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BATALHA DE LA LYS
DIA DO COMBATENTE
(DERROTA TORNADA VICTÓRIA)

14-04-2017 - Francisco Garcia dos Santos

No passado dia 9 de Abril comemorou-se o 99º aniversário da Batalha de La Lys, ocorrida em 1918 no sector de Ypres, região da Flandres belga, no decurso da Grande Guerra, ou I Guerra Mundial.

Em tal evento participou a 2ª Divisão do Corpo Expedicionário Português com cerca de 20.000 homens, comandado pelo General Manuel Gomes da Costa, que viria a ser o 10º Presidente da República Portuguesa após a Revolução Nacional de 28 de Maio de 1926.

Nas primeiras linhas de tal batalha terão estado cerca de 15.000 homens do Exército Português, os quais não conseguiram suster a ofensiva da 8ª Divisão do 6º Exército germânico, com cerca de 55.000 homens e comandada pelo General Ferdinand von Quast.

Tal ofensiva, denominada de “Georgette”, tinha por objectivo a tomada de Calais e de Boulogne-sur-Mer, e suster o desembarque de tropas americanas na Europa continental.

Apesar de sofrerem uma pesada derrota (a maior após o “desastre” de Alcácer Quibir em 1578), com cerca de 1.341 mortos, 4.626 feridos, 1.932 desaparecidos e 7.440 prisioneiros (os números são controversos), a verdade é que a forte resistência dos soldados portugueses retardou o avanço das tropas alemãs e permitiu a chegada de reforços militares da aliança anglo-francesa, os quais sustiveram a ofensiva alemã.

Nesta batalha surgiu o mítico “soldado milhões”, Aníbal Milhais, de Murça, Valongo, exemplo da heroicidade do militar português, o qual, sozinho, rodeado de mortos e feridos, nas suas trincheiras e progredindo para as alemãs, apenas munido da sua arma e recorrendo a outras abandonadas no campo de batalha, ao longo de 4 dias foi dizimando soldados alemães. Quando foi resgatado por um oficial escocês e entregue ao seu superior português, este ter-lhe-á dito: “Tu és Milhais, mas vales milhões!” -foi o único soldado raso português da Grande Guerra a ser agraciado com o Grande Colar da Ordem Militar da Torre Espada de Valor, Lealdade e Mérito.

Em memória desta batalha (derrota transformada vitória), e do esforço de guerra das tropas portuguesas na I Guerra Mundial, foram erguidos em várias localidades de Portugal vários monumentos em sua honra, sendo que o seu símbolo máximo, o “Soldado Desconhecido”, foi sepultado na Sala do Capítulo do Mosteiro de Santa Maria da Victória na Batalha, contando permanentemente com guarda de honra militar. Sendo que é nesse monumento e Vila da Batalha que anualmente ocorrem cerimónias nacionais evocativas da Batalha de La Lys e do Dia do Combatente, a verdade é que outras, com mais ou menos visibilidade mediática, ocorrem em várias localidades do País, todas promovidas pela Liga dos Combatentes.

Modéstia à parte, como estremocense, considero o Monumento aos Combatentes da Cidade de Estremoz um dos mais belos e expressivos. E no passado dia 9 de Abril tive a grata honra de participar de forma institucional na cerimónia pública de homenagem aos Combatentes Portugueses, não só aos que participaram na I Guerra Mundial, mas também nas Guerras de África de 1961 a 1974 (para alguns Guerra Colonial), a qual, num Conselho de cerca de 14.000 habitantes, contou com uma assistência popular de cerca de 200 pessoas.

A História não pode ser esquecida, pois cada vez que é lembrada (sobretudo em cerimónias públicas), tal significa um relembrar às gerações mais novas da respectiva identidade.


Monumento aos Combatentes da Cidade de Estremoz

Francisco Garcia dos Santos

 

 

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