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I - A MANIPULAÇÃO (DES)INFORMATIVA

21-07-2017 - Pedro Pereira

As imagens de guerra permanentemente difundidas na televisão e em outros meios de comunicação social espelham uma realidade modelada de acordo com os seus emissores, de forma a «agarrar» audiências.

Como a violência suscita violência, a «indústria» da comunicação aproveita - com proveito - essa propaganda gratuita, convertendo a violência em espetáculo de massas e em objeto de consumo.

Desta forma, já não é necessário que os fins justifiquem os meios.

De ora avante, os meios de comunicação justificam os fins de um sistema de poder que impõe os seus valores à escala planetária.

Os meios de comunicação social dominantes são detidos por poucas mãos, que, regra geral at uam ao serviço de um sistema que reduz as relações humanas à interdependência e ao medo mútuo.

Porém, ao mesmo tempo, nos últimos anos a Internet abriu imprevistas oportunidades de modos e formas de informação, opinião e expressão alternativos.

Através dela circulam diariamente milhões de mensagens e milhões de vozes que, felizmente, na sua maior parte não são ecos dos poderes políticos.

Assim, a Internet assume-se, hoje, como um novo espaço de liberdade de comunicação, mas também de comércio.

No planeta virtual não se corre o perigo de encontrar alfândegas nem governos opressores. Por sua vez, a informação é recolhida e selecionada de acordo com o livre arbítrio do internauta.

Refira-se, para que tal seja possível, em torno do nosso planeta gira um anel de satélites repletos de palavras e imagens que lhes chegam da terra e à terra regressam. À velocidade da luz são emitidas mensagens, só possíveis graças aos milhares de toneladas de equipamentos que circulam em órbita desde há cerca de cinquenta anos.

Neste contexto, os mais afortunados membros da sociedade mediática podem desfrutar as suas férias na praia atender o telemóvel, receber correio eletrónico, devolver as chamadas, fazer compras por computador, divertir-se com videojogos ou com televisão portátil entre outras atividades.

A cibercomunidade encontra refúgio contra a realidade que a cerca, na realidade virtual através das redes sociais, enquanto as cidades tendem a converter-se em imensos desertos cheios de gente onde cada indivíduo se encerra dentro da sua própria «cápsula», graças a essa que é a «indústria» mais dinâmica da economia mundial, a qual vende as chaves que abrem as portas à Nova Era da História da Humanidade.

Atente-se, no entanto, que o acesso a esta autoestrada da informação é um «privilégio» exclusivo dos países desenvolvidos, onde se encontram noventa e cinco por cento dos usuários.

O controlo do ciberespaço depende das linhas telefónicas, dos cabos de fibra ótica e das ligações satélite. Desta forma se entende que a onda de privatizações em alguns países da Europa comunitária, e outros, nos anos mais recentes tenha arrancado os telefones das empresas estatais para entregá-los aos conglomerados multinacionais dos meios de comunicação.

A televisão aberta e por cabo, a indústria do cinema, a imprensa de grande tiragem, as grandes editoras de livros e de discos e as emissoras de rádio de maior alcance, avançam igualmente para o monopólio.

Os meios de difusão universal colocaram nas nuvens o preço da liberdade de expressão: - Cada vez existem mais comentadores políticos, paradoxalmente na razão inversa de quem os vê e os ouve nos tempos que correm.

Os interesses desses meios cruzam-se; numerosos fios atam os impérios da comunicação entre si. Muito embora simulem competir entre eles insultando-se, por vezes, para satisfação do público, na hora da verdade desmontam o cenário, o espetáculo acaba e de forma tranquila continuam a repartir entre si o domínio dos meios de difusão.

Nos tempos que correm ainda há quem afirme que diversidade tecnológica equivale a diversidade democrática. Porém, pese embora a tecnologia coloque a imagem, a palavra e a música ao alcance da população como até hoje não ocorreu na História da Humanidade, esta maravilha pode converter-se num logro, caso o monopólio privado termine por impor a ditadura da imagem única, da palavra única e da música única.

Não obstante, as estruturas do poder estão cada vez mais internacionalizadas e resulta difícil distinguir as suas fronteiras.

Neste contexto, é oportuno referir que os Estados Unidos ocupam o centro do sistema nervoso da comunidade de informação contemporânea.

(continua no próximo número)

Pedro Pereira

 

 

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