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Comemoração dos 100 anos do Armistício

09-11-2018 - Henrique Pratas

Como é do vosso conhecimento, decorreram ontem “festejos” com o intuito de comemorarem os 100 anos do Armistício, mais folclore, na minha opinião, porque conheci muitas pessoas que fizeram parte do Corpo Expedicionário e enquanto foram vivos ninguém quis saber deles, não tiveram ajuda nenhuma de ninguém, alguns ainda têm medalhas conquistadas por serem entregues, devidos aos seus atos de bravura para mim tudo isto é muito estranho. Aliás estão sempre a invocar que não há dinheiro para o essencial e vai-se gastar dinheiro numa coisa que para mim não é essencial ou será que esta “Comemoração” foi para limpar a imagem dos militares, que anda pelas ruas da amargura devido ao caso de Tancos e não só.

Recordo-vos que mal ou bem os Franceses, os Ingleses, os Alemães, os Russos e os Americanos todos os anos celebram esta comemoração, estes sim com o intuito de recordar e de dar algum brio aos militares que estiveram presentes na I Grande Guerra Mundial, são condecorados e têm acompanhamento nas sequelas que os marcaram para o resto da vida, para além de possuírem apoio financeiro.

Cá o que é que aconteceu a quem participou na I Grande Guerra Mundial, foram voltados ao abandono e muitos deles morreram sem qualquer espécie de tratamento médico. Oferecem-lhes um talhão no cemitério dos combatentes, porque dinheiro para mais não havia, estão agora ao fim de 100 anos a colocarem pela parte e fora dos cemitérios uma zona que identifica o local onde se encontra os nossos combatentes, enterrados.

Eu que tive um avô paterno que serviu o Corpo Expedicionário Português e do qual nunca lhe consegui arrancar nenhuma história, recordo-me apenas das máscaras antigás que usar aquilo ou não usar nada era a mesma coisa, do fardamento que lhes foi “dado” que não reunia o mínimo de condições para enfrentar uma batalha quanto mais uma guerra, recordo-me ainda de outros homens que como o meu avô paterno andaram pela guerra que tossiam desalmadamente e que para “controlarem” a situação fumavam os designados mata ratos, foi isto que o Estado Português legou a estes bravos homens, abandono, desconsideração, desrespeito e afastamento, sim porque glória ao sacrifico que todos eles fizeram, melhor ou pior, nunca lhes foi reconhecida em vida e muito parca depois de partirem deste Mundo.

Henrique Pratas

 

 

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