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CRETINICES
… ou a arte da estupidez!

23-06-2017 - José Janeiro

Sinceramente não consigo entender. Talvez a culpa seja minha, ou talvez me sinta a mais neste país. Acredito que cretinos existam em todo o lado, há quem diga com graça e para quem acredite nessas coisas (que não é o meu caso, mas resta a anedota) que deus ao criar o mundo decidiu colocar uma pitada de cretinos para nos divertir, mas acabou por despejar o frasco todo.

INCÊNDIOS

A pergunta perante a desgraça foi: “o que falhou?” Confesso que me lembro de ter ouvido nas outras desgraças semelhantes a mesma pergunta e logo de seguida uma imensidão de promessas, soluções e técnicos de todo o lado a mandar bitaites. E ficaram por isso mesmo: PROMESSAS e blá blá!

Mais uma vez o ditado: “depois de casa roubada trancas na porta” ecoou de novo num ápice com PROMESSAS, beijinhos, abraços, lamentos e muito mas muito blá blá.

Vamos responder á pergunta:

  • Falhou, a já velha, usada e gasta falta de aplicação da lei no que diz respeito á floresta, sua ordenação, limpeza e zonas de segurança. Para os mais distraídos a propriedade da floresta apenas 2% é do Estado, 98% é privada, mas não se aplica a lei!
  • Falhou, um sistema, que nunca funcionou, chamado SIRESP, Rede Nacional de Emergência e Segurança, que foi comprado por 500 milhões de euros em 2005, com uma verba 5 vezes superior ao necessário e fornecido por uma empresa do universo BPN e contrato assinado 3 dias depois das eleições que provocaram a queda do governo de Pedro Santana Lopes.
  • Falhou, quando se integra na floresta uma espécie não autóctone, o eucalipto, por interesse de celuloses, sem qualquer ordenamento ou limitação.
  • Falhou, quando se colocam interesses económicos no combate ao incendio como a já gasta opção Força Aérea versus contratos privados, que são caros e operacionalmente limitados.
  • Falhou, quando se olha para a lei conforme o calendário e se despreza a realidade, explico, segundo a lei a época de incêndios começa no dia 1 de Julho, mas a natureza é que manda nestas coisas e não a lei, haverá coisa mais estupida?
  • Falhou, um conjunto de decisões sobre os meios necessários, tais como opções de investimento em meios próprios de combate ao fogo.
  • Falhou, por fim, o que já falha há décadas por inoperância dos decisores e que não aprendem com os erros.

No meio disto tudo, as vozes de demissão fazem-se ouvir, na verdade não acho que a solução se coloque com demissões, porque nada resolvem e porque tudo fica de seguida igual, temos sim que ir ao cerne do problema e responsabilizar quem ao longo das décadas tomou as decisões erradas e que nos levou até aqui. Esses, sejam quem forem, devem ser acusados de homicídio por negligência. São esses os responsáveis porque esta situação, já velha de décadas e nunca houve coragem política para acabar com ela, apesar das desgraças serem recorrentes. Que interesses se movem que acaba por ficar tudo como dantes?

Neste entretanto ouvimos “especialistas” em tudo e nada a debitar bitaites, o que me surpreende é que exista tanto especialista que sabe como fazer tudo e se continue a assistir a estas desgraças, sem fazer nada.

Vejamos o que se vai passar a seguir, até posso imaginar: cria-se uma comissão para analisar o problema, não se entendem porque todos são doutores e professores e querem fazer prevalecer a sua sapiência a régua e esquadro, sem ouvirem o pessoal do terreno, esta comissão, como tantas outras reúne-se 2 ou 3 vezes para justificar a comissão, emite uma relatório de 800 páginas porque só a metro se resolvem as coisas e entretanto estamos outra vez no verão de 2018 e começa tudo de novo. Enquanto estas coisas servirem como feira de vaidades para uns quantos teóricos o problema entra em círculo vicioso e dali não sai. Esperemos para ver, mas segundo me lembro sempre foi mais ou menos isto.

