A PÁTRIA A TODOS CHAMA. A NAÇÃO SÃO OS PORTUGUESES, SIMPLESMENTE
28-02-2014 - Andrade da Silva
“recordando a história recente, 25 de Abril 74, diz, Dinis de Almeida, capitão de Abril:
A VITÓRIA TEM MUITOS PAIS; A DERROTA É ORFÃ...É um velho ditado que emerge todos os anos à minha mente, por ocasião do 25 ABR74.
Efectivamente, foram TÃO POUCOS os que à hora aprazada tomaram as suas Unidades e cumpriram as suas missões, SEM SABER SE ERAM OS ÚNICOS A FAZÊ-LO e TANTOS os que esperaram pela evolução dos acontecimentos, para decidirem a sua adesão sem riscos, que me é impossível evitar um sentimento de nojo pela colagem impúdica de que muitos hoje se arrogam, fiados no envelhecimento da memória colectiva....
Acrescento que este provérbio se aplica aos dias de hoje e aos de amanhã, razão porque, o temos de ter bem presente, numa situação nacional tão grave, como a actual que corre o risco de persistir por muito tempo, e mesmo de se agravar."
Na sequência da compreensão maioritária dos meus camaradas militares de que, a nossa situação sócio-profissional só encontra adequada solução com a resolução das questões nacionais, e que, também, nos comprometemos a estar atentos, vigilantes e actuantes, regresso ao tema da intervenção que fiz nesta assembleia da AOFA, de 22 de Fevereiro de 2014, com a intenção de que, sobretudo, nos cabe influenciar a Nação, os decisores militares e os nossos camaradas no activo, na escolha dos caminhos que melhor engrandeçam Portugal, sirvam a Nação e honrem a Pátria, e também na mais forte convicção da importância da avaliação do estado a que chegamos, por um dos pilares da Nação- a Instituição Militar - como, em tempos, o ministro da Defesa, Paulo Portas, solenemente declarou, importância primacial que lhe advém por poder cumprir esta tarefa com instrumentos de análise científicos e patrióticos e nunca partidários, posição que é a minha, ao dar este contributo com a máxima preocupação pelos destinos de Portugal e desta nossa/ minha Nação, deste nosso/ meu Povo, sem também nunca esquecer as dificuldades, tamanhas, que a tarefa de salvar Portugal da hecatombe social e da perda da sua independência acarretam. Mas por imperativo categórico irrecusável a MISSÃO-PORTUGAL tem de ser cumprida.
Com este espírito e a mais profunda adesão ao dever militar e de patriota, me dirijo a todos os meus camaradas militares, nestes termos:
Camaradas, nós militares, as nossas organizações representativas, têm de, com sentido de emergência e, acima de tudo, fazerem um estudo de situação sobre as seguintes ameaças a Portugal e aos portugueses:
- a soberania de Portugal, está, actualmente, garantida mesmo ao nível da chamada reserva estratégica? As privatizações são legitimas, legais ou caem no conceito do direito internacional de Odiosas? A saída tão generalizada dos recursos humanos jovens e qualificados não ameaça duplamente a soberania portuguesa pela diminuição do potencial humano e o demográfico?
- a desmilitarização das Forças Armadas consolida ou enfraquece a defesa da soberania Nacional?
- a soberania de Portugal poderá ser, ou mesmo está garantida, ao nível da actual estrutura politica, económica, financeira do euro, com um Portugal que empobrece e cada vez mais se endivida, para pagar juros vergonhosos e imorais a agiotas, deixando as actividades produtivas essenciais de fora, na área da industrialização, agricultura, pescas e mercado interno?
- como se pode garantir a independência e o desenvolvimento de Portugal com a diminuição dos cuidados de saúde, nomeadamente nas Forças Armadas e dos níveis de educação, o que, afectará de um modo grave o potencial estratégico humano, em quantidade e qualidade?
- quais as ameaças, em desenvolvimento e crónicas ( como a corrupção a impunidade de políticos e poderosos que cometem graves crimes contra o património nacional ) ao estado de direito, à democracia e ao Estado social constitucional? Previsão da sua evolução e das consequências, quanto à desagregação social, à paz e mesmo à segurança de cidadãos e bens.
- como é compaginável com a democracia e o estado de direito o empobrecimento forçado de 6 milhões de portugueses, a injustiça fiscal e uma absoluta distorção na redistribuição da riqueza, fazendo de Portugal uma nova Singapura, um Marrocos no Sul da Europa etc?
