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A INVEJA

02-06-2017 - Henrique Pratas

Há uns dias atrás escrevi-vos sobre a amizade, hoje lembrei-me e decidi escrever-vos sobre a inveja que é um sentimento muito português e em termos de definição podemos caraterizá-la como:

Inveja ou invídia, é um sentimento de angústia, ou mesmo raiva, perante o que o outro tem e a própria pessoa não tem. Este sentimento gera o desejo de ter exatamente o que a outra pessoa tem (pode ser tanto coisas materiais como qualidades inerentes ao ser).

A inveja pode ser definida como o sentimento de frustração e rancor gerado perante uma vontade não realizada de possuir os atributos ou qualidades de um outro ser, pois aquele que deseja tais virtudes é incapaz de alcançá-la, seja pela incompetência e limitação física, seja pela intelectual. Além disso, pode ser considerada um sintoma em certos transtornos de personalidade, como na Síndrome de Borderline, no Transtorno de Personalidade Passivo-Agressiva e no Transtorno de Personalidade Narcisista.

A inveja é um dos sete pecados capitais na tradição católica (CIC, n. 1866).

Inveja é a última palavra de Os Lusíadas de Camões.

É comumente associada à cor verde, como na expressão "verde de inveja". A frase "monstro de olhos esverdeados" (green-eyed monster, em inglês) refere-se a um indivíduo que é motivado pela inveja. A expressão é retirada de uma frase de Otelo de Shakespeare.

A inveja também é um personagem do anime/mangá Fullmetal Alchemist, que possui cabelos verdes/negros, e o poder de transformar-se em qualquer objeto.

Napoleão Bonaparte costumava afirmar que "a inveja é um atestado de inferioridade".

De forma sucinta descrevi-vos o que é a inveja que é um sentimento que todos vocês já experimentarem, nós até costumamos afirmar que não podem ver a camisa lavada a um pobre, que até disso têm inveja.

Este sentimento bem português revela-se em muitas situações, exemplificando quando alguém vê que o vizinho ter uma viatura melhor do que a dele, o comentário surge como é que é possível fulano ter aquele carro e assim por diante.

Em meu entender este é um sentimento mesquinho que só demonstra a pequenez que nós somos ao ter este tipo de comportamento, usualmente comenta-se que fulano ganha demais, eu prefiro nivelar por cima em detrimento dos comentários boçais que são feitos, pois eu gostava que aqueles que auferem rendimentos baixos fossem mais bem pagos, vejo as coisas ao contrário.

Este sentimento só ilustra a pequenez que nós somos e a mentalidade tacanha que possuímos é por causa destas e doutras que este País não avança porque se perde muito tempo nestas “avaliações” do que é que tu tens e do que é nós temos, recordo-vos que o sentimento de posse está muitas vezes associado a este sentimento de posse, muitas das vezes alguém é possuidor de um equipamento, ou utensilio e quando alguém se aproxima para o pedir emprestado para o utilizar para resolver qualquer coisa, vem ao de cima o sentimento de posse e a recusa surge, não empresto porque isto é meu.

Devem estar do tempo em que se começaram a formar as Cooperativas, que são um exemplo acabado do que não é viver em sociedade, muitas das Cooperativas acabaram porque os cooperantes não estavam, nem estão ainda nos dias de hoje a m eu ver, habituados a partilhar produtos, problemas, resultados ou equipamentos.

Por estas e por outras não evoluímos, ficamos a marcar passo, regredimos e fazemos aquilo a que eu chamo a “vidinha” pessoal, muito voltada para o nosso umbigo e os horizontes não se alargam, somos como os burros que se colocavam à volta das noras para tirar água, onde se colocavam umas palas ao lado dos olhos para que estes não se distraíssem com o que se passava à sua volta e pudessem dar maior rendimento, assim estão algumas pessoas, têm umas palas ao lado da cara e só conseguem ver em frente onde a vista alcança, a visão periférica não existe, apenas vêm o que lhes deixam ver e o que é mais estranho no meio disto tudo é que estas pessoas não reclamam, provavelmente porque já se habituaram ou não querem correr o risco de ficar surpreendidos com o que poderão ver se lhes alargarem a campo de visão.

Acabei de lhes escrever sobre mais um mal que afeta a sociedade em que vivemos e recordando-me dos tempos cinzentos, estamos cada vez mais “orgulhosamente sós” como era prática no passado e nos dias de hoje temos essa possibilidade, não queremos, não podemos ou não nos deixam.

Henrique Pratas

 

 

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