IN-JUSTIÇA
14-04-2017 - Henrique Pratas
No Noticias do dia 24 de março do corrente ano, o Francisco Pereira, escreveu sobre os Seguros, eu durante este fim-de-semana estiva na Chamusca e ouvi contar uma história real que mais me parece que é ficção e da boa.
No ano de 2011, para aí em setembro, um jovem de nome Gonçalo Neves, que se encontrava parado na berma do passeio foi violentamente abalroado por um camião e ficou bastante mal tratado.
Andou cá de um lado para o outro e recuperação nada, os pais que são pessoas humildes que fazem tudo pelos filhos socorreram-se de uma Clinica em Santiago de Compostela, Espanha, para que o Gonçalo fizesse lá a sua recuperação como vocês sabem isto custa dinheiro, mas pais são pais e venderam tudo o que tinham para que o filho se tratasse sempre à espera de uma decisão judicial sobre a matéria.
O Gonçalo tinha entrado para as forças armadas mais cedo pois carregava o desejo de entrar para a Academia Militar e quando um jovem sonha é bom que faça com que ele se concretize, o que não veio a acontecer pelas razões que lhes invoquei, ficou privado de realizar o seu sonho e desejo pelo trágico acidente que foi vitima.
Os pais esperavam que a sentença fosse lida em 2014, tempo que considero necessário e suficiente para carrear no processo todos os comprovativos e factos pelos quais o mesmo ocorreu, o Juiz que tem em processo em mãos adiou a leitura da mesma para setembro de 2015, o que não veio a acontecer e novamente mandou que se juntassem mais peças processuais empurrando a leitura da mesma para setembro de 2016, chegado a 2016 e quando toda a gente esperava, finalmente que o Juiz decidisse novamente mandou juntar mais elementos aos autos, porque entendeu que o processo não estava convenientemente elaborado.
Decorreram 5 anos e decisão não há e o Gonçalo não pode parar com os tratamentos, os pais já venderam todos os bens os nossos patrícios ribatejanos já se uniram e realizaram vários eventos para angariar fundos para que os tratamentos não parem e o Gonçalo fique um vegetal par o resto da sua vida.
Eu ao ouvir esta história, que as há e muitas espalhadas por este País, interrogo-me sobre a posição do Juiz, será que ele não tem conhecimento que está em jogo a vida de uma pessoa, hoje um homem com 26 anos, isto faz-me muita confusão, em meu entender já deveria estar decidido há muito tempo criando as condições ao Gonçalo para que fosse tratado convenientemente. Não se pode brincar com a vida de um homem desta maneira, ou será que o superior interesse das seguradoras se sobrepõe ao dos sinistrados, muito sinceramente não sei como qualificar esta situação, mas é a justiça que temos ou que não temos.
Está em causa a vida de um homem que já abdicou do seu sonho, que vai viver o resto dos dias da sua vida sabe lá como, os pais não sabem o que fazer mais e que tem o poder de decisão trata estas situações de ânimo leve.
Isto não devia acontecer a mim não me interessa saber quem é que foi o culpado, mas a avaliar pela informação que me foi prestada foi o camião, eu não quero que o motorista do camião seja penalizado, nem pouco mais ou menos o que eu queria é que as Instituições dessem uma resposta em tempo oportuno ou criassem as condições para que o Gonçalo, se tratasse convenientemente.
Convém aqui deixar claro que o Gonçalo não se está a tratar em Alcoitão, porque não há vagas só com cunhas é que se consegue lá entrar.
Mais uma vez constatamos que a Justiça e a Saúde deste País não dão respostas atempadamente, que tristeza, a sorte de uma pessoa é escapar à máquina que supostamente deveria funcionar.
Henrique Pratas
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