JÚPITER
21-07-2017 - Pedro Barroso
Assunto sempre melindroso. Mas público.
Assunto que não será vital, talvez, para a paz no mundo. Mas que evidencia mudança de paradigma em curso. E contudo meio secreto, esconso, esdrúxulo e sempre controverso.
Mas. Porém. Todavia. Para mim, bastante claro...
...
A criação humana não é uma indústria; não se procria de prateleira; não se encomenda vida numa fábrica; não se ilude o destino, o acto, a plenitude do enlace e do desejo. Nem se tergiversam presença e responsabilidades mate rnais com quaisquer exércitos de cuidativas amas e funcionários, por muito competentes e carinhosos que sejam.
O acto - natural, impulsivo, belo e emocional - de envolvimento entre um homem e uma mulher é insubstituível. Faz parte. Já sei - quase se tem de pedir desculpa de dizer isto hoje em dia. Mas assim foi construído o Mundo.
Se não sabe, não consegue, ou não quer fazer, muito bem; não faça. Adopte. E seja com isso o mais feliz que lhe for possível.
Nihil obstat.
Serei talvez antigo. Mas ainda creio que o ADN das pessoas não é apenas um código de barras industrial.
Quero acreditar que implica e traz consigo também memórias e afectos; onde se situam um sítio, uma pátria, um lugar, pessoas, proveniências, ternuras, história emocional e padrões.
Coisas inelutáveis que nos antecipam, antecedem e determinam.
Assim entendo o enlace, o amor, o erotismo e o desejo.
Será muito difícil um dia, justificar uma ausência tão plena, tão importante e primordial, num confuso processo de serviços e procedências. Onde, - desculpem-me este meu sentir, decerto demodé - sinto laivos de um novo-riquismo omnipotente.
Que "Alguém" - por mais valiosas que sejam as suas barrigas da perna - por favor, não se julgue Júpiter.
Pedro Barroso
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