundamentalistas religiosos continuam a constituir o maior flagelo da humanidade.

Pedro Pereira

 

 

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