Crimes financeiros aumentam em Portugal

11-08-2017 - Henrique Pratas

A maioria dos processos-crime está relacionada com a oferta de empréstimos e outros serviços financeiros pela Internet e pelo telefone.

O número de participações de ilícitos financeiros ao Ministério Público por parte do Banco de Portugal aumentou mais de 200% entre 2015 e 2016.

Foram 88 as entidades/pessoas envolvidas nas 15 comunicações feitas ao Ministério Público em 2016 no seguimento de suspeitas de atividade financeira ilegal e com fortes indícios criminais, avança o jornal "Público".

Entre estas atividades estão a concessão de empréstimos e a captação de poupanças junto de particulares, que têm vindo a aumentar através da oferta serviços financeiros e empréstimos através do telefone e da Internet – por exemplo, através das redes sociais.

Em 2015, foram feitas 13 participações envolvendo 28 entidades/pessoas e, no conjunto dos dois anos anteriores, um total de seis participações, a envolver 43 pessoas/entidades.

O aumento exponencial nos últimos anos revela uma organização piramidal da atividade financeira ilícita, ou seja, a existência de uma empresa cúpula que controla várias outras entidades que desenvolvem atividade junto dos particulares, oferecendo empréstimos que muitas vezes não se concretizam (mas que as pessoas veem como uma alternativa à banca tradicional).

O mesmo se passa com a captação de poupanças, com a promessa de remuneração elevada.

Muitas das averiguações do Banco de Portugal surgiram na sequência de denúncias de particulares relativas a ofertas feitas nas redes sociais.

E assim vamos vivendo no reino da “Dinamarca”, trafulhice atrás de trafulhice.

Henrique Pratas

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