Eu quero ser bancário da Caixa
07-09-2018 - Joaquim Jorge
Não discuto a justeza da luta dos trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos, todavia verifico uma certa acintosidade com laivos de inveja e ciúme pelos professores, tendo em conta poder-lhes ser contado os famigerados 9 anos 4 meses e 2 dias, que é um direito não um favor.
Os cínicos alegam que os professores não são avaliados, progridem automaticamente, ganham muito, não fazem nada, blá- blá- blá. Vamos comparar com os bancários muitos deles não são licenciados.
Eu já sabia de algumas regalias dos bancários, mas não pensei que fossem tantas:
1 – Reformas antecipadas a partir dos 55 anos, sem penalização a partir dos 60 anos.
2 – Progressões automáticas por antiguidade. A CGD tem 18 escalões, quando um bancário permanece um número de anos num escalão passa automaticamente para o seguinte.
3 – A CGD paga diuturnidades a cada cinco anos, uma anuidade em média de 400€ anuais.
4 – A CGD é responsável pelos serviços sociais, que são únicos no panorama de saúde em Portugal, existem para além do SAMS, a que todos os bancários têm direito.
5 – Crédito à habitação em condições muito vantajosas com juros baixíssimos.
Desculpem-me a CGD não é constituída por capital maioritariamente do Estado! O Estado português não injectou elevadas quantias em dinheiro dos impostos de todos os portugueses durante a troika?
As regalias e condições que usufruem os seus trabalhadores estão a anos-luz de outros funcionários públicos.
Eu sei que é feio, mas é de ter inveja e ciúmes das benesses dos bancários da Caixa.
Infelizmente somos um país de quintais, a ver qual é o melhor quintal e quem tira mais partido do Estado, apetece dizer , “eu quero ser bancário da Caixa”.
O país deveria ser mais igual e mais justo, mas não o é nem nunca vai ser.
Biólogo, fundador do Clube dos Pensadores
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