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A POLÉMICA DOS LIVROS

08-09-2017 - Henrique Pratas

A sociedade portuguesa tem que romper esta anestesia do politicamente correto que nos tenta convencer que até a natureza se muda por decreto.

O Governo português, através do ministro-Adjunto, recomendou a uma editora que retirasse do mercado um livro para crianças dos 4 aos 6 anos.

Porquê? Porque alegadamente, o livro atenta contra a ‘igualdade do género’.

Assim pressionada, a editora, embora recusando as críticas que lhe são feitas, acabou por fazer a vontade ao Governo.

Porquê? A editora não explica. Acatou, porventura para evitar problemas, num país em que o medo parece aprisionar algumas consciências.

Acresce que este livro foi publicado em Julho de 2016. Há mais de um ano. O Governo, ou alguém por ele, contactou a editora nessa altura? Os exercícios propostos que alegadamente contribuem para a desigualdade do género foram objeto de discussão e análise pedagógica conjunta? Ou tudo se resolveu agora, um ano depois, e em 24 horas, porque houve que dar resposta pronta aos ideólogos da igualdade do género?

A dignidade do homem e da mulher são, por natureza, inquestionáveis , e as sociedades devem promover em todos os planos, o reconhecimento efetivo dessa igual dignidade.

Mas o que a ideologia do género nos tenta obrigar a pensar, é que não existem diferenças de atitudes, comportamentos e escolhas entre homens e mulheres. Diferenças que resultam da natureza diferente do sexo masculino e do sexo feminino. Sim, porque há dois sexos; e eles existem desde o início da humanidade. A ideologia do género aspira a mudar a natureza das pessoas e das coisas, não admitindo opinião diferente.

E que é feito da liberdade? Nestes casos, a diversidade e a pluralidade de opiniões já não interessam? Por que razão nos querem conduzir a novas formas de censura e de coação? Imagine-se o coro de protestos, se outro Governo de outra cor política recomendasse, por motivos ideológicos, que um determinado livro fosse banido do mercado.

A sociedade portuguesa tem que romper esta anestesia do politicamente correto que nos tenta convencer que até a natureza se muda por decreto.

Tudo isto é um problema de educação na verdadeira aceção da palavra, não é através das cores dos livros ou dos conteúdos programáticos que se mudam as atitudes e comportamentos das nossas crianças, mas é sobretudo deixá-los crescer de forma livre numa sociedade que se deseja livre com todas as responsabilidades e obrigações inerentes a essas condições.

Como escrevi não é por decreto ou qualquer outro tipo de medida legislativa que se muda o comportamento e as atitudes das nossas crianças, nem dos adultos quanto mais, a mudança faz-se responsabilizando, educando, incutindo valores e princípios, ensinando a pensar, a questionar e por em causa verdades dadas como adquiridas, porque nada é adquirido é sempre um ponto de vista diferente e é a isso que temos que nos habituar, a pensar, utilizar a nossa maça encefálica, desde muito cedo, porque se o fizermos, vamos de certeza absoluta ter uma sociedade mais rica e com valores onde o lugar para os politicamente corretos ou mentecaptos não têm lugar porque não sabem, não podem ou não querem utilizar uma capacidade que nós Humanos, temos que é o de pensar, ter afetos e vivermos em sociedade, ingredientes indispensáveis para que a sociedade que pretendemos construir seja mais saudável e não percamos tempo com coisas que não merecem um segundo sequer da nossa atenção, as PESSOAS, independentemente da idade, sim essas merecem-nos todo o nosso cuidado e respeito. 7

Henrique Pratas

 

 

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