Portugal é o País onde se Consomem mais Calmantes
01-12-2017 - Henrique Pratas
As Mulheres lideram consumo de calmantes num país que é campeão na Europa.
Em Portugal, 10% usam estes medicamentos diariamente, enquanto na Alemanha esse valor fica abaixo do 1% da população.
Portugal continua a ser campeão no consumo de calmantes e são as mulheres quem mais utiliza este tipo de medicamentos: 70% do total de consumidores.
No ano passado, um em cada cinco portugueses adquiriu, pelo menos, uma embalagem de medicamentos para a ansiedade e para a insónia. São quase dois milhões de embalagens vendidas.
As mulheres são as que mais consomem calmantes e, destas, mais de 50% têm entre 55 e 79 anos.
As consequências da toma destes medicamentos (benzodiazepinas – BDZ) são conhecidas e passam pelo risco de dependência, além de alterações da memória, fraturas devido a quedas e até acidentes de viação.
Por isso, vai ser lançada esta segunda-feira uma campanha de sensibilização, dirigida a profissionais de saúde, sobretudo dos cuidados primários (centros de saúde e farmacêuticos), melhor que desenvolvessem ações a montante para evitar que se tomassem tantos calmantes. Provavelmente tomamos tantos calmantes porque temos uma vida fácil com excelentes salários e condições de vida ótimas, onde a ida a um hospital pode custar a vida a um cidadão, despreocupados com o futuro dos nossos filhos, porque já sabemos que assim que acabarem a atividade académica vão diretamente para o desemprego ou em alternativa vão desempenhar outras funções para poderem sobreviver. Deveriam ser sobre as causas que se deviam, em meu entender tomar medidas e não fazer estas ações de cosmética, sim porque não se trata mais do que do que isso. Não atuamos sobre as causas, apenas sabemos fazer campanhas de marketing.
O objetivo é alertar para os riscos da utilização das benzodiazepinas e para a necessidade de suspender ou reduzir a prescrição destes medicamentos, ao mesmo tempo que se defende a opção pelas alternativas terapêuticas não medicamentosas e medicamentosas para o tratamento da ansiedade e da insónia.
“Quando as pessoas todas tiverem conhecimento dos efeitos adversos que estão a correr, das dificuldades que depois existem em suspender estes tratamentos, vão tomar cuidado”, afirmou o coordenador nacional da Estratégia do Medicamento e dos Produtos de Saúde.
Este responsável lembra que as fraturas derivadas de quedas, uma das consequências destes medicamentos, são muito frequentes nos mais idosos e trazem problemas associados.
“Os utentes têm de compreender os riscos que estão a correr e não devem pressionar os seus médicos e farmacêuticos” afirmou.
Na comparação com o resto da Europa, Portugal é o país que mais consome benzodiazepinas: “10% da população usa diariamente estes medicamentos, ao contrário do que acontece na Alemanha, onde não chega a 1%, ou na Holanda, onde são 2%”.
Quanto à distribuição por regiões do país, os Açores é onde se consome mais calmantes (“chega aos 15%” da população), seguem-se as regiões Centro e Norte, com 10% e o Algarve é onde a percentagem é mais baixa: cerca de 4%.
Mais do mesmo, ações de sensibilização que produzem poucos resultados, melhor seria que atuassem sobre as causas que levam os portugueses a consumir benzodiazepinas (calmantes) ou se quiserem antidepressivos.
Henrique Pratas
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