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A Propósito da Greve dos Enfermeiros

31-08-2018 - Henrique Pratas

Como vocês sabem por definição “greve” é a cessação coletiva e voluntária do trabalho realizado por trabalhadores com o propósito de obter direitos ou benefícios, como aumento de salário, melhoria de condições de trabalho ou direitos trabalhistas, ou para evitar a perda de benefícios. Por extensão, pode referir-se à cessação coletiva e voluntária de quaisquer atividades, remuneradas ou não, para protestar contra algo.

Como a própria definição contempla no período de greve não há remuneração.

Escrevo-lhes isto a propósito de quê? Da greve dos enfermeiros que decretaram 5 dias de greve, como todos os direitos que lhe assistem, só a única coisa que não lhes assiste é que se desloquem para o seu local de trabalho e como existe um registo de entradas de saídas de trabalhadores, façam a s picagens como se tivessem normalmente a trabalhar sem o estarem, isto ocorre apenas para não deixarem de auferir os 5 dias de greve a que se propuseram realizar.

Entendo que as pessoas têm que ser coerentes se estão em greve muito bem não existe prestação efetiva de trabalho, mas também não existe remuneração relativa aos 5 dias de paralisação, estas habilidades de se deslocarem ao seu local de trabalho e permanecerem lá sem atenderem ou desempenharem as suas funções não me parece adequado, nem a esta nem a outras classes profissionais que enveredaram por este “esquema”. Ponho a tonalidade nos enfermeiros porque nestes últimos 5 dias de greve em algumas Unidades de Saúde, onde se encontravam em greve surgiram casos de emergência e ninguém mexeu um dedo, isto é indigno e deplorável se estão em greve não estejam no seu local de trabalho, para não prestarem um serviço que faz parte integrante das suas funções. Sei de situações de pessoas que tinham sido operadas e que apareceram no Centro ou Unidade de Saúde para fazer o penso ou tirar o dreno e nenhuma das enfermeiras se mexeu ou tomou a iniciativa para o fazer, isto é indigno para os utentes e para quem precisa de ser ajudado.

Para além destas situações gera-se a “guerra” dos números os sindicatos dizem que são 95% de aderentes o Governo queda-se por números muito menores entre os 20 e os 30 % e nós comuns dos cidadãos ficamos na dúvida quem terá razão. Por mim se os enfermeiros vão aos serviços e fazem a picagem do ponto não estão em greve, deviam estar a exercer as suas funções pois a sua entidade patronal não lhe vai descontar nada. Entretanto as crianças do IPO do Porto, são tratadas dentro de contentores porque não há dinheiro para fazer um Hospital para tratá-los como merece qualquer cidadão deste País.

Este é outro paradigma dos tempos “modernos”, no meu tempo quando se faziam greves ninguém mas ninguém fazia estas habilidades, agora com a carístia de vida e porque a maior parte dos trabalhadores não é aumentada há mais de 10 anos, ninguém se pode dar ao luxo de ficar sem 5 dias de vencimento e então recorre-se à estratégia que invoquei e que não critico.

Estamos e vivemos numa sociedade promiscua onde os trabalhadores têm que recorrer a habilidades, truques, expedientes para “passar” a perna à entidade patronal e esta faz a mesma coisa em relação aos trabalhadores, vivemos numa era sem valores, princípios, honestidade intelectual e moral é o salve-se quem poder, tenho alguma curiosidade em ver como é que isto vai ser daqui a 10 anos se ainda cá andar.

Henrique Pratas

 

 

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