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TENHO QUE VOLTAR AO TEMA: EUTANASIA!

25-05-2018 - José Janeiro

“Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas em relação ao universo ainda não tenho a certeza absoluta.” (frase atribuída a Albert Einstein)

É exactamente assim que penso quando se fala de EUTANASIA, nota-se o quanto a estupidez não tem limites.

Estes temas denominados “fracturantes” são entendidos pelos apologistas do contra como temas esquerdalhos, num acto do sou contra porque sim e é giro ser contra temas esquerdalhos.

Ouvindo os defensores do não, ficamos estarrecidos com tamanha sapiência, desde argumentos de confissão religiosa, até argumentos de temor sobre a institucionalização da pena de morte, passando por idiotas comparações e confusões entre liberdade e direito á vida, como se a vida, fosse propriedade privada deles, por imposição ideológica.

Sobre as confissões religiosas os ignaros que utilizam estes argumentos, acham duas coisas básicas: que através da eutanásia não ganham o reino dos céus, porque o deus deles é sádico e exige sacrifícios terrenos e não menos importante, lembraram-se agora do direito confessional á vida, mas em nome desses mesmos deuses cometeram e cometem-se os crimes mais atrozes de privação de vida. Portanto, sobre o tal direito á vida estamos conversados e não lhes reconheço qualquer credibilidade.

Sobre a institucionalização da pena de morte, só pode ser teoria da conspiração, porque isso implicaria retirar a vontade do próprio sobre o seu destino final quando em sofrimento. Ou seja, a injecção milagrosa deixa de ser vontade própria para ser atribuída arbitrariamente como controlo da população. Admito que haja médicos objectores de consciência, admito que haja quem entenda que não queira abreviar o seu fim, seja por esperança, ou por razões pessoais de fé ou outras, mas não admito que não despenalizem o meu direito de decidir sobre mim.

Sobre a confusão entre liberdade e direito á vida, aonde se escudam em argumentos constitucionais, só pode ser anedota, porque a minha liberdade de decisão está em causa, como se fosse um amental que não tenho capacidade para tomar uma decisão sobre mim e necessitar de um tutor de índole confessional para gerir a minha capacidade. Estes rústicos, entendem que afinal a liberdade individual é determinada pelas crenças deles que devem ser seguidas pelos outros quer queiram quer não.

As questões básicas são claras: A EUTANASIA PASSARÁ A SER OBRIGATORIA? e DEI-VOS ALGUMA PROCURAÇÃO PARA DECIDIREM POR MIM SOBRE A MINHA VIDA?

Ambas respostas são: NÃO! Então porque raio estamos com esta discussão estéril?

Esta gentalha complica o que é fácil, seja por interesses, já mencionados, de cariz religioso, seja porque entendem haver cuidados paliativos que dizem controla a dor, física, acrescento, mas e a dor psicológica do estar “naquela situação”, como é? A quem serve economicamente a imposição de meios paliativos? Será para endeusamento dos que actuam nessa área, que assim têm o poder da vida e da morte?

Recentemente um cientista Australiano com 104 anos decidiu que a saída era a eutanásia, porque apesar da lucidez que aparentava estava farto e sentia-se um peso sem qualidade de vida, o que lhe diriam os esdrúxulos que defendem o não? Adorava ouvir uma conversa entre os dois. Igualmente lembro-me, há uns anos, de uma jovem mulher que estava totalmente paralisada e apenas mantinha a cabeça lucida e conseguia expressar-se ainda que totalmente dependente de maquinas para as funções básicas e que dizia querer viver, mesmo naquele estado, tem igualmente o seu direito a decidir sobre a sua vida.

Esta gente dos movimentos pró-vida de inspiração religiosa, não entendem que não têm a propriedade da MINHA VIDA, ela é minha e só minha, e não lhes ADMITO que decidam por mim seja em que situação seja.

Assisto ás intervenções histéricas dos movimentos pró-vida que dizem ter do lado deles a larga maioria do povo Português, desconheço que inquérito fizeram, se foi nas igrejas, sim acredito que a beatitude vá toda atrás do senhor prior, se foi nas pessoas normais (leram bem normais), por certo que não haverá quem apoie a estupidez confessional.

Como esta gente põe “deus” em tudo: “deus deu-me este filho lindo”, “deus salvou-me daquela situação perigosa”, “deus deu-me a vida”, “deus fez com que o meu clube ganhasse”, “deus aterrou o avião (lia há dias numa situação critica)”. Este “deus” é um tarado porque se mete em tudo e em nada de forma inconsciente. Que raio de ser é esse que decide quem vive, quem morre e quem deve sofrer para remissão não sei do quê? Que tarado sádico e pouco lucido acredita nestas patranhas. Deus é uma invenção do homem e não o homem a sua criação. Esse ser desconhecido existe por imaginação humana, plantado há milhares de anos por Moisés que deu origem aos povos do livro, que se tèm matado uns aos outros, para glorificação de uma aberração que NUNCA se manifestou.

Deus não é, nem nunca foi um gajo porreiro, foi sempre uma figura mitológica de controlo de massas pelo medo, pela ignorância e pelo fanatismo, via os seus seguidores que incutiam o medo nos seus semelhantes para os dominarem a seu belo prazer através do desconhecido do além, porque acreditam nesse tal “além” como uma figura etérea, para uns com anjinhos a tocar arpa, para outros com luzes imaginarias, para outros reencarnação, para outros o nirvana inconsciente e para outros virgens em barda. É esta gente que quer impor a sua vontade aos outros num acto de pura democracia religiosa (ironia), transformando as pessoas em marionetas de uma coisa desconhecida e pouco recomendável.

Até para a semana

José Janeiro

 

 

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