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Nada acontece….

30-09-2016 - Henrique Pratas

Regressado de férias esperava que qualquer coisa de substantivo acontecesse na sociedade portuguesa, mas mais uma vez enganei-me.

Apesar de ter estado cerca de duas semanas ausente do País tenho sempre a esperança de encontrar coisas novas quando regresso, porque é isso que acontece quanto me desloco aos outros Países.

Durante a estadia constatei factos que à primeira achei estranho pela regularidade com que se processam, posteriormente entendi e achei que mais uma vez nós é que estamos num caminho diferente e o facto foi de no primeiro dia ter passado dois aviões caças, espaçados mas em trajetórias semelhantes, pensei de imediato como se estivesse em Portugal, são exercícios da força aérea. No dia seguinte a mesma coisa mas a horas diferentes, aí reprimi o meu primeiro pensamento e esperei para ver o que acontecia nos dias seguintes. O mesmo acontecimento repetiu-se diariamente a horas diferentes e com aeronaves diferentes, não tive dívidas eram ações de patrulhamento da costa marítima, tal e qual como fazemos cá.

Independentemente desta “pequena” diferença e dado que apesar de estar alojado num local onde havia TV por cabo, noticias deste País pura e simplesmente não existiam, ainda pensei que fosse descriminação, mas não, como é que podem existir notícias de um local onde nada se passa, só constatei este facto depois de ter regressado.

Fiquei devidamente informado sobre o que se passava no País onde estive mas sobre Portugal vi como fui.

Nós às vezes caímos na tentação fácil de dizer que o País isto e aquilo mas o que é facto é que ao regressar, há medida que estamos a chegar perto dele até ganhamos asas, afinal de contas é o País que nos viu nascer e aquele onde mal ou bem sempre vivemos e escrevo o País é lindo está é muito mal frequentado.

Nos dois primeiros dias apesar de ouvir as notícias para me atualizar, não percebi nada do que diziam ou repetiam coisas de à 15 dias atrás, questionei-me então durante este período de tempo não aconteceu nada de relevante?

Ao terceiro dia e não ao sétimo, comecei a dar conta do que de “importante” tinha ocorrido, O Tribunal de Contas tinha dado autorização para o Ministério da Defesa comprar blindados, acrescento eu é o que nos faz mais falta é desta que vamos invadir uma das ex-colónias. Tomo conhecimento dos episódios que ocorreram na recruta dos militares para a unidade de comandos e quando ouço dizer que foram vitimas de um “golpe de calor” e que os mesmos estavam a desempenhar as atividades de formação delineadas com 42.º de temperatura, tive que voltar a ouvir pois coloquei em causa a minha audição, confirmei-a e de facto era verdade, ouvi todos os factos e acontecimentos que levaram ao falecimento de dois militares e lembrei-me dos tempos em que existia a Guerra Colonial e questiono, atendendo às condições climatéricas, conjugado com a exigência dos exercícios não seria de ter adiado o mesmo para outros dias em que os riscos para a vida humana fossem menores, questiono também quem está na retaguarda para garantir que a vida de nenhum dos candidatos é posta em causa, será que em termos médicos e de equipamentos estarão devidamente apetrechados para atender a circunstâncias destas. Chamo à atenção para um facto que vi os candidatos assinam um contrato onde durante determinado período de tempo não podem sair das fileiras da unidade, depois de terminado o curso, sob pena de terem que indemnizar o Estado, nada mais de ilegal estas cláusulas são nulas, só por imposição de outros métodos se podem obrigar as pessoas a cumprir, como o que querem que façam, isto não é nada de diferente do que se passa em outras organizações do trabalho, então meus senhores onde é que se aplica a Carta dos Direitos Humanos e a sua Defesa, será que é letra morta. O nível de exigência de preparação militar é adequado as nossas necessidades?

Mas as não noticias não param de fluir, no dia seguinte faz-se alarde que um pivô da RTP e simultaneamente escritor, dizem que é eu nunca li nada dele, vai faturar 22 milhões de euros, surgem outras estas mais de cariz orçamental que é o polémica de aumentar o Imposto sobre Imóveis para os detentores de prédios urbanos com um valor superior ainda não definido, ouvindo as explicações quer de um lado quer de outro mais estapafúrdias, de um lado dizem que assim atrai-se o Investimento Estrangeiro, aqui eu questiono mas queremos atrair o Investimento Estrangeiro desta forma, quem compra habitações destes montantes não é para criar riqueza é para habitar e que eu saiba o País não se desenvolve através da venda de bens imóveis, o que que se pretende é aumentar a receita fiscal, o que não e a mesma coisa como sabem do que criar condições para o Investimento Produtivo, que gera riqueza, por outro lado criticam os outros, criam-se desajustamentos fiscais sobrecarregando 1% da população e andamos nisto há seculos.

Para culminar estes “raros” acontecimentos temos a noticia que o ex-primeiro ministro que se tinha comprometido a apresentar o livro de José António Saraiva, quando teve conhecimento do conteúdo do livro solicitou que fosse “ desobrigado”, retenham esta palavra que vos pode ser muito útil em situações que se queiram deixar de fazer algo, a fazer a apresentação do livro.

Mais notícias deste calibre e deste nível são espalhadas aos sete ventos e fazem a abertura dos telejornais e eu pergunto, não temos mais nada de substantivo, somos mesmo pobres de espirito.

Henrique Pratas

 

 

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