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O FIM DE UMA CIVILIZAÇÃO

09-11-2018 - Pedro Pereira

O retrocesso civilizacional a que assistimos e que estamos a viver, tem por base uma avassaladora crise económica associada aos aspetos sociais e culturais.

Esta assola os países membros da Comunidade Europeia e teve o seu início com a adesão dos estados membros à moeda única.

A Europa comunitária vive hoje uma clara regressão civilizacional assente fundamentalmente na política de exploração e empobrecimento generalizados ditados pelos eurocratas cinzentões, comissários, acólitos e afins, entrincheirados em Bruxelas, indivíduos que não foram eleitos pelos cidadãos dos estados comunitários. Logo, a Europa da CE encontra-se espezinhada sob as botas cardadas de pró-ditaduras que ameaçam tornar-se plenas a médio ou (pelo andar da carruagem) a curto prazo.

Tal como a queda do Império Romano representou em diversos aspetos um retrocesso civilizacional de séculos que originou uma Idade Média, também chamada «das trevas», a lenta derrocada (só não vê os sinais quem não quer) da Comunidade Europeia que ameaça soçobrar a breve trecho, vai acelerar a ruína do atual modelo civilizacional europeu, matriz construída ao longo de vários séculos pelos nossos antepassados.

Porém, o retrocesso civilizacional abarca hoje outras regiões do planeta, que não só a Europa, como é o caso das ex-colónias africanas como o Quénia e a África do Sul, entre outras, outrora joias do império britânico, a República Democrática do Congo, Moçambique, Zimbabué, ou a Argélia, por exemplo.

Mau grado os regimes mais ou menos repressivos por parte dos colonizadores, que vigoraram nesses territórios até que se tornaram independentes, qualquer deles registava à data crescentes índices de desenvolvimento económico, social e cultural.

Após as independências e referindo só alguns dos citados países como é o caso de Moçambique e do ex-Congo Belga, atual RDC, as guerras fratricidas que se lhes seguiram, promovidas por organizações políticas africanas cujos dirigentes após tomarem o poder (quase sempre pela força) foram maioritariamente instruídos na Europa, destruíram estruturas e infraestruturas administrativas, sociais e culturais antes existentes laboriosamente construídas durante décadas, deixando no rescaldo, no caos ou próximo disso, territórios que antes eram economicamente produtivos.

Entre os grandes e famigerados protagonistas destes retrocessos económicos, sociais, humanos e sobretudo civilizacionais, referimos a título de exemplo: Idi Amin Dada, Jomo Keniata, Mobutu Sese Seko e Roberto Mugabe entre outros facínoras.

No caso das ex-colónias portuguesas, passados mais de quarenta anos das suas independências (salvo Cabo Verde) as suas elites políticas (que se confundem com as económicas, como no caso de Angola…) continuam a agitar o espantalho do colonialismo para justificarem perante o povo e instâncias internacionais a incompetência e a cleptocracia generalizadas, por via das quais esses países registam hoje maiores e mais aprofundadas desigualdades sociais, sendo abismal o fosso entre as elites endinheiradas (uma minoria) e a horda de milhões de cidadãos vivendo na mais abjeta miséria.

São estas elites dirigentes que investem em empresas na Europa, escondendo dos olhares dos povos o produto do saque, a delapidação das matérias-primas dos seus países.

Por seu turno, países da América do Sul como é o caso do Brasil, da Argentina e da Venezuela, encontram-se a braços com avassaladoras crises económicas e monstruosas dívidas externas (impagáveis) pelo que os seus efeitos vêm conduzindo de forma devastadora os seus povos, as sociedades, a um retrocesso civilizacional.

Se somarmos a estes fatores os atos terroristas aparentemente incontroláveis na Europa, em África, na Ásia e nos Estados Unidos da América, verificamos que em nome da segurança dos cidadãos e dos estados, esses mesmos têm vindo a tomar medidas securitárias em crescendo, limitadoras das liberdades individuais e da devassa permanente da vida privada.

Por este breve e sucinto cenário, podemos concluir que um retrocesso civilizacional abrangendo vastas regiões do globo se encontra em marcha.

Pedro Pereira

 

 

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