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XII – HISTÓRIAS DE ENCANTAR - Sociedades Secretas na Papolândia

23-11-2018 - Pedro Pereira

As sociedades secretas na Papolândia são uma verdadeira praga, um flagelo dos deuses. Controlam todos os sectores das actividades empresariais, laboral/profissional e política, e os seus apaniguados encontram-se situados transversalmente em variados estratos sociais e filiações partidárias.

Para melhor ilustração dos leitores passamos a escalpeliza-las sumariamente de modo a que fiquem sabedores do seu «recheio», quais a que fazem manigâncias e que continuam a exercer um poder tentacular nos mais diversos sectores da sociedade.

As actividades que estas agremiações desenvolvem, têm contribuído fortemente para o desenvolvimento saudável e à rédea solta da corrupção, do empobrecimento, da miséria crescente e do embrutecimento das massas amorfas, acéfalas e canhestras da Papolândia, consumidoras aditas de Fátima, futebol a granel, telechachadas e sórdidas estórias de casas de putedos televisivas.

Aqui vão algumas das mais emblemáticas: 

GLCDM –  Grande Loja do Conselho de Ministros :

– O povo é desconhecedor, não sabe o que se passa nas frequentes reuniões secretas desta sociedade iniciática, dona e senhora da Papolândia em versão revista e aumentada desde o dia 24 de Abril de 1974. O que se sabe é o que o povo sente na pele a modos que vergastadas após cada sessão realizada pelos membros desta associação, sendo os seus resultados «cozinhados» no mais absoluto e profundo segredo.

Normalmente antes de se reunirem nos seus conciliábulos às sete trancas encerrados, prometem publicamente que irão tomar decisões para bem do povo e depois dessas sessões satânicas (ou lá que demo são elas!) proclamam medidas precisamente ao contrário, agredindo os cidadãos com decisões em tudo semelhantes a assaltos à mão desarmado aos bolsos dos cidadãos honestos (e até desonestos) e trabalhadores.

A GLCDM é composta por uma única loja que se situa nos esconsos de uma fossa séptica desactivada, mas ainda assim nauseabunda, de proporções gigantescas.

Os membros desta seita (os irmãos colaços, porque mamam da mesma teta) quando nela são admitidos, alguns deles vivem do rendimento do trabalho que exercem, outros, de expedientes escabrosos e por isso possuem pouco dinheiro em depósitos bancários ou bens sumptuários que se saiba. Quando deixam a organização – normalmente «empurrados» para a rua pelos votos dos cidadãos ingratos quando há eleições – mesmo que por poucos anos tenham assumido tarefas na organização, verifica-se publicamente que no decorrer desse tempo aumentaram exponencialmente e a olhos vistos o seu pecúlio.

Entrevistado pelo nosso cronista, Romualdo Pancrácio, ex-membro desta organização, ex-responsável pela pasta da Agricultura da Papolândia, confidenciou-nos que depois de ter sido expulso da mesma começaram a «chover» os convites para ser consultor, administrador e outros «dor» mais, de grandes empresas ligadas ao sector agro-pecuário. - Quase que ia morrendo afogado! - Salientou, rindo-se alarvemente como um jumento. A partir de então o Romualdo tem engordado os seus cabedais a olhos vistos e… não vistos. Concluiu dizendo-nos que mais importante que ser «irmão» da seita, é ser «ex-irmão».

GLECAEM –  Grande Loja Esotérica dos Conselhos de

Administração das Empresas Públicas e/ou Municipais :

- Esta sociedade secreta é das mais temíveis. Os seus membros são protegidos por quadrilhas de malfeitores armados, assim a modos como a Formiga-Branca ou a Legião-Vermelha, que foram organizações iniciáticas terroristas ao serviço de partidos políticos em tempos de antanho da estória na Papolândia.

As suas lojas encontram-se espalhadas como carraças ao longo do corpo doente e chagado deste país como uma doença venérea, e a sua sede acoita-se numa antiga ETAR fétida situada algures na região da Alcagoita.

Os seus membros invariavelmente são cooptados no seio dos indivíduos de segunda linha de entre os mais imbecis, os mais néscios, acéfalos e lambedores de botas dos chefes, no seio dos partidos do Centrão.  

Uma das condições fundamentais para serem iniciados é possuírem um coeficiente de inteligência ao nível dos orangotangos que povoam as selvas da Papua-Nova Guiné e a outra, é serem subservientes, profissional e socialmente inadaptados, corruptos até à medula e incompetentes como é inato nesta sub-espécie animal.

Reúnem onde calha, longe da indiscrição dos profanos, em dias e horas desconhecidas do comum dos mortais.  

Dadas as fugas de informação obtidas por nós junto de dois «ex-irmãos» dissidentes que vivem a coberto, na clandestinidade com nomes falsos, com a promessa de os ajudarmos a fugirem para a Real República da Cagalhota, ficámos conhecedores de alguns dos rituais das suas sessões, que terminam sempre em opíparos repastos onde os membros desta seita deglutem comezainas regadas com vinhos brancos e tintos especiais de reserva, acamadas com whiskies velhos de mais de trinta e três anos, tendo como acompanhamento musical inúmeros e sonoros peidos e arrotos.

