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O ENIGMA DO TRIÂNGULO DAS BERMUDAS

04-05-2018 - Pedro Pereira

Existe uma área no Oceano Atlântico, ao largo da Florida, onde ao longo das décadas tem desaparecido incontáveis navios e aviões. Essa zona encontra-se triangulada pelos investigadores e é chamada de Triângulo dasBermudas, nome dado em The Deadly Bermuda Triangle por Vicent H. Gaddis, escritor e investigador, em 1964 na edição de Fevereiro da revista Argosy, uma publicação dedicada à ficção científica.

Zona conhecida também como o Triângulo do Diabo, é limitada por Melbourne (Florida), Bermudas e Porto Rico. O tamanho do triângulo varia de 500000 milhas quadradas a três vezes mais.

A lenda do Triângulo das Bermudas começou pouco depois de 5 aviões da Marinha dos Estados Unidos (Missão 19) terem desaparecido em 1945 durante uma violenta tempestade, no decorrer de uma missão de treino.

Pensou-se a uma dada altura que mergulhadores tinham descoberto os aviões junto da costa europeia, mas a inspecção dos números de série mostrou que se tratava de diferentes aeronaves.

Às 14h30 de 5 de Dezembro de 1945, cinco bombardeiros Avenger descolaram da base Aero Naval de Fort Lauderdale, Florida e tomaram o rumo do Leste. O voo 19 era constituído por uma tripulação de 14 homens, todos alunos dos últimos estágios de instrução, à excepção do comandante, Tenente Charles Taylor.

Era objectivo do exercício ensaiar um bombardeio nas ilhas Rasa de Hens e Chicken a 90 km. A partir da base e uma vez terminada a missão, os Avengers deveriam voar 110 km para leste e depois 115 km para o norte, após o que deviam tomar o rumo oeste-sudoeste e voltar à base, perfazendo os restantes 190 km. Em resumo: fariam uma rota triangular numa área que viria a ser chamada de Triângulo das Bermudas.

Às 15.40h., o piloto e instrutor de voo, Tenente Robert Cox, quando se encontrava quase a pousar em Fort Lauderdale, ouviu uma transmissão radiofónica dirigida a Edward Powers, capitão dos Fuzileiros Navais, que respondeu: “Não sei onde estamos, acho que nos perdemos depois da última viagem”.

Foi tentado o contacto com Powers, mas sem resposta imediata. Minutos depois, Cox estabeleceu contacto com Taylor, o piloto que falara com Powers. O piloto era o Tenente Taylor que disse a Cox que as bússolas não estavam a funcionar. As tentativas de Cox e dos demais no sentido de determinar a localização do Voo 19 eram prejudicadas pelas péssimas comunicações.

Com a aproximação do pôr-do-sol, a interferência atmosférica nos sinais de rádio aumentou. O sol pôs-se às 17h29. Como o mau tempo se aproximava proveniente do Norte, a situação ficava ainda mais difícil. Ninguém sabia o paradeiro do Voo 19. Por volta das 18h00 a recepção melhorou por um leve período. Nessa altura Taylor recebeu ordens para mudar a frequência de emergência para 3000 quilociclos, porém, não o fez, receoso de que ele e os demais aviões ficassem sem comunicações. A interferência das rádios comerciais cubanas e a impossibilidade das restantes emissoras do litoral traduzirem o sinal de treino de Fort Lauderdale isolaram o Voo 19 do resto do mundo.

A esquadrilha do Voo 19 acabou por ser dada como desaparecida. A última transmissão de Taylor foi ouvida aos 07h04. Entretanto a busca iniciou-se e foi pela noite dentro, mas lenta, por causa da turbulência do ar e do mar. No dia seguinte, centenas de aviões e navios foram à sua procura para o alto-mar sem encontrarem vestígios do Avengers e do Mariner desaparecidos. Não foram encontrados nessa altura nem até aos dias de hoje.

O primeiro registo do Triângulo das Bermudas é referido num despacho da Associated Press de 16 de Setembro de 1950, no qual o repórter E.V.W. Jones noticiou aquilo que classificou como “misteriosos desaparecimentos de navios e aviões entre o litoral da Florida e as Bermudas”.

Em carta datada de 4 de Abril de 1975 escrita por Mary Margaret Fuller, um porta-voz da companhia de seguros Lloyd’s de Londres escreveu: «Segundo registos da Lloyd’s, 428 navios foram dados como desaparecidos em todo o mundo desde 1955 e talvez lhe interesse saber que o nosso serviço de inteligência não encontrou provas que corroborem a alegação de que há mais perdas no “Triângulo das Bermudas” do que em qualquer outro lugar. Esta constatação dos factos é acompanhada pela guarda costeira dos EUA, cujos registos computorizados dos incidentes no Atlântico remontam a 1958».

Um dos que abordaram de forma científica os fenómenos havidos no Triângulo das Bermudas foi o professor Wayne Moshejian, físico da Universidade de Long Wood, Virgínia, o qual observou que a partir de 1975, satélites da órbita polar ANOA (Administração Nacional de Oceanografia e Atmosfera), a uma altitude de 1500km, apresentavam defeitos apenas quando se situavam sobre a região das Bermudas. O prof. Wayne crê que haja algum tipo de energia externa sobre a água ou um enorme campo magnético.

Os defeitos nos instrumentos são comuns na superfície marítima do Triângulo, situado onde antes se chamava de Mar dos Sargaços, dada a quantidade de algas e entulho submarino observados nessa área.

Pilotos de pequenas e grandes embarcações, bem assim como de aeronaves referem frequentes mudanças de navegação por bússolas desorientadas. A verdade é que entre 1800 e 1976 foram registadas pesadas perdas de aviões e navios no Triângulo das Bermudas, sem que tivessem deixado rasto ou sobreviventes. 143 desapareceram sem deixar traços de óleo, destroços ou corpos flutuantes. Relatos de testemunhas alarmadas ou gravações de tripulantes prestes a morrer, revelam-nos verdadeiras fitas de terror.

Como exemplos, uma avioneta Cessna 172 foi literalmente apanhada por uma “nuvem” com perda do piloto e pouco tempo depois um avião da Eastern Airlines sofreu perda de altitude aterrando num lugar não programado. Os passageiros verificaram que os seus relógios pararam na hora em que o avião foi sacudido e empreendeu a descida. Por outro lado, a fuselagem estava quase derretida pelo calor.

Um membro da tripulação do Queen Elisabeth II viu um avião em rota de colisão com o seu navio, porém, este desapareceu rapidamente no mar como se este se abrisse para ele.

Alguns oficiais e comandantes afirmam que sentem uma sensação de estranheza e que a visão do mar os engana, parecendo-lhes que não há terra sobre a nave, que o aspecto do oceano muda de cor, que não distinguem o horizonte, isto é, não observam a habitual linha divisória entre o mar e o céu, mas antes, um nevoeiro esbranquiçado ou mesmo verde.

Seja qual for o motivo a região destes fenómenos merece ser estudada, uma análise cuidada por parte de organismos internacionais independentes e científicos de forma a tentarem encontrar uma explicação cabal para o mistério, não obstante de longe em vez sair publicada uma notícia amplamente difundida por banda de alegados especialistas nesta matéria, que invariavelmente refere que o «mistério do Triângulo das Bermudas foi finalmente desvendado».

Pedro Pereira

 

 

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