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POPULISMOS

17-03-2017 - Francisco Pereira

Começo por dizer, que não tenho a mínima estima, excepto aquela a que estou obrigado por respeito a outro ser humano, pelo senhor Nogueira Pinto, cruzei-me com ele duas vezes em contexto académico, a impressão que já tinha, só se aclarou. Não tenho pachorra para rapaziada que parou no tempo, nem para gente que quer reeditar o passado, como se por um passe de magia as coisas resultassem diferentes.

No entanto, reconheço o mérito académico, a obra interessante e mais que tudo, duvido que a recíproca fosse verdade, defendo a liberdade democrática que lhe assiste em dizer todas as baboseiras que entender dizer, repudio a atitude nefasta da esquerdeirola pateta que quis obstar à conferência que o homem iria proferir.

A talho de foice, aproveito o ensejo para discorrer sobre o populismo, há tempos que ando a mastigar esta coisa do “populismo”, uma invenção recente, justamente posta a circular pelo rebotalho politiqueiro, instalado, aqueles que fazem parte do conhecido “sistema”, entidade quase mistíca que mais não é que a arte de bem encher os bolsos à conta dos borregos pategos.

Os instalados no poder, não perdoam aos que assaltam a cadeira, daí rotularem estes últimos de populistas, porque os populistas quer os de direita quer os de esquerda, tomam como deles o sentimento popular, coisa que os instalados nem sequer fazem ideia do que seja.

No jornal Público, vinha um bom artigo sobre o tema, citando a frase que considero a súmula daquilo que é o populismo, diz o autor do artigo; …Um populista não vira um povo contra outro povo; vira uma parte do povo contra outra parte…

Ora aí está, na prática os ditos “populistas” são exactamente iguais aos que se dizem não populistas, a única coisa que muda é o método, pois os “populistas” apelam directamente à cisão e ao conflito, exacerbam o “Nós contra Eles”, enquanto que os que se dizem não populistas, fazem o mesmo mas são mais subtis, porque falam sempre no todo, esforçam-se por promover a ideia da congregação de vontades, é vulgar ouvirmos as frases; “o Presidente de todos os portugueses”, “o primeiro-ministro de todos os portugueses”, mas depois, à sorrelfa, encapotados pela aura da Democracia, privilegiam os amigos, as clientelas partidárias e a família em detrimento de todos os outros, porque eles estão no Poder e os outros não.

A diferença entre ser populista e não o ser, é apenas o modelo do espectáculo, são apenas as entrelinhas, porque na realidade populistas são todos, todos prometem o que nunca farão, todos se desdizem no segundo imediato e todos mentem descaradamente.

Resumindo, “o populismo”, é uma, mais uma, patranha, criada pelas elites políticas, para menosprezar os aspirantes a políticos não oriundos dessa casta, que com discursos mais ou menos radicais tentam cativar eleitores, patranha depois evocada até à exaustão pelos meios de comunicação subservientes e pagos pelas elites políticas ou controladas por grupos ligados a essas elites, patranha que entrou no léxico do pateta comum, que sempre que lhe dizem que fulano ou sicrano é populista, mesmo sem analisar o discurso, qual papagaio debita a baboseira como se fosse a maior das verdades.

Detectar um populista é extremamente fácil, quando falam muito no “Povo”, ou atacam franjas da sociedade temos um populista, quando prometem mundos e fundos, quando promovem o seu egocentrismo narcisista até à exaustão, temos um populista, se fosse ainda do reino dos vivos, Pinheiro de Azevedo diria “ bardamerda o populista”.

P.S. – No que concerne à conferência cancelada do senhor Pinto, o correcto é o homem ter a liberdade de falar o que quiser. Quanto aos esquerdelhos que impediram a conferência e aos direitolas que a aproveitaram para promoverem cretinices, a cura era uma boa dose de pau de marmeleiro pelo lombo.

Francisco Pereira

 

 

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