É caso para deixar uma mensagem “emocionada” ao Step Rabitt: E o diabo chegou finalmente!

DRONES

Os incidentes repetem-se e a inoperacionalidade também. Essas maquinetas, as usadas para fins de divertimento, são operadas por irresponsáveis criminosos, quiçá “pilotos” frustrados por falta de brevet para as máquinas a serio.

É recorrente os operadores destas maquinetas apenas encontrarem, num país com mais de 92000 km2, um local para as suas habilidades: as finais dos aeroportos. Com tanto espaço disponível neste país só ali estes irresponsáveis acham que as maquinetas devem operar para se sentirem como os grandes.

Vamos às explicações: As finais dos aeroportos são espaços aéreos que compreendem as ladeiras de descida para aterragem final, as aeronaves começam as suas descidas muito antes no chamado ponto de descida que se localiza no momento em que é necessário abandonar a altitude de cruzeiro para proceder a uma aterragem controlada e em segurança, ora a altitude vai sendo cada vez menor até á final curta aonde pode o aparelho estar a alguns pés do ponto de toque na pista. Sabendo-se que a descolagem e a aterragem são os momentos “críticos” do voo, entende-se a importância da manobra em causa.

Pois bem no Porto a final curta situa-se sobre o parque da cidade e a zona industrial, em Lisboa sobre a Ponte 25 de Abril, em Tires sobre Cascais e em Faro sobre o mar, falando da pista mais em uso, normalmente 35 ou nesse quadrante. Ora é aqui nestas áreas que os meninos se entretêm a colocar em risco aeronaves e pessoas.

Entretanto veio a terreiro uma Associação Portuguesa de Aeronaves Não Tripuladas afirmar uma coisa espantosa: “ que o embate de um desses drones com uma aeronave apenas produz danos materiais e não provoca a queda”, segundo um qualquer estudo que gostaria de conhecer o imbeciloide que o fez. Brutal! Nunca vi tamanha cretinice para branquear um problema serio, senão fosse demasiado estupido daria vontade de rir.

Sabemos a preocupação dos aeroportos com as aves e o impacto nos aviões, sabemos a preocupação do impacto de pequenas peças de metal que podem existir nas pistas, sabemos que os motores a reacção “engolem” tudo, porque voam por absorção, compressão e expulsão de ar e ouvimos gente irresponsável branquear a realidade, possivelmente mais preocupado com a proibição do uso das maquinetas do que com a segurança aérea.

O problema é que esta gente vai continuar impune e a fazer das suas até á primeira desgraça a serio, aí vamos ter os habituais lamentos, as habituais demissões, as comissões de estudo com relatórios de 800 páginas e a verificação que como é hábito, que nada se fez para cumprir a lei de forma rígida e eficaz.

PASSOU DESPERCEBIDA

Penso que devido á ocupação exagerada do espaço televisivo pela desgraça dos incêndios em que se repete sempre o mesmo de forma infindável, passou despercebida, digo eu, uma notícia sobre um novo atentado em Paris.

A história é trágico-cómica e conta-se assim: um adorador de virgens do Alá, decidiu tentar a sua sorte de mártir e “atirou” um carro contra outro da polícia, levando no seu interior botijas de gás que por sorte não explodiram, até aqui nada de novo… segundo alguns, já é hábito! Veio então a saber-se que o imbeciloide estava já referenciado pela polícia por ser radical, também já é hábito, dirão vocês, mas inacreditavelmente, sentem-se para não caírem, tinha licença de uso e porte de arma, isso mesmo podia legalmente usar uma arma.

Felizmente apenas o idiota foi ter com as virgens ou sei lá com o diabo que o enrrabará com um daqueles das caldas, mas o ocidente está perdido nas suas leis baseadas em direitos humanos, só que estes tipos NÃO SÃO HUMANOS, nem animais, pois esses têm direitos, mas são COISAS e continuam a ser tratados como gente.

Afinal há cretinos também nos outros países, sinto-me numa ilha rodeado deles por todos os lados!

Até para a semana.

José Janeiro

 

 

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