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O que eu penso sobre…

10-08-2018 - Francisco Pereira

As migrações, foram, provavelmente sempre serão factores de destabilização, por mais afinidade que o migrante tenha com local e com a populaça autóctone onde decide ficar a residir, o choque é inevitável, em maior ou menor grau, maior será se a cor a religião e a matriz cultural forem substancialmente diferentes, estamos fartos de ver que assim é, hoje como ontem, apesar de eu acreditar que já fomos mais tolerantes.

Os Europeus de hoje assistem aos primórdios dessa mudança, nada que não tenha acontecido ao longo da história deste velho continente, a Europa está em mutação, as migrações vem mudar a face desta velha e gasta Europa, do inevitável caos que mais 100 menos 100 anos se irá dar, esperemos que renasça uma nova Europa, capaz de corresponder aos desafios que lhe serão postos.

A Europa acredito que vá soçobrar, vitima do seu próprio sucesso, a miragem do Eldorado, faz acorrer a este continente, gentes dos quatro cantos do mundo, acontece porém que a este ritmo, o que nos espera a todos muito provavelmente é a falência, a insolvência a desordem a fome e o caos, porque um outro factor relevantíssimo veio igualmente concorrer para a possível deterioração da Europa, as muito faladas e por muitos negadas alterações climáticas.

“Catastrofista” estarão alguns de vós a pensar sobre a minha pessoa, tento não ser, acredito ser realista tendo sopesado com ponderação os dados actuais para elaborar este cenário, que se bem que possa ser dramático, não será catastrófico ou sê-lo-á tanto como foi a queda de Roma, sendo que tudo isto que hoje escrevo não passa de uma mera hipótese, de meras conjecturas, se tudo correr bem daqui a 100 anos o meu trineto lerá estas linhas e dirá; este meu antepassado era um cromo dos difíceis.

Ainda assim vejamos, os sistemas desta Europa social estão no limite quase esgotados, muitos estão em falência ou em pré falência, França, Reino Unido, Holanda, Alemanha tal como Portugal, estão com a sua segurança social à beira da ruína. As causas desta ruína, são iguais em todos os sítios, a própria Suécia está a experimentar problemas nesta área. O envelhecimento da população as baixas taxas de natalidade, a pressão das populações de migrantes, vindas de países do terceiro mundo, a crise económica, a má gestão, são as causas próximas.

O modelo do Estado previdência está esgotado, está em crise, a Holanda aprovou legislação que impõe a todos os não nacionais, que queiram residir em território holandês, a obrigatoriedade de frequentar um curso de 600h, para depois fazer um exame para a obtenção da nacionalidade holandesa, tendo o prazo de 5 anos para realizarem o curso e o exame, findo o qual serão multados, e finalmente expulsos do país. Se isto acontece na Holanda, o paradigma europeu da liberdade e igualdade, convém que nos questionemos porquê, será populismo, coisa da moda tão ao gosto das Esquerdas libertárias, será xenofobia, racismo?

Acredito que não é nada do anteriormente exposto, a resposta é bem mais simples, acredito eu que os holandeses estão fartos de alimentar e engordar com o dinheiro dos seus impostos quem depois de gordo e bem tratado lhes morde a mão. Esse é um facto real ou apenas percepcionado, ocorre em muitos dos países onde existem grandes comunidades migrantes. Estou a culpar os migrantes, não. Estou simplesmente a constatar que eles são parte da equação do problema, talvez nem sejam a parte mais importante.

A Europa como a conhecemos, é uma espécie ameaçada, se acabar não será necessariamente mau, a evolução talvez traga o advento de um avanço da espécie que permite outras visões sobre o mundo, visões mais solidárias, mais humanistas, agora que temos um problema, temos, que não conseguiremos auto-financiar este modelo europeu de Estado providência, por muito tempo, não conseguiremos.

Devemos fechar as fronteiras, talvez quem sabe, devemos expulsar os migrantes ilegais, estou inclinado para o sim, mas também tenho dúvidas, precisamos de migrantes, no caso de Portugal não creio mesmo que precisemos, bastaria dar-mos condições decentes a todos os que fizemos sair do país e que já não devem voltar, toda essa gente jovem, que terá filhos noutros países, que porá a sua muita formação e experiência noutros países, que pagará impostos e enriquecerá outros países, porque o seu país gerido como é por ineptos foi incapaz de os manter cá onde deviam estar.

Precisamos de pensar muito, de reflectir ainda mais, de repensar e de voltar a reflectir, sim sem dúvida, posições extremistas quer dos racistas de extrema-direita e extrema-esquerda quer dos liberalismos de porta, não me parecem ser boas soluções, o bom senso tem de imperar. Algo porém é verdade, temos de fazer alguma coisa, pois corremos o risco grave de passarmos a espécie em vias de extinção. Provavelmente não será combater as migrações, nem tão pouco receber toda a gente, como em todo na vida o segredo está na temperança, ajudar sim, acolher sim, mas dar condições, proteger mas ao mesmo tempo exigir respeito, exigir respeito pelas regras e Leis nacionais.

Francisco Pereira

 

 

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