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OS DONS QUE SÓ OS DEUSES TÊM

09-11-2018 - José Janeiro

Todos buscamos os nossos dons escondidos, procurando lucrar com eles. No futebol, na canção, na nossa profissão, mas na política há dons escondidos só ao alcance de deuses.

O DOM DA UBIQUIDADE

É por certo o dom mais difícil de conseguir, estando reservado apenas para os deuses supremos. Estar em dois locais ao mesmo tempo não é para todos, mas dá muito jeito quando se mede em subsidio diário. Uma falta facilmente justificada com trabalho político, transformou-se em falsas presenças na AR, para recebimento do subsidio diário, grande Jose Silvano, homem honrado e de muitos dons.

E como era de esperar o protagonista não sabe como foi possível, porque parece que as passwords para gerir as presenças, são do género 1234, ou sou-uma-besta, tudo junto e em minúsculas e assim qualquer alma caridosa pode marcar as presenças para o necessário subsidiozito presencial. O numero do subsidio até leva a interpretaçóes engraçadas, são 69, o dito valor diário, imaginem bem a malvadez. Têm que me explicar muito bem porque raio estes palhaços têm uma senha de presença diária, a função deles não é essa? Fala-se que é uma questão de ética, juro que ouvi a comissão de transparência e ética referi-lo, mas alguém acredita que estes gajos têm ética? Também se fala em crime, mas os tipos não estão imunes a estas coisas?

E julgava eu que apenas a divindade, o tal gajo chamado deus, é que conseguia estar em todo o lado ao mesmo tempo, afinal os terraqueos também, mas é um dom reservado só aos seus filhos mais queridos.

O DOM DA OCUPAÇÃO DE MÃOS

Pintar as unhas no parlamento é um dom único, quando a protagonista se diz ser hiperactiva e assim precisar de ter as mãos ocupadas. O acto em si é de uma desfaçatez incrível, mas ainda maior é o descaramento da justificação para o acto: manter as mãos ocupadas por hiperactividade.

É preciso ter uma lata do c&$lho para atirar uma justificação destas para o éter comunicacional. Pensei então em varias ocupações para a hiperactividade dos membros superiores da dita senhora:

  • podia rabiscar umas ideias com uma caneta para questionar o Orçamento;
  • podia coçar o ouvido, o nariz, ou mesmo o cu;
  • podia esfregar as mãos uma na outra para as aquecer;
  • podia colaborar com os seus companheiros de partido, ou não, num das lutas cinco para um;
  • podia tirar macacos do nariz e comer;
  • podia apenas apoiar o queixo e fingir que estava atenta;
  • podia fazer braço de ferro;

Mas não, tinha que montar um salão de “nails” do Parlamento porque afinal já não trabalham e não, então sempre fazem algo útil.

O DOM DO DESCARAMENTO

30 milhões de euros depois, acusações do MP por uso indevido de dinheiros públicos em viagens, ferias, carros, outros luxos e futebois, tudo nos colégios GPS, o supremo iluminado Juiz Ivo Rosa, decidiu que a quantidade de trabalho era demasiada e descarta o processo para 2 políticos, porque, durante a perícia não foram ouvidos. Não se põe em causa a perícia porque até serve de prova documental, mas sim porque não ouviram os meninos antes de serem constituídos arguidos. Nada surpreendente para quem é selecionado à terceira vez por falha informática. Mas o indigente não ficou por aqui, não achou útil que um traficante de armas fosse contemplado com prisão preventiva e como era de esperar o gajo põem-se no … hoje estou irritado e ia saindo mais uma asneira, mas o bacano esperava o quê? Este é o tipo de juiz sorteado para um processo importante.

Como o gajo quer ser conhecido à força, há que fazer estas coisas para ser noticia. Esperemos agora a suprema decisão sobre o “processo Socrates”, a pré desculpabilização já parece anunciada, tudo em nome de uma fantasia pessoal: o endeusamento.

O DOM DA CONVERSA COM DEUS

Deus é uma suposta coisa que mete o bedelho em todo o lado. Há uns milénios que os “xamãs” tentam falar com ele mas o tipo não lhes liga nenhuma. Mantêm a esperança de um dia, quem sabe, ele acorde da letargia de ver tanto imbecil a agir em seu nome e pode ser que responda.

E é aí que ele entra de forma dúbia nas eleições Brasileiras, se por um lado foi deus que fez eleger o Bolsonaro, por outro lado foi deus que mandou o outro esfaquear-lhe as tripas. Vá-se lá entender estes mistérios divinos. Deus é assim um vilão e um iluminado, nada de novo para uma divindade.

Mas não fica por aqui a mão divina (e não necessita de unhas pintadas), porque parece que os manuais escolares vão ser alterados nas terras de Vera Cruz para ensinar o Criacionismo em detrimento do Evolucionismo, portanto vão ensinar a moldagem do barro e a escultura da costela, coisa que justifica a suprema regressão civilizacional.

O DOM DA ESTUPIDEZ

O tribunal dos Direitos do Homem, sentem-se para não caírem, legitimou, à luz da Sharia, a blasfémia do código religioso islâmico, para “preservar a paz religiosa”, isso mesmo a paz religiosa, imagine-se.

Este perigoso precedente jurídico que abrangerá 47 países europeus, laicos e de liberdade de expressão, vem legitimar a pretensa ofensa dos Maomerdas. Lembro que uma Cristã Paquistanesa foi condenada à morte por blasfémia. E qual foi o supremo insulto? Apenas bebeu agua pelo mesmo copo que um muçulmano, o palhaço sentiu-se insultado e mais, o insulto estendeu-se ao suposto profeta. Será este tipo de blasfémias que os cabrões do tribunal querem legitimar? Haja paciência para a estupidez.

Os estúpidos que entendem que isto levará à “preservação da paz religiosa” por certo, no casulo deles, as noticias não chegam.

O DOM DA FILHA PUTICE

Situação muito normal neste país. Um estado que tem uma divida publica (publica quer dizer de todos nós, mais dos nossos netos, bisnetos e tetra netos, pelo menos), perdoa 3 hospitais e um espaço para o joãozinho (crianças com cancro), à EDP, dito de outra forma, o perdão fiscal de 108 milhões de euros sendo que no total perdoaram mais de 2,5 mil milhões de euros, afecta-nos na saúde, no ensino e acima de tudo na nossa dignidade enquanto cidadãos.

E sim, é uma perfeita filha putice, apenas reservada a uns quantos com dons supremos.

O DOM DA VERDADE SUPREMA

Por estes dias assistimos ao dom supremo da detenção da verdade, sobre as touradas. E se não alinharmos todos pela cartilha, somos rotulados com os insultos mais variados, todos eles relacionados com animais e começando por “besta ignorante”. Fiquei a saber que aquela gente tem o dom da verdade, da propriedade da democracia e acima de tudo dos costumes. Tanto apregoam sobre a defesa das minorias e quando se trata de temas que lhes afecta o cérebro ficam presos no circulo vicioso dos argumentinhos parvos. Dito isto, não vejo touradas, nem sou aficionado, mas defenderei com unhas e dentes a liberdade de outros pensarem diferente de mim, sem os rotular, é uma questão de civilidade.

Não consigo conceber que algum esdrúxulo, pense que é o dono da verdade e que acima de tudo limite a liberdade dos demais por ser moda, NÃO ACEITO!

Irrita-me gentalha desta que se aproveitam da passividade de todos nós, para nos pôr a pata no pescoço.

Até para a semana

José Janeiro

 

 

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