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SOMOS TODOS CAPADOS?

29-06-2018 - Henrique Pratas

Utilizando o título do texto do Francisco Pereia, publicado no Noticias da semana passada, mudei-lhe apenas a palavra, CAPAZES, por CAPADOS e obviamente que o conteúdo do texto vai ser diferente.

Ora isto vem a propósito da nossa maneira de estar na sociedade, dizemos que sim a tudo, não somos capazes de lutar pelos nossos direitos, perdemos a nossa identificação, refilamos nas costas não somos capazes de assumir e pegar de frente as atrocidades que todos os dias nos são apresentadas, somos submissos, incapazes de dizer que não quando nos tentam vender gato por lebre enfim andamos para aqui há espera que surja uma mão invisível, como o Adam Smith, preconizava para a resolução dos problemas que surgiam na economia, assim anda a maior parte da população portuguesa há espera que as coisas mudem sem que nada façam para isso.

Há um ditado popular que afirma “que quem quer bolota trepa” isto é a mesma coisa do que afirmar que as coisas não caem do Céu e se querem que a vossa vida mude terão que lutar para que isso aconteça, não podem estar à espera que alguém lhe leve o “cabaz” das compras a casa, porque ninguém o fará. Se não deram por isso, a nossa sociedade está cada vez mais individualista, cada um está preocupado apenas com o seu bem-estar os outros que se lixem ou querem lá saber, foi para esta situação que nos empurraram e nós deixámos e esta posição ou forma de estar é que é lamentável, quanto mais nos encolhemos mais nos carregam em cima e cada um de nós tem uma carga de um tamanho tal que não sabemos como a aligeirar, ou para o fazermos o trabalho a desenvolver vai ser tremendo e com uns custos associados tremendos, mas a culpa se é que que ela pode ser atribuída só a nós nos diz respeito, acreditámos em quem não devíamos, voltamos a confiar nessas mesmas pessoas apesar dos desmandos que elas cometeram, nós por natureza somos “mansos”, não os temos no sitio nas alturas certas ladramos mas não mordemos e há quem saiba disso e tire o devido partido disso.

É por estas e por outras razões que as assimetrias entre pobres e ricos e pobres em Portugal estão cada vez mais acentuadas, os mais novos não procriam, os mais velhos teimam em viver mais tempo, a nossa sociedade está a caminhar para um envelhecimento, a precaridade aumenta, as designadas politicas ativas de criação de emprego não são desenvolvidas, apesar de se terem realizado estudo e mais estudos sobre esta matéria, as medidas não são colocadas em prática porque o poder político não tem vontade, não quer ou não pode colocar as medidas que constam dos diferentes estudos realizados e cofinanciados pela União Europeia em prática. Por razões deontológicos não posso entrar muitos nestes terrenos curtos, porque conheço de perto a realidade e na minha humilde opinião nós não ficamos bem na fotografia, quando um dia alguém perguntar em que é que foram empregues tantos milhões vindos da União Europeia a título de fundos Comunitários. Esta matéria dava para fazer uma excelente tese de doutoramento.

Mas voltando ao tema andamos a fazer “medicina preventiva” e não “curativa”, sai-nos muito mais cara e não resolve os problemas apenas os adia é como se tivéssemos uma doença maligna e andássemos a tomar uma aspirina, ben-uron, aspegic ou outra substância à base de ácido acetal cítico, nem faz bem nem mal, apenas andamos a adiar o problema, ou se quiserem a empurrá-lo com a barriga para a frente, prática muito comum e frequentemente utilizada na realidade portuguesa.

Como um companheiro meu de faculdade disse um dia a um professor a propósito de uma “receita” para a resolução das medidas de política económica em Portugal “é a mesma coisa que andarmos a mijar para o Tejo para ver se ele enche”. Por mais que nos custe é o que andamos a fazer e ele teima em não encher mas nós não paramos de mijar, ainda não conseguimos ver que não são estas as medidas a tomar, enfim, andamos entretidos, fora de nós, alineados com o campeonato do mundo de futebol e preocupados com o que se passa no Sporting Clube de Portugal e noutros clubes de futebol por causa dos milhões que por lá passam. Admiram-se do quê? Receitas de jogos e de quotas não dá sequer para pagar a eletricidade dos jogos, onde é que se vai arranjar os milhões que esta “indústria” designados por alguns movimenta, milagres não há seriam bom que se investigasse a fundo tudo o que se passa no Mundo do futebol nacional , mundial e nas respetivas organizações que tutelam esta atividade e encontrassem os locais de onde são oriundos os tantos milhões que são movimentados, iriamos ficar surpreendidos ou talvez não.

Mais uma vez vos escrevo que se não invertermos a tendência que atualmente estamos a colocar em prática a extinção da nacionalidade portuguesa tende para a extinção, já agora e se não for pedir muito gostaria que os que ficassem como “semente” fossem genuínos e inteiros.

Henrique Pratas

 

 

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