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I - MÁFIAS
A MÁFIA INFILTRADA AO MAIS ALTO NÍVEL DO GOVERNO E DO APARELHO DO ESTADO ITALIANO E NÃO SÓ

10-08-2018 - Pedro Pereira

O governo de Itália listou recentemente os membros da maçonaria nesse país. Após uma investigação policial, revelou que os principais políticos em exercício de poder recebem ordens dessa organização secreta para influenciar a política do governo.

No âmbito das novas leis entretanto criadas e a entrar em vigor, todos os políticos serão forçados a declarar publicamente se são membros de uma organização maçónica ou de outra organização secreta. O incumprimento da lei pode resultar em penas de prisão.

A legislação criada para este efeito foi proposta após terem sido efectuadas rusgas policiais nas instalações das quatro maiores obediências da maçonaria em Itália, onde foram referenciados 193 maçons ligados a mafiosos constantes de listas dessas organizações criminosas sicilianas, nomeadamente a Cosa Nostra e a N’drangheta.

As descobertas foram tornadas públicas no passado mês de Fevereiro pela comissão antimafia do parlamento italiano, que alegou que os mafiosos usavam reuniões secretas para fazer negócios com políticos e empresários. As leis propostas pela comissão proíbem os magistrados de serem membros da maçonaria e obriga os funcionários públicos a dizer se são membros dessa organização.

Rosy Bindi, presidente da referida comissão, afirmou que esperava obrigar os maçons a compilar as listas de todos os membros das suas organizações, tendo ainda referido que cerca de 25 por cento dos nomes que foram encontrados nas referidas listas eram apenas iniciais ou em código.

  A ameaça de acabar com o segredo maçónico provocou uma onda de protestos por banda dos seus membros que afirmam que a lei foi inspirada na proibição das ordens maçónicas decretada em 1925 pelo ditador fascista Benito Mussolini.

De acordo com Stefano Bisi, Grão-Mestre do Grande Oriente de Itália, a maior ordem maçónica desse país, que possui nos seus quadros 23.000 membros: "Estas novas propostas são um retrocesso e uma verdadeira proibição fascista, constituindo uma ameaça mais ampla para a democracia como um todo”.

Bisi, de 60 anos, ex-jornalista e deputado, supervisiona o Grande Oriente de Itália a partir da sua sede, localizada numa elegante vila do século XVII, cercada por jardins alinhados com palmeiras perto da colina Janiculum, em Roma. O orgulho da decoração dessas instalações é um retrato de Giuseppe Garibaldi, que lutou para unificar a Itália e foi Grão-Mestre da ordem. "Se algum mafioso se infiltrar na nossa ordem, possuímos um bom registo que nos permite expulsá-lo", afirmou Bisi, acrescentando, "Cento e noventa e três casos entre 17.000 membros e candidatos na Sicília e na Calábria representam cerca de 1 por cento".

O deputado Bisi disse que os maçons italianos estavam correctos em manterem a sua filiação no âmbito do secretismo, devido ao preconceito existente contra eles em Itália, que remonta aos tempos do regime fascista, mas também, ligado à hostilidade da igreja católica romana para com a maçonaria. "A Igreja Católica excomungou-nos em 1738, mas nunca queimámos ninguém", afirmou. Bisi admitiu que a reputação que a maçonaria italiana sofreu na década de 1970 com a descoberta e escândalo público da famigerada Loja maçónica P2, do Grande Oriente de Itália, que esteve implicada em casos de corrupção, associada também à suspeita de assassinato do banqueiro Roberto Calvi, em Londres, e onde uma extensa lista dos seus membros incluiu chefes dos serviços secretos, magistrados, militares, e um ainda jovem Silvio Berlusconi entre outros políticos poderosos.

No entanto, e de acordo com Bisi, os maçons italianos estavam particularmente envolvidos em trabalhos de caridade. Acrescentando que, "Todo o cidadão tem o direito de declarar publicamente ou não se frequenta uma igreja, uma mesquita, uma associação ou mesmo os escoteiros" (…) "Por que é que tem de existir a obrigação de declarar se é maçon?".

Podem-se contar numa lista de maçons do 33º grau do Rito Escocês Antigo e Aceite ao longo da história da maçonaria, personalidades políticas de direita e de esquerda, e tanto “amigos” quanto “inimigos”:

- Chaim Weizmann, Benjamin Netanyahu, Shimon Peres, Yitzak Rabin, James Rothschild (um filho de Victor Rothschild), Jacob Schiff, Felix Warburg, Paul Moritz Warburg, Lenin, Leon Trotsky, Joseph Stalin, Frederick Engels, Karl Marx, Mikhail Gorbachev, Tony Blair, Jimmy Carter, Dick Cheney, Bill Clinton, Walt Disney, Allen Dulles, John Foster Dulles, Gerald Ford, Henry Ford, Al Gore, Billy Graham, Richard Holbrooke, J. Edgar Hoover, Col. Edward Mandell House, Lyndon Baines Johnson, Henry Kissinger, Helmut Kohl, Lyman Lemnitzer, Robert McNamara, Henry Morgenthau, Príncipe Phillip, Colin Powell, Ronald Reagan, Franklin D. Roosevelt, Theodore Roosevelt, Harry S. Truman, Earl Warren, Rei Frederico II, Giuseppe Garibaldi, Alexander Kerensky, Rei Hussein, Francois Mitterrand, Olof Palme, Gerhard Schroeder, Rudolph Steiner e H.G. Wells, entre outros.

Pedro Pereira

(continua no próximo número)

 

 

 

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