Os «irmãos» desta seita secreta, depois de nela serem admitidos, ocupam-se afanosamente da «angariação», que é como quem diz, da receptação de dinheiro em grandes quantidades, de proveniência inenarrável, usando dos mais despudorados expedientes «sem dó nem piedade» para com qualquer mortal incauto ou empresa, recorrendo a inimagináveis eventos festivos e outras trambiquices, a fim de proverem ao seu sustento (extorquindo chorudas «comissões») e ao de outros «irmãos», cada um deles tendo várias mulas por conta para sustentar, iates para manter, casas de praia e de campo para desfrutar e viagens para gozar em locais exóticos pelo mundo fora, mais as suas ridentes proles oficiais.

É claro que a «angariação» dos dinheiros é feita primariamente dentro das instituições públicas da Papolândia, através de manhas, artimanhas e outras manigâncias de semelhante jaez.

GLSV – Grande Loja do Salto à Vara :

- Sociedade secreta que se encontra sediada num paraíso offshore algures nas ilhas Caimão ou coisa que valha. É eclética. Os seus membros são provenientes de todos os estratos da sociedade, como por exemplo, dos balcões de Bancos de terriolas situadas nos Cús de Judas, que ascenderam de um dia para o outro quase à velocidade da luz a banqueiros de Bancos do povo, ou ainda, ou prósperos sucateiros que enfadados de ser milionários se tornaram mecenas, dedicando-se à oferta de robalos, alheiras, Mercedes topo de gama e outras prebendas a pessoas financeiramente débeis e carenciadas, em particular a administradores e governantes de empresas públicas e municipais da Papolândia.

Até ao momento não conseguimos obter informações sobre os rituais das suas sessões – aliás, secretíssimas – sabendo-se no entanto que utilizam basicamente os telemóveis para comunicarem em código frequentemente entre si, numa demonstração clara das afinidades, das relações fraternas e do amor filial que os une.

GPAABPB – Grão-Priorado dos Autarcas, Artistas da Bola,

Patos Bravos e Alminhas que se Dedicam à Caridadezinha :

- Esta sociedade secreta nasceu na Papolândia pouco tempo passado de Abril de 1974. Os «irmãos» desta benemérita agremiação são maioritariamente oriundos das classes mais desfavorecidas da sociedade, os quais, com o tempo enriqueceram desalmadamente depois de milhentas almoçaradas, jantadas e noitadas em buates na companhia de filhas de boas famílias e rapazes honestíssimos. Praticam rituais que são um misto de patuscadas com putas e putas com árbitros; dinheiro com betão e betão com máquinas de lavar dinheiro. É evidente que, como sociedade secreta que são, guardam rigoroso silêncio sobre os temas abordados nos seus conclaves e fora deles, é claro.

Em paralelo, a maior parte destes «irmãos» militam nos partidos políticos do Centrão, apoiando financeiramente os mesmos, porque a argamassa que os coesiona é o dinheiro, que como todos sabemos não tem pátria, nem cheiro, nem fronteiras e usa uma linguagem universal.  
A sede desta sociedade secreta encontra-se localizada na região da Naçôm, e as suas imensas lojas encontram-se ramificadas por todo o território do País das Maravilhas.

GLRBA - Grande Loja Regular dos Banqueiros Benfeitores :

- Associação de carácter iniciático, profundamente elitista e, portanto, rigorosamente seletiva em termos de admissão de profanos.
Esta sociedade secreta é tão antiga quanto a actividade profissional das meretrizes. Aliás, é condição fundamental para a filiação destes «irmãos» serem todos filhos dessas nobres profissionais. Não conseguimos provas de tal, mas, em boa verdade, nada nos indicia o contrário daquilo que a sabedoria popular afirma.
Dominam com mão de ferro todos os sectores de actividades económicas e laborais da Papolândia, incluindo o governo deste país. Quase que podemos dizer que são donos de corpos, almas e bens dos cidadãos.

Propositadamente deixámos para o fim a referência a esta sinistra associação que é de entre as restantes, a primeira, a mais perigosa e da qual dependem as atividades das demais. A sua sede é itinerante, uma vez que não têm pátria nem se regem por códigos de leis. A única lei a que se encontram submetidos é a Lei do Mercado.
Reúnem-se em salões de solo coberto por tapeçarias orientais de preços estratosféricos, com portas trancadas por fechaduras com códigos electrónicos e paredes insonorizadas. Faz parte dos seus rituais despejarem cada um deles pelas goelas baixo, em cada sessão, pelo menos uma garrafa de whisky de malte com mais de sessenta e nove anos.

A cooptação dos profanos para serem iniciados na sua organização é feita no seio da família alargada dos seus membros, os quais se reproduzem entre si como os coelhos, salvo seja os coelhos… coitadinhos!

Outras das características fundamentais dos «irmãos» desta seita, é não possuírem alma e não conhecerem as palavras «pudor» ou «honestidade», por exemplo.

Tal como os vampiros, alimentam-se do sangue das suas vítimas, que são todos aqueles que não pertencem à sua agremiação, incluindo os membros das outras sociedades secretas.

É uma seita tentacular, implantada em todo o planeta.

Pedro Pereira

 

 

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