As Europeias – A vitória das bestas quadrúpedes!*
30-05-2014 - Francisco Pereira
Não sendo politólogo, nem sequer estar muito interessado nestas polítiqueirices rascas, que por cá existem. Duas conclusões saltam imediatamente à vista, a primeira é a de que temos uns políticos perfeitamente asnos, e a segunda é que temos uma população de imbecis.
Como expectável a abstenção, saiu de novo vitoriosa, no seu grosso a população demonstrou que está completamente dissociada da vida política europeia e que a Europa, esta Europa, lhes diz muito pouco, quão errados estão, mas era de esperar. Também era de esperar que o PS obtivesse mais uns votos que o PSD, dado que o PS desde cedo conseguiu manipular as coisas para que os eleitores encarassem este acto eleitoral como forma de punir a coligação governamental, esta manobra permitiu alguma deslocação de eleitorado que obviamente beneficiou o PS, ainda que se baseie numa pura falácia, a sugestão de uma suposta moção de censura, entretanto já posta de lado, o pedido igualmente falacioso para que o Presidente da República tire ilações dos resultados.
A moção de censura, foi um isco, prontamente abocanhado pelo PCP, que mais uma vez fará as despesas de apresentar uma moção de censura, sem o mais completo nexo. O Presidente, não pode, legalmente não pode, nem deve, tirar ilações sobre coisa nenhuma. Além de que o actual Presidente, jamais dissolveria um «seu» governo.
Foi deveras penoso, ouvir os discursos de «vitória», de alguns candidatos, se estas eleições foram alguma coisa, isso não será seguramente expresso pela palavra “vitória”, aliás se tivéssemos de escolher uma palavra que ilustre na perfeição o que se passou em Portugal no dia 25 de Maio de 2014 nas eleições europeias, essa palavra seria “Derrota”.
Derrota desta Europa, que não é «União», que não é solidariedade e que falhou as suas metas. Derrota de uma certa visão da Europa, a quem a Alemanha tudo vai impondo, acolitada por alguns países do norte da Europa. Derrota dos politiqueirotes nacionais, numa campanha penosa que se arrastou perniciosamente entre a ilusão, a meia verdade e a obscuridade das mensagens de alguns partidelhos onde criaturas alucinadas vociferavam contra tudo e contra todos. Por fim derrota de uma sociedade, de todo um país, neste caso Portugal, que não consegue mobilizar-se para discutir com seriedade as questões sobre a permanência e ou a saída do projecto Europeu.
A votação propriamente dita, revela duas conclusões que julgamos que parecem óbvias, os políticos portugueses são uns asnos, uma Corja inclassificável. Bastou-nos ontem ver os discursos, do camarada Cassete Ferreira, de Assis e da dona Marisa, bem como as reacções efusivas da maralha partidária arregimentada para agitar as bandeirinhas e dar aqueles gritinhos disparatados, para percebermos o quão patético tudo aquilo foi, uma verdadeira catarata de cretinice a cair em catadupa sobre todos os patetas que como nós perderam tempo a ouvir aquelas tristes figurinhas.
Uma nota de apreço pelo enfiar da viola no saco do PSD, que pela voz quer do senhor Coelho, quer do senhor Rangel, tragaram a pílula, sinceramente acreditamos que ambos já esperavam, esta aparente derrota, que não o foi pois lá conseguiram uma meia dúzia de tachitos para os amigos andarem a passear pela Europa a fazer de conta que alguém lá pelo parlamento Europeu verdadeiramente se importa com semelhantes patetas, uma nota também para saudar a eleição dessa figura impar da peripatética política nacional, Marinho Pinto, estaremos atentos para ver o que este camarada fará.
Por último, a segunda conclusão, por demais evidente, foi a que estas eleições provaram que temos um povinho de imbecis, canhestros, um povinho de amebas, de alforrecas sem espinha, um povinho acéfalo, o que dá um jeito tremendo à maralha politiqueira. Para além de não terem ido votar, os imbecis que foram, tiveram a nada inteligente decisão de votar nas mesmas alimárias do costume, tinham quase uma vintena de pequenos partidos que poderiam ter utilizado para expressar o descontentamento em relação à vergonha em que este país caiu, mas não, as bestas quadrúpedes, foram exactamente votar nas mesmas lesmas vorazes que há 40 anos os pilham, ora digam lá se isto não é um povinho intelectualmente superior, a existir alguma vitória foi uma verdadeira vitória das bestas quadrúpedes.
* Esta crónica feita escrita na segunda-feira imediata ao dia das eleições, alguma incorrecção na informação deve-se a esse facto.
Francisco Pereira
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