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O Pequeno Ditador

23-02-2018 - Henrique Pratas

Estava muito longe de pensar em pleno século XXI, o texto que entendo que deva ser escrito, porque eu não acreditava que existissem bolsas de fascistas nestes País mas elas existem e não são tão poucas quanto isso.

O que me leva a escrever este texto são a violação das mais regras elementares da Constituição da República Portuguesa que apesar de trespassada por diferentes alterações que os partidos de direito lhe introduziram, ainda garante os designados Direitos, Garantias e Liberdades dos Cidadãos Portugueses.

Para grande espanto meu, assisto a um Presidente de uma Instituição desportiva a praticar os mais vis atos que violam os princípios enunciados anteriormente, mandando calar os comentadores desportivos do clube a que preside e instigar os adeptos do mesmo a não comprarem nem jornais desportivos nem assistirem a programas televisivos de outros canais a não ser o da Sporting TV.

Quando ouvi isto nem queria acreditar, mas era verdade, pensei, julguei que não podia acreditar no que tinha ouvido, rebobinei e vi de novo, lamentavelmente era verdade, esta atitude ultrapassa a meu ver as práticas utilizadas por Salazar e Caetano, não me recordo ao longo da minha vida, que já é longa, de ter assistido a uma atitude destas, que considero perfeitamente inqualificável.

Entendo que a Instituição desportiva merecia um melhor Presidente do que o que tem mas se os seus sócios decidiram que era este que queriam, respeito, o que não posso aceitar são os comportamentos, a má educação e os atos vis e cobardes praticados pelo “menino”, porque a meu ver nada de bom trás para o desporto português em particular o futebol. Entendo este tipo de comportamento apenas para promover a sua imagem, acredito que a maior parte dos sócios do clube em questão não se revejam neste tipo de comportamento ignóbil.

Aproveitando esta afirmação, a Instituição desportiva, merece muito mais do que tem, mas analisando factos que é que me importa, pelas informações que disponho os seus sócios rondam os 6.500.000, a Assembleia Geral realizada no passado sábado teria no máximo 5.000 sócios e os resultados em percentagem das propostas apresentadas pelo seu Presidente foram de cerca de 90%, vamos trabalhar este exemplo em números certos. Ora fazendo umas continhas pequenas os 5.000 sócios que estiveram presentes na Assembleia Geral do clube representam 0,08% do número total de sócios e se apenas 90% destes aprovaram as propostas apresentadas, quer dizer que apenas 4.500 sócios aprovaram o que o Presidente quis aprovar à viva força. Ora esta aprovação realizada por estes sócios apenas representa 0,07% do universo de sócios leoninos.

Atendendo a este raciocino elementar 99,93% dos sócios não se manifestaram e não quero acreditar que subscrevam as propostas e medidas subsequentes apresentadas pelo Presidente, a ser verdade considero que isto é mau demais para uma Instituição como é aquela que está em causa, acrescento mesmo que isto em nada contribui para a pacificação do mundo do futebol português, que tanta falta faz.

Ir assistir a um jogo de futebol para mim é ir assistir a um prática desportiva de que gosto não é ir para um campo de batalha, recordo-lhes que eu já experimentei isto no tempo tenebroso de Salazar em que não existiam caixas de segurança, o policiamento era praticamente nulo ou muito discreto se quiserem, mas não era de todo o quera hoje, um campo de batalha, era um local onde os adeptos dos clubes que iam disputar uma partida de futebol conviviam de forma educada, salutar, onde se almoçava e se bebiam uns copos, onde se trocavam “galhardetes” com educação e brincadeira salutar, porque depois de o jogo terminar independentemente do resultado a amizade que era o sentimento que prevalecia nestas tertúlias, voltava ao normal e lá se fazia um “esforço” e em sã convivência, independentemente da cor clubística, se iam comer uns bifes e beber umas imperiais.

Os tempos mudaram e quando se esperavam que tivessem mudado para melhor surge um “menino” mal-educado, sim porque ele não é mais do que isso a deitar gasolina para os relvados e a incentivar ódios de estimação, prática que nem Salazar e Caetano ousaram aplicar. Mais com as declarações que já enunciei e mais a proibição anunciada para os comentadores desportivos da Instituição desportiva em causa abandonarem todos os programas televisivos onde se comentam os resultados do futebol português, colocou em causa a integridade pessoal, moral, ética, dedicação e glória de um jogador dessa mesma Instituição que é comentador da SIC Noticias, mais propriamente do programa “Prolongamento” de seu nome Manuel Fernandes, que como todos sabem é funcionário dessa Instituição, que sempre a serviu com dedicação e abnegação, tendo dado várias alegrias ao mesmo, vê-se agora perante uma situação muito delicada sobre o que fazer deixar de ser comentador como lhe foi imposto pelas palavras do Presidente, ou continuar a sê-lo e afastando-se do seu clube do coração.

Uma vez mais escreve este Presidente é um embuste, perigoso, tal como alguém que tem a bomba nuclear nas mãos, objeto que na minha opinião nunca lhe deveria ter sido dado, mas o que é facto é que a tem e pelo andar da carruagem, acompanhado pela falta de respeito que a personagem tem pelos sócios da Instituição, vai fazer muitos estragos. Aliás exemplo disso são os factos do “menino” auferir prémios de jogo, ser pago principescamente e não contente com isso casou-se recentemente com uma funcionária da Instituição que a promoveu rapidamente para que a mesma auferisse rendimentos de nível elevado.

Este é o espelho daquilo que eu gostava que não acontecesse numa Instituição que vai completar 112 anos de existência e como todos sabem foi nesta e noutras instituições que surgiu uma prática democrática, mesmo no tempo da outra senhora, que foi o Associativismo, que a meu ver foi colocado em causa.

Escrevi este texto porque entendo que os comportamentos assumidos pelo Presidente da Instituição em causa são muito perigosos, dignos de um ditador, não me movem inimizades clubísticas, nem pouco mais ou menos, dou-me com todas as pessoas das mais diversas cores clubísticas, como lhes escrevi anteriormente o futebol para mim é apenas um espetáculo onde deveríamos poder ir acompanhados dos nossos filhos, netos, mulheres e os nossos amigos, apesar de as suas opções poderem ser outras sem caixas de segurança e restantes coletes-de-forças que se foram instalando num espetáculo que é para todas as idades, credos, religiões e onde os direitos de cidadania deveriam prevalecer.

Não gostei da atitude do Presidente da Instituição que escrevo e considero-a grave e atentatória do que se encontra consagrado na Constituição da República Portuguesa, nomeadamente no capítulo dos Direitos, Liberdades e Garantias dos Cidadãos, o seu comportamento é semelhante ao de um Hitler em formação, onde a palavra-chave é: quem não está comigo, está contra mim.

Termino, lamentando este tipo de comportamento que considero indigno, mas desejo a todos os seus associados os mais salutares cumprimentos, acompanhados de resultados desportivos com sucesso e de cidadania, porque existem coisas muito mais importantes na nossa via do que o futebol, a amizade, a solidariedade o respeito de uns pelos outros sobrepõe-se a tudo isto.

Henrique Pratas

 

 

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