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DIA 1º DE ABRIL E OUTROS DIAS

02-11-2018 - José Janeiro

A assombração voltou e escreveu coisas à laia de prestação de contas. Parecia o 1º de Abril todos os dias. Limitei-me a ler os artigos de quem se preocupou em decifrar o amontoado de papel higiénico que o livro é. Como é demasiado duro não dá muito jeito para limpar o cu e como não estou solidário com a possibilidade de ajudar o indígena, que se queixou da pouca reforma que nem dá para as despesas, cuja popularidade criptonima o identifica como MUMIA, não irei comprar aquela bosta.

O individuo que esteve mais tempo em lugares políticos e que diz não ser político, nem responsável por nada do que aconteceu nos mandatos que teve, diz-nos muito sobre aquela peça. Apenas se limita, por aquilo que li, a tratar com verborreia vingativa e num chorrilhos de disparates de ditos toscos que o caracterizaram nas décadas em que a abstenção lhe deu o poder.

Ficaram de fora das suas contas coisas tão pouco importantes, como os lucros do BPN, os impostos da casa da coelha, a compra do Pavilhão Atlântico, a analise sobre BES uns dias antes da derrocada e quantas vezes nasceu para afinal ser mais honesto que os demais, perante tais factos terá nascido apenas meia vez, ou ¼ de vez, sei lá como medir.

A preocupação que este individuo tem em deixar escrita branqueadora do que por mais evidente fez a este país, levanta as duvidas sempre pertinentes de se sentir culpado por ter criado o monstro, por ter destruído as pescas, a agricultura e o forrobodó que foram os milhões de Bruxelas para permitir a venda a retalho dos pilares da economia, e permissivamente ter dado origem ás “maison PEDIP(*)” e à maior concentração de Ferraris do mundo no Norte do país, tudo por descontrolo dos programas de apoio à economia vindos da Europa e que apenas serviram alguns, em vez de servirem para o desenvolvimento. Será isto que quer branquear e sacudir a agua do capote?

A falta de visão, a falta de capacidade que demonstrou ao longo das décadas que “dominou” a vida de 10 milhões de pessoas, demonstram a incapacidade de liderança de um político arrevesado e pouco preocupado com o futuro, mas sempre com o presente imediatista, em que criou uma falsa sensação de progresso nos anos em que foi primeiro ministro e que se vieram a reflectir nas décadas seguintes.

Não nego que os seguintes que o substituíram não foram melhores, mas após o 25 de Abril, foi o político que com as maiorias absolutas que teve teria a oportunidade para gerar uma melhoria de vida sustentável para os seus compatriotas, quebrando o feitiço de Júlio César, quando afirmou que “os Lusitanos, nem se sabem, nem se deixam governar”, em vez disso fez jus à historia velha de milénios.

Isto tem sido um imenso dia 1º de Abril, que se perpetua no tempo sem remissão, sem culpa e sem castigo, numa substituição de um regime por outro, apenas com a diferença que este é supostamente escolhido por maiorias falseadas pela abstenção e a imposição dos concursantes a deuses do Olimpo pelos partidos que se movem por interesses pouco claros e que se vêm como donos da democracia.

É uma imensa ilusão o que ali se escreve (segundo o que veio a publico), numa tentativa de alucinação futura dos historiadores que julgarão a governação desses tempos, contudo, a imensidão de documentação digital irá repor a verdade dos factos aos nossos vindouros.

A falta de vergonha na cara destes pseudo estadistas que se vão revezando nos lugares disponíveis, numa imensa porta rotativa maquilhadora e que conseguem ser especialistas em tudo, bastando para tal um cartão partidário biométrico de acesso ao tacho desejado, começam ainda imberbes a treinar a arte da bem falança do engodo, mantendo o jus de 1º de Abril permanente nas hostes políticas. Os mestres destas gentes, eles mesmo artistas de circo mediático, conseguem com a maior desfaçatez dizer o contrario do contrario, num espaço temporal igual à velocidade da luz, sempre com a mesma cara de santo com que parecem debitar certezas que eles próprios não têm.

O exemplo recente de uma jovem que deveria ter “bergonha” nas ventas ao demonstrar que nem a data em que nasceu consegue saber curricularmente, além de nem saber o que fez na vida, mas com certezas de imensas de adjudicações directas em orgãos autárquicos da sua cor política, demonstram bem como já as novas gerações conseguem iludir os dias num continuo 1º de Abril.

Enquanto o povo continuar a pensar que consegue mudar o sistema por um papel retangular aonde decidem o que os outros decidiram por eles, tudo se manterá num circulo vicioso imparável, isto não é democracia, mas sim monocracia, ou pulhocracia, escolham a melhor definição.

(*) O PEDIP foi o primeiro programa de apoio da Europa a Portugal

Até para a semana

José Janeiro

 

 

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