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RETICENCIAS

13-01-2017 - José Janeiro

Sempre gostei dos 3 pontinhos por dizerem muito no que fica por dizer.

O CULTO DA PERSONALIDADE...

Vivemos esta semana uma azáfama devido á morte de Mário Soares. As notícias repetiam-se nas televisões, em que todos, os do costume, vieram a terreiro com mensagens pungentes, como se houvesse imortalidade. Sim, é disso que se trata: ninguém é imortal!

Não é meu objectivo criticar a pessoa nem fazer juízos de valor, apenas me arrepia o culto subjacente á morte, em que todos se inspiram para glorificação do que partiu. Multiplicaram-se consensos, no desassossego da falta dele, o consenso, quando não existiu… havendo apenas o interesse de aparecer porque assim deve ser.

Talvez ainda inspirados pela época Natalícia que terminou assistimos a tudo, desde as vozinhas ternas, às recordações contributivas, até a um banqueiro á espera de morrer sem ser condenado, a elogiar a figura. Tudo valeu. Durante dias as notícias deixaram de existir e o mundo parou.

Ficámos em reticências, cansados de ouvir e voltar a ouvir a mesma coisa, com analises atrás de análises repetidas até á exaustão. Sim o homem foi importante, para o bem e para o mal, porque ninguém é perfeito, mas não é imortal, portanto não exagerem…

NUCKS…

Estamos a viver uma histeria colectiva devido à construção em Almaraz de um depósito de resíduos radioactivos. Ele é entrevistas na população que dista 100 kms da central nuclear, ele é problemas com planos de contingência se houver um incidente radiológico, ele é ambientalistas que só desinformam, ele é ministro que se desdobra em declarações que todos querem ouvir, ele é o Presidente dos Bombeiros que diz que não há plano quando existe e diz algo fantástico, como a necessidade de equipamento e que estava preocupado porque os bombeiros das regiões próximas que só saberiam pelo cheiro, UAU! A radioactividade produz cheiro e naquela imaginação fértil, existem fatos de retenção !!!!… enfim desinformação total.

Vamos por partes:

  • Em Vila Velha de Rodão a Portucel polui mais do que a central Nuclear;
  • A área de contingência em caso de acidente em Almaraz é de 30 kms, logo dificilmente atinge os mariconços dos tugas;
  • O armazenamento dos resíduos deve, sublinho, deve, ser o mais próximo possível da central para evitar deslocações de risco;
  • A energia nuclear é barata, limpa (ao nível de emissões para o ambiente, durante o seu processo operativo) e mais eficaz que as palhaçadas das eólicas e das solares;
  • O processo é altamente controlado e os procedimentos muito bem definidos;
  • A água de refrigeração dos reactores em operação normal não liberta qualquer radioactividade e a água é uma barreira natural da radioactividade;
  • A água da “piscina” aonde as fontes radioactivas estão, é ionizada e fica dentro da central sem contacto com o exterior, servindo de barreira quando as fontes radioactivas estão em “armazém” e quando operam serve para produzir o vapor que permite a turbinagem para produção de energia;

Estamos entendidos? Ou querem mais explicações…

Mas o que muita gente desconhece é que no ex-ITN (Instituto Tecnologico Nacional) ali para os lados de Sacavém, existe um reactor experimental, do tempo de Salazar, década de 60 e consequente depósito (em condições deploráveis) de resíduos nucleares. Portanto pelos vistos os alfacinhas em breve vão brilhar no escuro!

Sim, defendo a energia nuclear como fonte eficaz de produção de electricidade. Já visitei nos EUA, perto de Chicago uma central nuclear de última geração.

As centrais actuais, como as que se instalam hoje na Finlândia (país que até há bem pouco tempo era contra) são totalmente seguras e eficazes, são centrais de última geração.

Os acidentes conhecidos, sendo o mais grave produzido no Japão em Fukushima, deveu-se a uma catástrofe natural de dimensões astronómicas, em situações mais normais e tantos sismos houve, nada aconteceu. Os outros bem conhecidos (three milles Island e Chernóbil), foram basicamente falta de manutenção… e a área interditada, foi de 30 kms! Isto provocou um medo irracional nas gentes, potenciado pela falta de informação equilibrada e berros dos intervenientes que á semelhança das religiões, jogam com as pessoas pelo desconhecimento e medo primário…

Mas se existe tanto medo da “radioactividade”, não façam raio X, TAC’s ou Ressonâncias magnéticas, porque tudo utiliza radioactividade e já agora não tomem medicamentos porque as matérias-primas são esterilizadas com recurso ao Cobalto 60, que é um material radioactivo, ganhem juízo…

NOVO BANCO…

Esta é a verdadeira Bomba atómica e não é em Almaraz. As peripécias recentes demonstram a incompetência dos intervenientes e os eventuais jogos de interesse que pautaram também as privatizações do governo anterior.

O engraçado (sem graça nenhuma, claro) é que as propostas existentes implicam que todos nós paguemos para que uns abutres fiquem com o banco que naturalmente tem um património imobiliário muito apetecível e facilmente expurgado da contabilidade do banco, assim também quero.

Fico de boca aberta quando ouço que a necessidade invocada pelo comprador para uma garantia bancaria do Estado seria para prevenir activos que afinal não valessem tanto, por outras palavras, quando tirarmos do banco o fiambre da perna extra (sempre achei estranho aonde está a perna extra do no porco), o Estado ficará coma trampa via garantia. Será difícil ver aonde se quer chegar?

Mas uma nova questão se levanta: mas que raio, afinal o banco foi dividido em mau e bom e está a ser vendido o dito bom então que porra de activos são esses? Alguma coisa está mal contada!...

Sim, sou a favor da NACIONALIZAÇÃO definitiva e mais tarde logo se vê (não é muito prudente o “logo se vê”, mas é melhor que pagar para vender!

Esta vergonha em que isto se transformou está totalmente desajustada do ciclo logico que deveria ter sido o tema BES:

1º prender os responsáveis e penhorar TODOS os bens;

2º expurgar o banco das maleitas e capitalizá-lo com os bens dos responsáveis;

3º nacionalizar

4º rentabilizar

5º vender

Mas como se vê começam pelo telhado e obvio qualquer comprador sabe que a sua posição negocial é forte por essa razão…

Fiquemos por aqui…

Até para a semana!

José Janeiro

 

 

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