Mea culpa, mea maxima culpa!
06-06-2014 - Francisco Pereira
Quantas vezes nos arrependemos de coisas que fizemos e ou dissemos e pedimos desculpas, quantas vezes fui inconveniente e talvez grosseiro, quantas? Tantas sei lá, já estive bêbado vezes demais, sim eu bebo por vezes demais, não sou fingido como muitos que por aí vegetam, sei que por vezes o pé escorrega para a asneirada, a quem não pedi desculpa pessoalmente, aqui ficam as minhas humildes desculpas públicas, por actos e ou palavras.
Feito o intróito que nos leva ao assunto principal, que é a dificuldade que os políticos de Portugal têm em pedir desculpas quando cometem asneiras, e se ele há com cada asneirada que só visto, porém, talvez devido a uma qualquer deficiência de valores, honra, honestidade, decência, humildade e rectidão de carácter, os políticos em Portugal, atiram sempre com as culpas para as costas de alguém.
O actual imbróglio do chumbo do Tribunal Constitucional, é mais um desses casos. O senhor Coelho, veio choramingar, proferir as ameaças do costume e aplicar a também já usual sua política do medo, foi de imediato seguido pelos disquinhos riscados, Portas e Pires de Lima entre outras peripatéticas figuras do Governo miserável que actualmente faz de conta que governa.
Ouvimos igualmente, essa inefável ave agoirenta da economia nacional, o senhor Carreira, que já foi ministro, com algum desplante e barbárie declarar que não percebe a existência do Tribunal Constitucional, outra dessas criaturas, quase autómatos, sempre a reproduzirem os mesmos discursos, o senhor Bento, declarou que o acórdão está baseado em “conceitos vagos”, o senhor Bento assusta-nos, pois essa frase dita por alguém que é geralmente aceite como sendo pessoa dotada de intelecto superior é deveras assustador, pois pressupõe que ou andamos todos enganados e o homem é um asno, ou andamos igualmente todos enganados e o homem é um potencial Idi Amim da economia, logo de todo o resto.
O que esperaríamos de um Primeiro-ministro, acaso existisse fibra nesse hipotético individuo, acaso existisse sentido de honra, honestidade, capacidade intelectual, o que esperaríamos era que não passe quase tudo o tempo ajoelhado a choramingar, que piegas, e atirar a culpa das tropelias que comete para as costas dos outros. O caso do pedido de “aclaração” é bem disso exemplo, uma atitude burlesca e indiciadora da competência que este governo parece não manifestar, é uma vergonhosa atitude que deveria Sua Excelência o senhor Presidente da República tomar uma atitude, mas como sabemos, por esse flanco está o senhor Coelho bem protegido.
O actual primeiro-ministro, faria bem em equacionar a mudança do seu patronímico, ao invés de Coelho, sugerimos Calimero, sempre ficaria melhor, numa pessoa que cada vez que aparece em público culpa o mundo pelas suas asneiras e nunca, em três anos, teve sequer a humildade de dizer que aqui ou ali se enganou.
Aliás a coisa estava preparada para que tudo fosse relativamente pacífico, os do costume, esses bandidos dos funcionários públicos, iriam de novo arcar com a despesa, diabolizados como estão, condenados a serem julgados como madraços despesistas e protegidos, a opinião publica geral não tugiria nem mugiria, a decisão do tribunal, tramou Coelho e a sua maralha, afinal os cortes terão de ser para todos através do aumento de impostos, o que fará de novo que toda a opinião pública, muito justamente, condene Coelho e a sua Corja, e onde pára a reforma do Estado, onde pára a renegociação das PPP’s, onde estão os cortes no despesismo político, nas mordomias? Quanto a isso nada, quanto a isso da esquerda à direita nem um pio. Muito tristemente se ressalva que a política económica deste país se limita, aos aumentos de impostos, para isso não precisamos de Governos, nem Presidentes nem de toda essa escumalha, basta nomear-mos uma comissão de merceeiros e o resultado dará igual.
O pior é que a política portuguesa está cheia de Calimeros, que após anos a fazerem burradas atrás de burradas, raramente tem a humildade de pedir desculpa pelas burrices, numa atitude, vergonhosa que é bem demonstrativa da fraqueza moral, intelectual e de formação pessoal destas gentalhas miserandas que fazem de conta que governam, tem menos humildade e noção de dever um Primeiro-ministro que um bêbado labrego de província como eu, muito mal vai este país quando os ébrios são mais honestos e decentes que os ministros!
(Já depois desta croniqueta estar escrita, ouvi hoje, quinta-feira 5 de Junho, pela manhã o senhor Coelho proferir mais umas barbaridades que bem revelam a sua muita competência para exercer o cargo que exerce por junto com o bando de facínoras que o apoia, disse o senhor Coelho, que há falta de rigor na escolha dos Juízes, ora aí é que está, o senhor Coelho resolveria a situação com a escolha de amiguinhos, que fizessem só o que ele deseja, ora aí está uma solução mesmo muito democrática, convém saber se estas declarações terão sido feitas antes ou depois de almoço, facto que poderá indiciar uma de duas conclusões, pura incompetência ou intoxicação por consumo de álcool.)
Francisco Pereira
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