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Democracia subjugada ou democracia responsável

24-04-2014 - Francisco Louçã

O debate recente acerca da sustentabilidade da dívida demonstra claramente algumas das características mais importantes da sociedade portuguesa. De facto, sublinha os seus piores defeitos: uma burguesia subserviente, um poder subjugado, uma democracia mínima, um projecto desistente, um país a esvair-se. A violência contra os signatários de um apelo pela reestruturação da dívida, a perseguição casuística, a demissão de assessores do Presidente, a mobilização das vozes oficiais de Bruxelas, Washington e Berlim e toda a parafernália de situacionismo demonstrou que a questão é a mais importante, a que define, a que escolhe: ou Portugal ou a dívida.

Mas o apelo contra a dívida insustentável também demonstrou que há reflexão, que há pontes que se podem construir, que há resistência e, sobretudo, que há alternativas. Mais ainda, provou que só há alternativas onde houver coragem. Para proteger as pensões, para defender os salários, para criar emprego, é preciso atacar os problemas fundamentais e deixar de perder tempo. Esses dois problemas são a dívida e a austeridade.

Mas há, no fundo, a questão das questões, que é a dos 40 anos do 25 de Abril: quando derrubámos a ditadura, queríamos e conseguimos uma democracia responsável. A sua destruição às mãos da ganância financeira, da mentira tributária, da prescrição dos crimes, da corrupção e do favorecimento, exige uma resposta virada para o futuro: a democracia não pode desistir. Esse é o sentido do combate dos dias de hoje. Hoje, o futuro.

Francisco Louçã

Dirigente do Bloco de Esquerda, Economista, Professor do ISEG

 

 

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