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A retirada dos dez mil…milhões

03-03-2017 - Francisco Pereira

Há uns bons anos, aí por 401 AC, um mercenário grego, futuro filósofo e historiador, de seu nome Xenofonte, um dos líderes de um grupo de 10 mil mercenários gregos, ao serviço de Ciro “O Jovem”, pretendente ao trono do império Persa, depois de uma batalha, encetaram umas retirada de regresso à sua Grécia natal, num episódio que ficou para os anais da História como “A retirada dos dez mil”, relatada na obra de Xenofonte “Anábase”, se puderem leiam, sempre é mais divertido que ler jornais portugueses, cheio de patranhas.

Este intróito, serve para utilizar a retirada dos dez mil mercenários, como analogia, pobrezinha mas enfim, à retirada dos 10 mil milhões que escaparam ao fisco nacional.

Um extraordinário historiador português, Vitorino Magalhães Godinho, falecido em 2011, cuja obra está injustamente esquecida, deveria ser lida e consultada por todos os aspirantes a politiqueiro, disse numa entrevista ao jornal Público em 2003, algo que na altura me pareceu estranho, mas com a qual acabei por concordar completamente, “O capitalismo ruiu, como ruiu o estalinismo. Não há mais capitalismo. O que há é uma organização de redes mafiosas que controlam o mundo”.

Ora é apenas à luz desta turba mafiosa, que posso ver a infeliz ocorrência, dos 10 mil milhões fugitivos. Estranho o enjeitar de culpas que o senhor Coelho, anterior chefe da súcia governeira, agora vomita por aí, para quem o quiser ouvir, estranho porque, no capítulo da recolha de louros, o senhor Coelho não dispensa os encómios, já no que toca à muita trampa que a sua pandilha fez, aí o senhor Coelho, já “chuta pra canto”.

Ainda mais risível, quiçá mesmo anedótica foi a atitude da senhora Cristas, essa patética criatura, não se coibiu, naquilo que foi uma, mais uma, excelente demonstração da proverbial falta de vergonha desta gentalha, que nós os portugueses devemos muito ao senhor secretário de Estado Núncio, que fez muito pelo combate à evasão fiscal, ora se este cavalheiro fez muito e deu no que deu, Deus nos livre dos que fizeram pouco ou nada, porque devem ter saído ainda mais milhões.

Espanta-me pois que uma máquina fiscal tão bem oleada, há quem diga que é a única coisa que funciona bem neste país medíocre, dizia eu, que estou espantado, com essa poderosa máquina, tão lesta a catar todos os tostões possíveis ais pobres, tão lesta a penhorar penicos e vibradores, tão lesta a esbanjar para cobrar dívidas de cêntimos, tenha deixado passar, por debaixo dos seus bigodes, tanta massa, neste caso, 10 mil milhões, há algo nesta história que não bate certo.

O patético do ex secretário de estado o senhor Núncio, veio à pressa demitir-se dos cargos que detinha lá no partidelho, assumindo a responsabilidade, veio juntar ainda mais baboseiras às que já tinha feito. Nós não precisamos de apuramento de responsabilidades, ou antes até precisamos, de maneira a que o dinheiro possa ser cobrado, solidariamente os senhores do anterior governo deveriam ser todos obrigados a pagar, será que o senhor Núncio e os seus amigos o podem pagar?

Porquê todas estas mentiras e encenações, porque matar um povo que já está próximo da extinção, li algures que com as actuais projecções demográficas em 2060 seremos só 7 milhões, porquê todo este lixo partidocrata, esta escumalha ruinosa que se pauta quase sempre pelo desempenho miserável, porquê?

Andam ao serviço de quem ou de quê?

Francisco Pereira

 

 

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