JOANA MARQUES VIDAL
28-09-2018 - Joaquim Jorge
A saída de Joana Marques Vidal surpreendeu-me, tudo parecia acordado para continuar entre Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, mas mais altos interesses se levantaram.
Porventura foi a própria Joana Marques Vidal que quis sair, apesar de dizer que ninguém falou com ela, alegando falta de confiança e condições depois da actual Ministra da Justiça Francisca Van Dunem alegar que o cargo de procurador-geral da República seja desempenhado num só mandato. Porém, a Constituição não proíbe a renomeação do cargo.
Joana Marques Vidal sai em estado de graça, e não podemos nem devemos esquecer que foi indicada pela antiga Ministra Paula Teixeira da Cruz.
Com Joana Marques Vidal transmitiu a ideia que acção penal pode atingir quaisquer pessoas, mesmo banqueiros, ex-ministros ou ex-primeiro-ministros.
Conseguiu que a Justiça melhorasse a sua imagem e que há um Estado de direito democrático. Muitos casos de criminalidade de todo o tipo vieram a lume mostrando dinamismo e acção no terreno.
Procurou ser discreta e ponderada nas suas aparições públicas e transmitiu a ideia que sabia o que estava a fazer.
Houve algumas falhas como o segredo de justiça, mas que não podem ser imputadas à sua pessoa.
A substituição de Joana Marques Vidal por Lucília Gago é puramente política e surpreendentemente António Costa impôs a sua vontade a Marcelo Rebelo de Sousa.
Joana Marques Vidal sai por cima esperemos que Lucília Gago daqui a seis anos não saia por baixo.
Biólogo, fundador do Clube dos Pensadores
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