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8 OU 80

02-02-2018 - José Janeiro

A expressão popular para definir extremos, assenta na exacta medida ao que assistimos por estes dias na voracidade proibicionista, levada ao último redil da falta de inteligência logica por tudo o que deve pautar a vivência social e as liberdades individuais.

A fúria com que assistimos à regulação da vida em sociedade, só é comparável com a mais aberrante ditadura de costumes que encontramos em países com características de uma religiosidade arcaica, ou na idade média europeia, aonde também dominou e se elevou a categoria de inquisição.

Hoje, a moderna inquisição ou polícia de costumes, procura legislar sobre o que será o entendimento de uma vida saudável, num absurdo de manejo da existência desde como nascemos até como morremos… um tédio!

Aqueles que vociferam contra o tabaco, a bebida, os enchidos, o pastel de nata ou o croquete são os mesmos que entendem que um piropo é um insulto, ou que a sedução é um acto de assédio, numa confusão mental de costumes de intelectualite barata, em que querem impor aos outros a sua forma de ver o mundo com unicórnios cor-de-rosa e elefantes a saltitarem de nenúfar em nenúfar.

Estamos assim no 8 ou 80, longe vão os tempos em que o azeite foi proscrito, as couves provocavam o cancro, ou outras aberrações de interesses económicos mais ou menos identificados e obscuros. Hoje perseguimos a liberdade de decisão individual, porque sim, esquecendo facilmente que os nossos avós cometiam estes mesmos pecados de lesa saúde e viviam sem visitar um médico com mezinhas caseiras, porque não eram sedentários e enrijeciam com o ar puro da montanha.

Mas desenganem-se se pensam que só aqui a vivencia do 8 ou 80 se faz sentir, não nada disso.

A CPCJ, que supostamente protege as crianças, ficou muito irritada com o programa “supernanny” mas nada preocupada com o facto de uns pais que “prostituiram” o seu filho com um velho de 80 anos e pelo qual recebiam 30,00€ por abuso, deixando o menor a continuar a viver com os seus pais.

E o caldo entornado por um bilhete de futebol “à pala”, que estará enquadrado na lei do “recebimento de vantagem para cargos públicos”, porque se suspeita de favorecimento sobre um IMI que afinal estará na alçada da Camara Municipal e não no Ministério das Finanças, mas afinal podemos não pagar á Segurança Social ou formar aeródromos que tudo isso é legal mesmo que se diga o contrário. O engraçado no meio disto é que um convite para uma tribuna não tem valor fiduciário, donde não se consegue valorar.

E quando 98 é maior que 99, não, não é uma charada. A coisa conta-se assim, o regimento da AR, exacto acreditem que aquela bosta se chama regimento, indica que nas votações, mesmo havendo quórum, os faltosos contam como votos espiritistas e tal aconteceu em imensas situações deste país, ou seja, mesmo que os deputados presentes decidam de forma diferente conta tudo como se os faltosos afinal ali estivessem. É uma nova forma de votação, a chamada psicofónica clarividente, isto porque se considera a dinâmica de grupo parlamentar. Este facto levanta-me algumas questões: os políticos enchem a boca com a representatividade individual dos deputados, afinal é treta? Mais grave, para que queremos 230 imbecis ali, bastava 1 por partido e a coisa resolvia-se, ou não?

Estes exemplos, da mais profunda contradição sobre a logica das coisas, leva-nos a reflectir sobre se devemos cumprir os proibicionismos e as contradições sobre a logica e se não passarão a ser todos os dias o “dia ao contrário”, que se começa a festejar no mundo no dia 31 de Janeiro. A mente humana tem o seu equilíbrio logico e rejeita tudo o que lhe pareça ilógico, partindo deste pressuposto, fico preocupado com as aberrações que acham estas medidas intelectualmente validas e se esforçam por legislar sobre estes desarranjos de personalidade. É realmente um caso de psiquiatria, tal o transtorno psicossomático destas “coisinhas” que acham que devem impor um mundo só deles.

Não, nem 8 nem 80, no máximo experimentem um 69 e sejam felizes com o consolo da alma e desistam de ser estúpidos.

Até para a semana.

José Janeir

 

 

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