LIBELO: CONTRA QUEM TEM MATADO A GLÓRIA E A NOBREZA DE ABRIL
16-05-2014 - Andrade da Silva
Muitas Isábeis, muitos jorges encartados e militantes de partidos acima de todas as suspeitas, anti-fascistas encartados falam do acto heróico e transcendente do 25 de Abril 74 de um modo abjecto.
Falam desses capitães, tenentes, sargentos, soldados e povo do Pragal, Lisboa , Alentejo, Portugal, como gente que já foram, são passado matado, mas foram os grandes heróis da mudança, e, esta, clara afirmação nada tem de saudosismo serôdio, ou narcisismo como, também, alguns que estiveram em Abril e em Novembro, ou em algum olimpo divinal, pretendem insinuar.
Todavia nestas evocações conta muito mais, para além do orgulho pela prática deste acto histórico, com paralelo no 5 Outubro de 1910 e no seu estandarte humano do heroísmo Machado Santos, o imperativo categórico de manter viva a coragem, a determinação das gerações anteriores para defesa e construção da liberdade e do desenvolvimento.
Para construir o Futuro é mesmo preciso ter na alma e no coração o que se pode e deve cantar com Cristina Marinho Mendes, assim:
(...) desceram homens sem medo
marujos soldados «páras»
que não queriam o degredo
dum povo que se separa.
E chegaram à cidade
onde os monstros se acoitavam
era a hora da verdade
para as hienas que mandavam
a hora da claridade
para os sóis que despontavam
e a hora da vontade
para os homens que lutavam.
Ou mais objectivamente com o Nuno Melo deste modo:
"O curioso é que aparentamos (refere-se aos mais jovens, mas gente mais antiga pensa de igual modo sobre as gerações dos anos 60,70 e 80) ser de geração espontânea ou com ligação directa ao criador.
Esta última hípotese esplicaria a facilidades que tivemos e o direito divino à saúde grátis (embora a paga com seguro de saude que nada abrange seja melhor), à educação grátis - mesmo a que é comprada por uns papalvos (pais) numa qualquer universidade privada; ao direito de fazer férias pelo globo (sim porque somos cidadãos do mundo); ao direito de ser possuidor de um veículo que os mesmos papalvos pagaram, ir a todos os festivais de verão e fazer um erasmo porque fica bem no CV; a nós já não nos contenta o "dr" somos todos Doutores... Mas como pagam mal aos Doutores Divinos neste país continuamos a depender dos papalvos para pagarem uma mesada que contribui para encher a despensa, pagar a creche dos filhos (netos dos papalvos) ou a prestação da casa ou do carro - ambos à altura daquilo que julgamos merecer...engraçado se calhar detestamos tanto os nossos progenitores precisamente por nos lembrarem que não somos evoluídos nem independentes como julgamos..."
Todavia, as milhares de isabeis, jovens que pensam que toda a geração de Abril e a anterior são pura bosta, ladrões e mafiosos, têm culpa por serem tão injustos, inumanos, como os que têm matado todos os sonhos de Abril, mas os mais responáveis são o militares de Abril que cedo o abandonaram; os muito dirigentes politicos, sociais e culturais que só usaram a liberdade e a cultura em proveito deles e das elites, sobrinhos e afilhados, como é o caso, entre outros, de Graça Moura.Tal gente, tudo esqueceram, tudo reduziram aos seus interesses conspurcados, e nunca valorizaram essa grande património de coragem, patriotismo, sonho, utopia consubstanciada na aliança Povo-MFA.
Da minha parte não desejo nenhum regresso ao passado, Ontem, hoje e sempre luto, desejo, sonho com o regresso ao Futuro, mas como diz Nuno Melo: não há milagres, nem geração espontãnea. Temos, sim, de lutar, construir, dar testemunho, desde logo da conquista da dignidade: ser cidadão, e, nomedamente, ser mulher em Portugal.
A isabel que fala no cibero- espaço é uma defensora da abstenção, é uma pessoa injusta, mas o libelo do seu acto injusto cai sobre os que matam Abril, reescrevem a história, prendem, matam, isolam e descredibilizam os obreiros desse grande feito de Abril, na vã e perversa esperança de ganharem o poder, mas simplesmente perderão.
É tão simples, se a Isabel, as Isabeis, acham que os tais capitães de Abril são trampa, apesar do seu heroismo de há 40 anos e da dignidade das suas vidas actuais, julgam ainda muito pior os burocratas, sem coragem que negam a HEROICIDADE e o PAPEL HISTÓRICO VITORIOSO daqueles jovens concretos. TODOS JUNTOS NESTA IGNOMÍNIA MATARÃO PORTUGAL.
Infelizmente e tragicamente para as Isabeis, as Marias, os Silvas e os zés tudo isto será muito,muito,trágico e desgraçado.
Concordo, no entanto, com a Isabel que vivemos num tempo e campo fechados de subesenvolvimento e mafioso, e, por isso, e, desde há muito, grito e alerto para a necessidade de lutar, com novas forças e gentes, para vencer o grande assombramento destes tempos, mas...
Todavia, ainda pode ser tempo de vencer:
Lutemos e condenemos os que criaram o terreno para as sementeiras trágicas da Isabel crescerem, proliferarem e nos submeterem, ou consentirem uma nova escravidão colonialista.
POR PORTUGAL PRESENTE!
andrade da silva
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