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PS vs. José Sócrates

25-05-2018 - Joaquim Jorge

É incompreensível a postura do PS, em relação a José Sócrates. O pretexto foi Manuel Pinho para se afastarem, de vez, de José Sócrates. Manuel Pinho é suspeito de alegados pagamentos do GES a si, enquanto Ministro da Economia de Sócrates para favorecer a EDP.

O PS, até agora, pela voz de António Costa nunca teceu juízos de valor alegando a separação da justiça da política.

Como o PS a nível de cúpulas nunca tomou uma posição a favor de Sócrates também não deveria tomar esta posição de afastamento.

Dá azo a várias interpretações e próximas ao Congresso do PS que se inicia a 25 de Maio, o assunto tomará proporções inimagináveis. Agora que Sócrates bateu com a porta e deixou o PS.

Carlos César sente-se envergonhado, João Galamba está incomodado, Augusto Santos Silva acha que são suspeitas de crimes gravíssimos, por fim, António Costa entende como uma desonra para a democracia.

Como diz Victor Lasky (colunista americano): “na política não há amigos, apenas conspiradores que se unem". No PS de hoje, alguns têm medo do futuro e os outros têm medo do passado.

Esta táctica concertada só tem um fito. Há muito tempo que o caso Sócrates é muito embaraçoso para o PS, este foi o momento de se demarcarem.

Vamos ver se favorece o PS nas próximas eleições ou se o prejudica. Os portugueses não apreciam linchamentos e ingratidão.

O PS escolheu este momento para dar a machadada final a Sócrates. Este corte do cordão umbilical foi cruel. O PS não podia esconder o problema, Sócrates era um destacado militante socialista e primeiro-ministro de Portugal, mas por outro lado, quem teve uma posição equidistante até aqui, esperava pela conclusão da justiça.

A reportagem da SIC teve efeitos enormes nas cabecinhas dos socialistas e o receio que os portugueses mudassem o seu sentido de voto.

Alexandre Dumas, (romancista francês), dizia: “há favores tão grandes que só podem ser pagos com a ingratidão”. José Sócrates foi tão amigo de tanta gente e ajudou-os a catapultar para o lugar onde estão hoje. Mas esta ingratidão também demonstra alguma fraqueza.

A amizade é muito importante na política, mas parece-me que são todos amigos quando há um objectivo comum. O poder é o maior inimigo da amizade.

Biólogo, fundador do Clube dos Pensadores

* escrevo ao abrigo da antiga grafia

 

 

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