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Ainda Tancos…..

04-08-2017 - Henrique Pratas

A Secretária-geral de Segurança Interna soube de furto do material de guerra pelos jornais.

Pela cronologia que apresentou, Helena Fazenda soube do furto a 29 de Junho "ao início da tarde", dia em que o Exército divulgou a informação através de comunicado.

A secretária-geral do Sistema de Segurança Interna, Helena Fazenda, admitiu na passada terça-feira, dia 26 de julho, ter sabido do furto de armas pelos jornais, mas garantiu que deu um "nível de preocupação grande".

Numa audição na comissão de Defesa Nacional, no Parlamento, Helena Fazenda desdramatizou esse facto, sublinhando que quer a Polícia Judiciária, quer a Polícia Judiciária Militar iniciaram rapidamente as investigações ao caso.

Helena Fazenda não respondeu diretamente ao deputado do CDS-PP António Carlos Monteiro, que lhe perguntou se não seria exigível um secretário-geral de Segurança Interna saber mais cedo do sucedido.

"Foi o tempo certo? Foi o tempo que tive", afirmou aos deputados da comissão, sem nunca dizer se considerava ou não o necessário para agir.

Pela cronologia que apresentou, Helena Fazenda soube do furto a 29 de Junho "ao início da tarde", dia em que o Exército divulgou a informação através de comunicado.

Nesse dia, tentou falar com o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), general Pina Monteiro, que "estava ausente, em Bruxelas", e só conseguiu entrar em contacto com ele cerca das 24h00 desse dia.

Na altura, descreveu, o furto de material foi tratado com um "nível de preocupação grande" e na reunião participou o CEMGFA.

A primeira reunião da Unidade de Coordenação Antiterrorista acontece, segundo afirmou, na tarde do dia 30 de Junho, depois de um contacto com a Procuradora-Geral da República.

O encontro aconteceu às 18h30 do dia 30 e, passada uma hora e meia, a procuradora que desempenha o cargo de secretária-geral do Sistema de Informação informou do sucedido o primeiro-ministro, António Costa.

Nessa altura, já todos os membros Unidade de Coordenação Antiterrorista (UCAT) tinham concordado, segundo afirmou Helena Fazenda, que não seria necessário alterar o nível de alerta do país, que era considerado moderado.

Esta avaliação é feita pelos Serviços de Informações e Segurança (SIS), que tem assento na Unidade de Coordenação Antiterrorismo, sublinhou, por várias vezes, a responsável pelo segurança interna.

A UCAT é, de acordo com a Lei de Segurança Interna, o "órgão de coordenação e partilha de informações, no âmbito do combate ao terrorismo, entre os serviços que a integram".

Neste organismo têm assento os secretários-gerais do Sistema de Segurança Interna e do Sistema de Informações da República Portuguesa, os comandantes-gerais da Guarda Nacional Republicana e da Polícia Marítima, os diretores nacionais da Polícia de Segurança Pública, da Polícia Judiciária e do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e os diretores do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED) e do SIS.

O furto de material de guerra nos paióis nacionais de Tancos, Vila Nova da Barquinha, Santarém, foi divulgado pelo Exército no dia 29 de Junho.

Granadas de mão, granadas foguete anticarro, de gás lacrimogéneo e explosivos estavam entre o material de guerra furtado.

Em 20 de Julho, o ministro da Defesa anunciou que vai fechar definitivamente os paióis nacionais de Tancos devido às dificuldades logísticas de garantir a segurança.

Esta é mais uma peça, triste do que não devia ter acontecido, mas que ocorreu.

Se a Secretária-geral de Segurança Interna, sabe da noticia pelos jornais, eu fico muito apreensivo, porque por este andar os ministros e secretários de estado ficam em casa e sabem o que se passa no País através dos órgãos de comunicação social, o que no meu entender é francamente mau, mas se é para ser assim que seja, já estou por tudo, mas custa-me muito a entender como é que as estruturas orgânicas da administração interna, não conseguiram informar a senhora secretária de estado. É o País que temos, os organismos existem mas não funcionam e os membros do Governo são informados sobre o que acontece no País através dos meios de comunicação social.

Como é do vosso conhecimento, cada meio de comunicação social é um meio de pressão sobre este Governo ou qualquer outro Governo e os seus membros só ficam a saber o que eles querem que se saiba e as coisas a funcionar deste modo, não vão funcionar convenientemente, de certeza absoluta.

Os meios de comunicação social constituem uma força de poder e de contrapoder, consoante lhes dá jeito ou os partidos políticos que se encontram no exercício de funções governativas, querem que as noticias sejam dadas, estamos perante uma situação perfeitamente descontrolada, porque vamos sempre ter duas posições os alinhados e os não alinhados com o Governo e a informação em vez de informar, formar, educar é apenas um instrumento onde o poder politico intervém para poder tirar vantagem da informação que é veiculada, as verdades serão sempre omitidas nós cidadãos comuns, só sabemos uma versão da história que na maior parte dos casos não corresponde à verdade, só sabemos o que querem que nós saibamos, e a isto eu já ouvi chamar liberdade de imprensa.

Talvez a ideia até não seja má os nossos Governantes passarem a ser informados do que acontece no País pelos meios de comunicação social, vai-se poupar muito dinheiro em deslocações, ajudas de custo, despesas de representação, almoços, jantares, lanches, gasolina, trabalho extraordinário dos motoristas, manutenção de viaturas e o resultado é o mesmo, abre-se um inquérito para averiguações, inquéritos estes que não sabemos se são realizados ou não e as suas conclusões raramente são divulgadas, a nós só nos é dado conhecimento da tragédia, do furto, da práticas criminais, os resultados nunca nos são dado a conhecer.

Para o trabalho que fazem e para as medidas que são tomadas até que não discordo que os ministros e secretários de estado tenham conhecimento do que acontece pelo País através dos jornais, assim até as senhoras e os senhores não se cansam tanto, porque isto de andar de um lado para o outro para além de dar muito trabalho, também cansa.

Não há nada como gerir um País à distância ou por outra forma através daquilo que nos é contado, por ajudantes de campo, presidentes de municípios, ou outro tipo quaisquer de “informadores” ou fazedores de opinião, já viram o desgaste a que são poupados os membros do Governo.

Como James Farrel, afirmou “Faz o que eu digo mas não faças o que eu faço. Esta é a verdadeira sabedoria”.

Henrique Pratas

 

 

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