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Supernanny

02-02-2018 - Francisco Pereira

Começo por dizer que não gosto do programa Supernanny, não por nenhum desses argumentos falaciosos do direito à imagem, argumentos pouco sérios, que aduzidos como são por alguns analfabetos só provam que não são argumentos, adiante, não gosto do programa porque o acho uma palhaçada, apenas por isso.

Dito isto, vamos aquilo que o programa teve de bom. As duas sessões do programa “Supernanny” tiveram o grande e infinito mérito de mostrar a falência das famílias, a falência das estruturas familiares em educar correctamente as crianças, que hoje tudo podem, pior, revelou a absoluta fragilidade em que estão os pais preocupados, porque os outros se estão nas tintas e “no pasa nada”, que se encontram entaipados entre os pequenos ditadores e os ditadores, ineptos, dos costumes que a tudo apontam o dedo sem terem solução para nada, note-se que isto só acontece a alguns, pois nós vivemos no país onde uns podem andar com os filhos pela rua todos ranhosos, descalços, faltando à escola e retirando-os da escola quando querem em nome de uma qualquer tradição imbecil que faz gato sapato de tudo o que são Leis deste paíszeco medíocre chamado Portugal, que não se passa nada, já outros, à mínima lá lhes caí a Inefável CPCJ lá da zona em cima, o mesmo se passa se os país forem endinheirados, bêbados e oriundos da velha Albion, a esses ninguém questiona e nem há CPCJ que lhes chegue.

Mais ainda revelou, que os pais, que tenham estes problemas, estão completamente “ao Deus dará”, sem ninguém a quem possam recorrer, não há quem nos oiça e muito menos quem ajude, Deus nos livre de ter de ajudar, de ter soluções práticas, as mais das vezes as soluções prescritas são as mais fáceis, por norma ocorre a “sinalização do caso” que é para fazer de conta que nada se faz.

Outro superlativo mérito que o programa apresentou, foi mostrar que tanto a CPCJ como a outra coisa chama Instituto de Apoio à Criança, não servem para nada, zero, em conjunto valem zero, instituições que se mostraram tão chocadas com o programa, são as mesmas que nunca viram nada, na Casa Pia, nunca viram nada nas adopções da IURD, nunca viram nada daquilo que todos nós vemos diariamente, já agora fico à espera de ver a CPCJ, começar a convocar os pais que pelas redes sociais, publicam todo o tipo de fotografias dos seus filhos, naquilo que é de facto uma gravosa e medíocre actuação de exposição de menores e violação dos seus direitos quando à privacidade e à imagem, fico à espera, de ver isso acontecer. Bem sei que posso esperar sentado!

O terceiro grande mérito que o programa Supernanny mostrou, foi o da falência de uma sociedade que usa e abusa das crianças para se promover e para encherem os bolsos, vejam-se os politiqueiros por exemplo, mas que superlativamente as maltrata, veja-se o código penal miserável que concerne à condenação de abusadores sexuais de crianças, veja-se a questão do transporte colectivo de crianças em autocarros, onde a Lei medíocre e omissa, configura mais uma tragédia à espera de acontecer, acerca disto, infelizmente nunca ouvi uma só palavra por parte das instituições CPCJ ou Instituto de Apoio à Criança.

Como não vejo palavras sobre o miserável processo burocrático de adopção, que leva as pessoas ao desespero. Sejamos honestos, como noutros casos, isto está tudo mal. Mal pensado, mal organizado, pior efectuado. Laxismo, inépcia e incompetência são o mais que se encontra a jorrar em cascata, casos bem sucedidos existem? Estou certo que sim, mas a sua infinidade, face a um tão grande número de imbecilidades colectivas, é gritante e desesperante.

Resumindo, o programa Supernanny, foi excelente, nas duas sessões que foram para o ar, mostrou a realidade miserável de um país miserável que maltrata as suas crianças, mostrou que ninguém sai, como já é quase hábito, bem na fotografia, tribunais, instituições e sociedade, tudo a pecar por uma mediocridade atroz.

Francisco Pereira

 

 

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