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Ano Novo, vida velha!

05-01-2018 - Francisco Pereira

Ora sejam muito bem vindos a 2018, o Ano Novo, igual ao velho. Para não variar começámos com o discurso já tradicional dos aumentos, ele é porque sim, porque chove, porque faz Sol ou porque caiu uma castanha de um banco abaixo, as carpideiras da ganância encontram sempre um motivo para esbulharem sempre mais a já muito depauperada algibeira do povinho palerma.

Nós os patetas, aqui nos quedamos, impávidos, mudo muito serenos, a ouvir falar de reinvenções e demais questões parolas, gizadas para entreter televisores sensaborões ou microfones aturdidos pela penumbra do barulho fosco que atravessa as tardes, sem nada aproveitar a quem quer que seja.

Sua excelência o senhor Presidente quer reinventar, Santana o apóstolo do disparate que agora descobriu que é conservador e católico, fico à espera de ver bordeis nas igrejas abertos, cola-se miseravelmente ao Presidente bem demonstrando que não existe ali um grama de ideias próprias e decentes, Rio afina com o “Joker” nacional, não tem tempo para patetices e faz bem. Agradece Costa e a sua pandilha, entretidos em fazer de conta que está tudo bem e que o país é a oitava maravilha do Mundo, tudo como antes, dir-se-ia.

Uns acoitam-se outros fingem, a maioria assobia para o lado enquanto a oposição faz e conta que o é, sendo apenas uma triste e pateta Corja de nefastos títeres ao serviço dos interesses do costume, choram-se os CTT, espero que dos bancos dessa firma não nos venham surpresas, queriam privado aí o têm, aguenta e não chora, como diria o célebre arquitecto que dobrava a chicha à força de pau hirto, tragédia anunciada esta dos carteiros, coisa já vista noutros países, é o futuro, queres cartas, vai ao Totta…

Roubei a bola de cristal a uma vizinha que dizem que é bruxa, sendo que a única coisa que advinha é quando o marido vem bêbado, basta-lhe ouvir o carnaval que faz a tentar abrir aporta, ora diz a bola que daqui a cinco ou dez anos vamos estar outra vez a clamar contra incêndios trágicos, esquecidos já estes que hoje ainda parecem estar na memória, culparemos novamente dois ou três pategos, pronto estarão serenadas as consciências, com jogos importantes do campeonato com festivais de música a começar, deixemos as tristezas que as dívidas ficam por pagar, não digam que não avisei.

Continuando a prever, diz-me a bola, de cristal não a do jornal, que disso não gasto, que continuaremos a cagar, muito e sempre mais, e pagaremos com língua de palmo a água que não haverá, os rios imundos, por sermos uns porcos, lá andaremos a correr com camiões cisterna, até um dia que percebemos que não há onde irmos mais buscar, aquilo que precisamos para viver, a água, diz a bola de cristal, que eu disto sei pouco, ou mesmo nada, que eu de água até fujo de a beber.

Diz ainda a bola que o ordenado mínimo é uma tragédia, alvo de tão furiosa discussão, dizem que a economia não aguenta, convém esclarecer os mais desatentos, que esta economia que não aguenta um aumento de UM EURO por dia é a mesma que consegue aguentar vender no ano passado meia dúzia de Ferraris novinhos e folha, mais uns quantos Bentleys, Maseratis, Aston Martins, Lamborguinis, tudo junto dava para o salário passar para muito mais do que aquilo que se discute, não falo sequer em Mercedes nem BMW porque isso é coisa de pobre ao que parece, toda a gente fala muito no “Trabalho”, bem poucos o querem pagar, menos ainda lhe dão a devida importância, isto diz a bola de cristal, que eu de trabalho não percebo peva, até nem gosto tenho por isso.

Temos pois de nos manter todos atentos a este novo futuro que parece não ter tempo para considerar os desejos individuais, é um futuro com agenda própria, não muito diferente dos últimos quinhentos anos, excepto na parte de descobrir a Índia, ou o Brasil, porque a primeira já está descoberta e outros não querem ser descobertos, preferem ser achados, mas eu disso não quero sequer de cuidar, a Índia é dos índios e os do Brasil coitados estão quase extintos, sendo que a Amazónia, um destes dias passa de pulmão a ânus.

Francisco Pereira

 

 

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