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“Peregrinos" é o retrato de quem vai até Fátima a pé

07-04-2017 - Henrique Pratas

O Novo livro da Fundação Francisco Manuel dos Santos será apresentado em direto na Renascença, a 7 de Abril.

João António pisou pela primeira vez o santuário de Fátima com os pés inchados, cobertos de sangue e de terra. Chegou descalço e foi assim que saiu de São João da Pesqueira, a 300 quilómetros. A pele estava tão seca pelo calor e pela exigência do caminho que as gretas deixavam ver a carne ferida. “Tinha muitas, muitas dores.” Exausto, aproximou-se da Capelinha das Aparições, ponto central do recinto, onde está a imagem de Nossa Senhora, e sentiu-se renovado. “Inundou-me uma grande paz. Foi como se tivesse deixado ali o meu sofrimento”, conta o serralheiro, na altura com 33 anos.

João, serralheiro de São João da Pesqueira, caminha descalço há 14 anos pela saúde do filho. Constança e Gonçalo foram preparar-se para o casamento. Marleen foi a Fátima depois de ter feito um aborto. Joaquim vai lá há quase meio século: partiu pela primeira vez em Maio de 1971, meses depois de ter regressado da guerra da Guiné – tinha prometido que se saísse vivo da antiga colónia iria à Cova da Iria a pé.

São histórias reunidas em “Peregrinos”, da autoria das jornalistas Ana Catarina André e Sara Capelo, o novo livro da coleção "Retratos" da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS).

Na origem deste livro de reportagens está uma conversa entre as autoras, uma agnóstica (que nunca fora à Cova da Iria) e uma católica (que já peregrinara), sobre quem são as pessoas que vão a Fátima a pé para cumprir promessas ou agradecer.

“Só em 2016 estiveram no Santuário mais de cinco milhões de fiéis, entre portugueses e estrangeiros. Muitos chegam depois de longas caminhadas. O que os leva a percorrerem centenas de quilómetros a pé?”, acrescentou. “ Peregrinos” será apresentado no dia 7 de Abril, a partir das 16h45, no Auditório da Renascença, em Lisboa, com a presença das autoras, Pedro Diogo, um dos peregrinos retratados, e do padre José Tolentino Mendonça.

A conversa, moderada pelo jornalista José Pedro Frazão, terá direto vídeo no site da Renascença e será também parcialmente transmitida na antena da rádio.

A apresentação tem entrada livre, mas requer inscrição prévia no site da FFMS. As primeiras 50 inscrições receberão um exemplar de “ Peregrinos”.

Julgo ainda não ter escrito sobre religião, porque é uma matéria muita sensível e eu respeito as diferentes crenças de cada um de vocês. Eu estou perfeitamente à vontade para lhes escrever sobre esta matéria porque percorri todas as etapas até à comunhão solene e ao crisma, mas vi coisas que não gostei e afastei-me não completamente, porque creio em algo que não a Igreja. Esta última faz tudo menos o que se contra consagrado na Bíblia e foi esta que me levou a afastar da Igreja porque tudo o que lá acontece, nada tem a ver com o que se encontra consagrado, nesse documento e a maior parte das pessoas que vão há Igreja, vão porque fica bem e depois nos restantes dias da semana faz tudo ao contrário do se encontra consagrado na Bíblia e como já vos referenciei, detesto hipocrisias, como não era capaz de cumprir com o que se encontra lá consagrado e a prática daqueles que enveredaram por uma vida dedicada ao fazer bem aos outros, em ser solidário, ser amigo e estar presente nas horas em que mais necessitamos, não vale a pena pertencer a um grupo onde grassa a hipocrisia e os valores consagrados na Bíblia são completamente abandonados, mas existem sempre honrosas exceções mas na generalidade é assim, como lhes descrevo.

Como se recordam nos tempos dos anos 60 assisti a padres que estavam a exercer as sujas funções enquanto a sua qualificação mas tinha sempre uma senhora que habitava na mesma casa, diziam eles para lhes fazer as limpezas, para cuidar da casa, da sua roupa e de tudo o que dizia respeito à lide caseira. Um belo dia a senhora apareceu grávida e de certeza que não por obra e graça do espirito santo, aí senti que estava cada vez mais longe daquilo que achava correto e que eu não conseguia cumprir, porque gosto de coerência e não a conseguia manter face aos acontecimentos que ocorriam na Igreja e ao seu redor.

Abandonei este ambiente mas não deixei de ser crente à minha maneira, porque temos fase na nossa vida em que necessitamos de acreditar em algo para que nos dê força para nos podermos manter à tona de água.

O que neste momento está a ocorrer em Fátima, com a vinda do Papa a Portugal no dia 13 de maio de 2017 é perfeitamente inqualificável, é negócio puro e duro e tanto quanto me recordo a avareza, a gila são pecados capitais consagrados na Bíblia que não se devem cometer, mas a realidade é outra.

Assistimos, lamentavelmente a um negócio que se instalou em Fátima a propósito da vinda do Santo Padre, já vi anúncios a alugar quartos por 5.000 €, sacos cama por 1.000 € e viagens de deslocação a Fátima através de empresas de transporte de passageiros por 1.000 €, o que é isto meus senhores senão negócio e para mais não passam recibo ou fatura recibo e o Estado que também vai estar presente no evento fecha os olhos a todos estes factos e eu questiono como é que possível, fico perfeitamente indignado porque isto não é fé é uma outra coisa que podia designar por exploração.

Estão recordados que a Igreja na Idade Média cometeu as maiores atrocidades relativamente a algumas populações, com o espirito de as converter ao cristianismo, esta máxima levou a que a Igreja cometesse os maiores crimes que alguns dos Papas já manifestaram arrependimento, mas não alteram os procedimentos. Uma coisa que gostava de fazer era ir ao Vaticano e consultar todos os documentos que por lá existem, certamente que não me mostrariam todos, porque como sabem existe uma forte ligação entre a máfia italiana e o Vaticano.

Reprovo o que está a acontecer e entendo que constitui mais um facto para distrair os portugueses daquilo que é essencial, todavia não deixo de ir a Fátima nos dias em que há poucas pessoas, porque gosto de me sentar nos bancos de pedra e ouvir o barulho do silêncio que se faz sentir, lava-me a alma e quanto a praticar o bem cá vou porfiando em fazer o melhor que sei e que posso.

Henrique Pratas

 

 

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