O poder militar chinês aumenta
15-09-2017 - Henrique Pratas
A marinha chinesa modernizou-se e abriu a sua primeira base no estrangeiro. A China inaugurou a sua primeira base militar no estrangeiro, em Djibouti, no “corno de África”, entre o Mar Vermelho e o Golfo de Aden – uma rota essencial para o transporte de petróleo, algo da maior importância para os chineses.
Eles já cooperam em operações navais de combate à pirataria no Golfo de Aden.
A base fica no continente, África, cujo primeiro parceiro comercial é a China. Para além de grandes investimentos chineses em infraestruturas em países africanos (portos, estradas, caminhos de ferro, etc.), há cerca de dez mil empresas chinesas a operar em África, das quais 90% são privadas.
A base naval de Djibouti marca sobretudo o crescimento do poder militar da China.
Há meses, foi posto a navegar o primeiro porta-aviões totalmente construído na China – país que há trinta anos tinha uma Marinha insignificante.
Agora, a Marinha chinesa faz operações conjuntas com a Rússia no mar Báltico, provocando a NATO.
É perigosa esta modernização militar chinesa? Pequim tem reclamado soberania no mar da China meridional, incluindo em ilhas artificiais que ela própria constrói, o que inquieta os países vizinhos e os Estados Unidos. Entretanto, impede a democracia em Hong-Kong e ameaça Taiwan.
O semanário “The Economist” escreve que a extensão do poder marítimo chinês não é necessariamente um facto negativo. Pelo contrário, na opinião deles: “é inteiramente razoável que uma potência económica mundial como a China desempenhe um maior papel a garantir a segurança marítima, da qual depende o comércio global”.
Vamos ver o que o futuro nos reserva e se, se confirma a conclusão do “The Economist”, mas acho perfeitamente natural que os países com a dimensão da China queiram demonstrar o seu poderio económico e militar e deixar de estar sujeito à imposição das regras do jogo que lhes impõem, esquecem-se as outras grandes potências que a China também faz parte desse grupo e se não o aceitam naturalmente vão ter que aceitá-lo de uma forma que não é a desejada por ninguém, mas ninguém gosta de ser desconsiderado, de lhe dar atenção ou de o relegarem para segundo plano, se não entenderam que a China é uma potência mundial de uma forma inteligente, provavelmente os chineses vão ter que lhes provar quem são e o poder que têm.
A meu ver tudo isto é desnecessário porque as coisas podiam ser tratadas de uma outra forma a do diálogo e da diplomacia, mas julgo que já ninguém se quer dar a este trabalho ou sair do seu pedestal e quando assim é muito mal poderão ser as coisas.
Henrique Pratas
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