- há um regular funcionamento das instituições: o governo cumpre as leis e os compromissos que assumiu? O seu comportamento é um garante da consolidação e continuação da democracia? A fiscalização da acção governativa está a ser adequadamente feita pelo Sr. Presidente da República e a Assembleia da República, de acordo com a Constituição da República etc etc?
- o estado social adequado à preservação da dignidade de cidadão dos reformados, desempregados, trabalhadores e outros está garantido, ou estamos a abrir a nova época dos pobres oficiais, nomeadamente, com a bomba social da maior gravidade com os desempregados de longa duração, que ficarão sem emprego e sem nenhuma protecção social a médio prazo?
- qual o papel que cabe à democracia participativa e ao povo na condução dos destinos de Portugal e no modo nacional de superar a actual crise? E que papel deve, pode e como desempenhar?
- a continuação desta situação de crise moral, económica e da austeridade ameaçam ou não a democracia Constitucional?
- a continuação desta desesperante situação para centenas de milhares, milhões de portugueses, pode levar a uma expressão da indignação constitucionalmente protegida a níveis de extrema gravidade. Em tal situação que pode levar à declaração do estado de emergência, previsto Constitucionalmente, como se poderão vir a posicionar as Forças Armadas no respeito pela Constituição e pela integridade do Povo Português e dos seus bens?
Só perante um estudo de situação correcto e perante as responsabilidades morais, nacionais, legais e patrióticas das Forças Armadas é que cabe, para cada cenário, definir as modalidades de acção, avaliando os riscos, os custos, as possibilidades de acção nos vectores da vigilância, informação , ou da acção etc.
Fugir a este método de estudo e actuação das Forças Armadas que foi o de 1910, de 1974 e, de sempre, e privilegiar outros paradigmas estranhos à sua natureza, num situação de emergência Nacional grave, se esta vier a acontecer, num agravamento da actual, poderá ser somar mais resistência à que existe; ou mais ruído ao ruído; ou ajudar a manobras politico-partidárias de terceiros, ou entrar na postura de agitação e propaganda para um fim incerto, ou, ainda, na actuação que caracteriza a politica portuguesa das últimos décadas, ou seja, os governos actuam como lhes aprouver, contra o que se travam dois tipos de luta: uma meramente sindical, e outra do tipo narcisista discursivo, discursatas e mais discursatas, com mais beijinhos a esta e àquela, mas sem nunca se questionarem os fundamentos deste frágil ou mesmo imoral estado, do que resulta ganhos partidários e, ou pessoais para os narcisistas que muito gostam: ou de ficarem com a sua fotografia na história, ou servirem interesses de terceiros, desempenhando papeis que só a eles serve, e nada ousam mudar.
Nesta perspectiva e como resultou deste encontro devemos analisar as condições de vida dos militares e dos quartéis, face ao nosso próprio empobrecimento e desmilitarização das Forças Armadas; mas também devemos usar as aprendizagens militares para fazer o adequado estudo da situação institucional e da situação do país, a fim de se decidirem as modalidades da acção na aérea da vigilância e da actuação, conforme o compromisso assumido.
O Interesse Nacional só pode ser defendido com um projecto Nacional, em que as Forças Armadas, em caso de inultrapassável impasse da sociedade civil, por dever patriótico, ético e moral, com os sábios portugueses livres e críticos, construam, com o POVO, uma alternativa Democrática, Digna e de Desenvolvimento a um Estado que deixe de cumprir as suas funções essenciais, com empobrecimento forçado da população, embora camuflado, por uma acção de propaganda massiva.
Numa emergência nacional, se vier a acontecer, e que nunca pode ser um acontecimento inesperado, a Instituição Militar, os Militares, com os sábios portugueses e o Povo Português, sem nenhuma instrumentalização partidária ou de grupos bem definidos e organizados, têm, como imperativo categórico patriótico, ético e moral, de dar o seu contributo- PÁTRIA, a Portugal, na tripla acção definida neste encontro, e que passa a ser um compromisso, de estarmos : Atentos, Vigilantes e Actuantes, o que, exige um permanente estudo da situação nacional, nos parâmetros referidos e outros para:
A Preservação e Defesa da Independência e Soberania de Portugal
Manter sempre Alta a Dignidade do POVO PORTUGUÊS.
MISSÃO-PÁTRIA que constitui o nosso dever sócio-profissional e patriótico primeiro. Total:
O ALFA E O OMEGA DE QUEM SOMOS E PARA QUE SERVIMOS.
VIVA PORTUGAL, A SUA HISTÓRIA E O HERÓICO POVO PORTUGUÊS, DE SEMPRE!
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