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A TELENOVELA COR DE ROSA DO BALTAZAR

22-06-2018 - Pedro Pereira

Desde os alvores da geringonça que o país vive emerso num mundo virtual apartado do resto do planeta.

A comunicação social, sobretudo a televisiva, bombardeia a toda a hora os portugueses com notícias catastróficas dos restantes países (e mares) que povoam o mundo, enquanto que Portugal é retratado como um oásis no meio das catástrofes sociais, políticas, económicas e até da natureza.

O povo encontra-se mergulhado numa espécie de telenovela inspirada no filme: “Alice no País das Maravilhas”, sendo que a personagem substituta da Alice é um Baltazar e o País das Maravilhas encontra-se quase todo pintalgado de cor-de-rosa cueca.

Os cidadãos são bombardeados a toda a hora através dos meios de informação, nomeadamente das têvês, com “noticias” cozinhadas. Umas deturpadas na origem, outras à chegada, de acordo com os desígnios obscuros do gordo Baltazar e seus acompanhantes.

Desde que o país mergulhou no mundo cor-de-rosa, a dívida pública aumentou exponencialmente, estimando-se actualmente em 250.000 milhões de euros (continua a crescer todos os dias), enquanto que a dívida particular triplica já este valor.

No contexto do guião desta telenovela, o governo geringonço provê e/ou alimenta com desvelo operações “noticiosas”, de forma a alienar o povo quanto ao verdadeiro estado da nação, não vá ele acordar e revoltar-se borrando o cor-de-rosa com outras cores.

Mais vale prevenir do que remediar…

Em simultâneo, englobado na estratégia de alienação de massas, as agências de (des)informação ao serviço dos geringonços vem tratando de manter em silêncio os órgãos informativos relativamente ao ponto da situação sobre casos do foro criminal de grande envergadura e escândalos associados que correm nos tribunais, que afectam a economia e a vida de muitos milhares de cidadãos portugueses, como o caso BES, Sócrates, Lima, EDP, vistos Gold, PPP’s e outras sinistras e correlativas macumbices, sem falarmos da corrupção endémica que assola a nação desde os escalões sociais médios até aos mais altos escalões da política e da magistratura.

Sobre estes casos, nas últimas semanas, o silêncio caiu como um pano negro sobre estes e outros sinistros processos. Estão assim, fora da vista e dos ouvidos do conhecimento público. Em sua substituição, para manter o povo quedo e entretido, criaram-se diversões circenses como a questão da eutanásia, levada a votação à martelada na Assembleia da República à revelia dos mais elementares princípios democráticos como se os portugueses fossem débeis mentais, sem discussão pública nem referendo.

Para o leitor que não se recorde, este tema fraturante da sociedade portuguesa não constou (nem consta) nos programas dos partidos que concorreram nas últimas legislativas.

Mas também se entretém o povo com o inenarrável folhetim do Sporting, mais os desafios de futebol em doses industriais e correlativos comentadeiros em volta de mesas quadradas, redondas e bicudas, ocupando diariamente de manhã à noite (e até de noite) durante horas a fio os espaços televisivos, mais os “noticiários” das têvês reportando o presidente Marcelo a tirar selfies em eventos culinários, em plantações de beterrabas, em festivais do burrié, em concertos de música pimba, nas sardinhadas, nas feiras do alho porro, no festival da batata com grelo, na feira dos nabos com rama repolhuda, e por aí fora…

Criatura simpática e inteligente, enche os écrans com largos sorrisos, abraços e afectos, apelando permanentemente ao entendimento entre todos os partidos com o fim de se gerar assim como que a modos uma espécie de união nacional, quando não (vai avisando de forma subliminar) face à insegurança que o mundo atravessa e em particular a UE, o país pode vir a afundar-se na desgraça.

Estes são alguns dos exemplos da confecção de programas recreativos criados pelas tais agências de (des)informação ao serviço da geringonça (o leitor que recorde mais uns tantos… e são muitos), para consumo do “bom povo” português a fim de que este não se ocupe com matérias que versam a vidinha dos intervenientes nos famigerados trambiques (termo eufemístico, é claro) acima titulados, engendrados pelas classes política e económica dominantes do país.

Pedro Pereira

 

 

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