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IV - CORRENTES ARTÍSTICAS NA 1ª METADE DO SÉCULO XX
O Seu Impacto em Portugal

16-06-2017 - Pedro Pereira

Literatura Modernista

Em 1909, o Manifesto de Marinetti, que vai dar origem ao movimento modernista foi traduzido do Le Figaro, no Diário dos Açores, mas passou despercebido. Entrou em Portugal dessa forma.

Em 25 de Março de 1915 é colocada à venda o 1º número da revista literária luso-brasileira Orpheu, que apresenta como colaboradores, entre outros, Mário de Sá Carneiro, Almada Negreiros e Fernando Pessoa.

O primeiro modernismo apareceu em 1915, através dessa revista; um segundo modernismo surgiu em 1927, em torno da revista Presença e em 9 de Novembro de 1915, João de Barros e João do Rio dão inicio, em Lisboa, à publicação do mensário artístico, literário e social Atlântida. Leonardo Coimbra publica O Pensamento Criacionista; Almada Negreiros dá à estampa, Frisos, Manifesto Anti-Dantas e Por Extenso.

A 26 de Abril de 1916, suicida-se, em Paris, o poeta Mário de Sá-Carneiro, por quem a actriz Maria Matos nutriu uma grande paixão, que nunca foi correspondida.

Em 1917, sai a revista modernistaPortugal Futurista, dirigida por Almada Negreiros, um dos principais impulsionadores do Futurismo em Portugal.

A revista foi feita por um conjunto de vários autores que perfilhavam o movimento: Almada Negreiros, Fernando Pessoa, Santa-Rita, Amadeo de Sousa Cardoso e autores estrangeiros.

Neste único número publica a conferência produzida por Almada Negreiros, no Teatro da República, em 14 de Abril de 1917, onde este se assume como o principal manifesto futurista em língua portuguesa, tendo como título: Ultimatum Futurista às Gerações Portuguesas do Século XX.

No entanto, antes destas publicações, outras revistas haviam aparecido em Portugal apresentanto e propondo diferentes abordagens e soluções estéticas e políticas para recuperar o atraso português a este nível, como é o caso de a Nação Portuguesa, de feição conservadora, e a Seara Nova, de tendências mais progressistas e democráticas - dada à estampa em 15 de Outubro de 1921 – cujos representantes são os seguintes: Raul Proença, Jaime Cortesão, António Sérgio, Câmara Reys, Ezequiel de Campos, Aquilino Ribeiro, Augusto Casimiro, Faria de Vasconcelos, Ferreira de Macedo, Azeredo Perdição, Raul Brandão, Aquilino Ribeiro e Azevedo Gomes.

O Primeiro Modernismo – a Revista Orpheu

Os dois números da revista, lançados em Março e Junho de 1915, marcaram a introdução do modernismo em Portugal. Tratava-se de uma revista onde Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros e Fernando Pessoa, entre outros intelectuais menos conhecidos, subordinados às novas estéticas e aos novos temas, publicaram os seus primeiros poemas em contestação à velha ordem literária.

O primeiro número provocou o escândalo e a troça dos críticos, de acordo com os desejos dos autores. O segundo número, que incluiu pinturas futuristas de Santa-Rita Pintor, suscitou as mesmas reacções. Face ao insucesso financeiro, a revista teve de encerrar as suas edições.

Não obstante, não se desfez o movimento organizado em torno da revista. Pelo contrário, a adesão de novos criadores reforçou e passou a desenvolver intensa actividade na denúncia inconformista da crise de consciência intelectual, mascarada pela mediocridade académica e provinciana da produção literária que continuava instalada na cultura portuguesa desde o fim da geração de 70, de que Júlio Dantas (alvo do Manifesto Anti-Dantas,de Almada Negreiros ) constituia um bom exemplo.

O Segundo Modernismo – a revista Presença

A revista Presença, ou « folha de arte e crítica», fundada em 1927, em Coimbra, por Branquinho da Fonseca, João Gaspar Simões e José Régio, não obstante ter passado tempos difíceis, não só financeira como intelectualmente, foi publicada até 1940.

O movimento nascido em torno desta publicação inseriu-se intelectualmente na linha de pensamento e intervenção iniciada com o movimento Orpheu, que acabou por integrar. Continuou a luta pela crítica livre contra o academismo literário e, inspirados na psicanálise de Freud, os seus intelectuais bateram-se pelo primado do individual sobre o colectivo, do psicológico sobre o social, da intuição sobre a razão.

Além da produção nacional, a presença divulgou também textos de escritores europeus, sobretudo franceses.

Destaque para os escritores do Segundo Modernismo: Miguel Torga, Adolfo Casais Monteiro, Aquilino Ribeiro, Ferreira de Castro, Vitorino Nemésio, Pedro Homem de Mello, Tomás de Figueiredo e Eça Leal.

Pedro Pereira

 

 

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