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MILITARES, O 25 DE ABRIL E A ASSEMBLEIA DA REPUBLICA

18-04-2014 - Serafim Pinheiro

No meu entendimento, enquanto na Assembleia da Republica for dada voz às minorias e qualquer deputado puder levantar-se e falar livremente, um convite da sua Mesa deve ser correspondido sem pré-condições. Por outro lado julgo que enquanto a Associação 25 de Abril, instituição honrada e de excepcional utilidade pública, estiver de porta aberta a todos os que dela quiserem fazer parte, merece o respeito de todos os cidadãos de Portugal e em especial da Presidente da "Casa da Democracia".

A forma como a participação de militares nas comemorações do quadragésimo aniversário do 25 de Abril na Assembleia da Republica tem sido conduzida não tem sido das melhores e infelizmente parece-me existirem deficiências  em todas as  partes interessadas, chegando a desprestigiantes conclusões.

O que está feito, foi feito e o que está dito está; contudo, este assunto carece de outra solução para que  não se desgrace mais  a Entidade Histórica que foi o Movimento das Forcas Armadas que devolveu a Liberdade a um Povo e a Dignidade a uma Nação, Os sobreviventes das centenas de militares que o encorparam e dos milhões de Portugueses que os apoiaram assim o exigem e a maioria absoluta dos Portugueses tal apreciará.

Lembremo-nos de que qualquer actor que nos últimos 40 anos tem actuado nos diferentes palcos da sociedade usufruindo de liberdade e em nome da democracia  não teria tido essa oportunidade se capitães corajosos não tivessem conseguido convencer os seus homens a pegar em armas e cumprir uma ordem de operações dirigida do Posto de Comando guarnecido na Pontinha, arriscando liberdade e vida pela Liberdade dos seus compatriotas. Lembremo-nos que todos os que cumpriram as ordens e corajosamente evitaram banho de sangue são heróis de Portugal cuja vitória há no próximo dia 25 a oportunidade de comemorar.

Pois que se comemore. Mas, com dignidade.

Compreender-se-á que regimento, segurança e protocolo traçarão limites em comemorações no hemiciclo de S. Bento, mas será sempre possível  escolher os melhores sinais para tais limites de forma a que o que tiver lugar  na Assembleia da Republica não ensombre o que irá acontecer em muitas praças de Portugal.

Daqui e longe, talvez por ver diferente a copa das arvores que vos oferecem sombra, lembrando uma madrugada em que não dormi, não quero deixar de afirmar que os militares do MFA têm que ser convidados para a Assembleia da Republica e que os que forem convidados deveriam honrar o convite.

Quem deveria ser convidado é outra questão.

Na minha opinião ainda há tempo para em tribuna de honra reservar uma cadeira para cada um dos membros sobreviventes da Comissão Coordenadora do Movimento das Forcas Armadas e do Posto de Comando na Pontinha. Na cadeira daqueles que já nos deixaram coloquem um cravo bem vermelho com seus nomes...Em representação dos milhares de oficiais, sargentos e praças que alvoraram e marcharam na madrugada libertadora sentem os actuais Presidentes das 3 Associações Profissionais de Militares que são frutos de Abril como são todos os antigos conselheiros de Estado, da Revolução  e todos os Altos Magistrados e deputados eleitos desde 1974.

Quanto a palavras ou discursos, as cadeiras vazias e os cravos que as ocuparem dirão tudo e falarão por todos.

Há tempo para emendar os erros se a coragem de Abril não emigrou de Portugal.

Malmö, Suécia, 11 de Abril de 2014
Serafim da Silveira Pinheiro

 

 

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