Edição online quinzenal
 
Sábado 4 de Maio de 2024  
Notícias e Opinião do Concelho de Almeirim de Portugal e do Mundo
 

O MILAGRE ECONÓMICO

21-02-2014 - Eduardo Milheiro

Temos ouvido da parte de responsáveis governamentais que estamos perante um milagre económico, fruto do desempenho do governo, mais concretamente referem-se aos ajustamento e reformas feitas.

O ajustamento a que tanto se referem, foi feito à custa do despedimento de cerca de 50 mil funcionários públicos (incluindo os professores), aos cortes nos vencimentos e nas reformas dos aposentados.

Esta teoria dos cortes nas gorduras proposto pelo Primeiro-ministro, na campanha para as últimas eleições legislativas, não passou de Marketing e de aldrabice, pois o que na verdade aconteceu foi que não houve cortes nas gorduras, veja-se o número de consultores contratados pelo governo e os ordenados pagos que têm vindo a público.

Na verdade, o ajustamento foi também feito pelo enorme aumento de impostos - IVA, IRS - e da CES para tirarem mais rendimento aos reformados, não esquecendo o brutal aumento das taxas moderadores no SNS.

Resumindo, o ajustamento foi feito à custa do empobrecimento dos Portugueses. Destruíram a classe média, obrigaram milhares de pequenas e médias empresas a fecharem, levaram o número de desempregados para números inimagináveis, cerca de UM MILHÃO. Acrescentam-se ainda os portugueses que imigraram, cerca de 200 mil. O acesso ao Serviço Nacional de Saúde está cada vez mais selectivo, no ensino, as condições de aprendizagem são cada vez mais difíceis nas Escolas Públicas com menos professores, turmas maiores e um sistema de avaliação cada vez mais confuso, além dos cortes nos vencimentos que só desmotiva os profissionais da sua função.

O que se passa no ensino Universitário é outra vergonha, os estudantes em lugar de terem como prioridade o corte de acesso a muitos jovens ao ensino universitário, onde muitos deixam de estudar por dificuldades económicas, têm como prioridade as praxes com os seus malefícios já demonstrados e provados. Sendo esta a sua válvula de escape para a sua revolta, o mais grave é que tudo acontece com a cumplicidade do governo, governo que deixa sair para o estrangeiro os nosso melhores jovens licenciados que não encontram trabalho em Portugal, que são e serão sempre uma mais-valia no nosso país, e que contribuem com cerca de 46 por cento para as estatísticas do desemprego.

A grande questão deste ajustamento é que este foi feito através do empobrecimento, recuando o País cerca de 10 anos no que diz respeito ao rendimentos das famílias, e esta foi a receita que a Troika nos impôs com a agravante do governo ter ido mais além. E acontece assim, porque não temos moeda própria, pois o crescimento tornou-se impossível com as medidas de austeridade impostas pelo governo. Por outro lado, a crise poderia ser superada com o apoio ao desenvolvimento e criação de riqueza se tivéssemos uma política cambial própria, segundo reputados economistas, todavia, não estaríamos numa situação financeira muito diferente, pois a moeda teria uma desvalorização de cerca de 30 por cento, mas num ponto todos comungam, teríamos menos desemprego, mais desenvolvimento e criação de riqueza, o que significa mais receitas de impostos e menos despesa social e fundamentalmente um país com mais alegria a trabalhar.

Mas como bons filhos e aliados das políticas neo-liberais europeias, este governo tem sido uns executores fiéis da destruição do nosso país.

Uma coisa é certa, hoje devemos mais dinheiro, a economia não arranca, o que aumentou foram as exportações porque os empresários tiveram de procurar outros mercados, mas mesmo assim o grande sector que mais exporta é a GALP, produtos refinados, mas é preciso não esquecer que temos de importar o petróleo que não se trata de produto produzido e transformado em Portugal.

O consumo interno caiu de uma forma drástica. Porém, teve alguma actividade fruto do chumbo do Tribunal Constitucional ao confisco pelo governo do subsídio de férias e de natal dos pensionistas e funcionários públicos.

Há quem diga que vamos levar 20 anos a levantar-nos, não sei se será verdade, o que sei é pela dureza dos números e pelo volume da dívida pública os meus bisnetos ainda vão ter de andar a pagar. É que não vislumbro um crescimento de 3 a 4 por cento ao ano para equilibrar o deficit, nem para pagar juros entre os 3 e os 4 por cento, e quando tiverem vendido tudo o que é do estado (como têm vindo a fazer) pior será.

Felizmente que na Europa já se questiona a moeda única. Assim, espero que no mais curto espaço de tempo possa existir uma União Europeia sem moeda única e que Portugal possa vir a ter a sua soberania financeira que considero fundamental para o nosso desenvolvimento e criação de riqueza e do bem-estar para os cidadãos do meu país.

Eduardo Milheiro

 

 

 Voltar

Subscreva a nossa News Letter
CONTACTOS
COLABORADORES
 
Eduardo Milheiro
Coordenador
Marta Milheiro
   
© O Notícias de Almeirim : All rights reserved - Site optimizado para 1024x768 e Internet Explorer 5.0 ou superior e Google Chrome