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LIBERDADE PRECISA-SE

08-04-2016 - Henrique Pratas

Quem pensa que vive num País livre desengane-se, estamos iguais ou pior do que na época salazarista, ou caetanista.

Se precisarem de ir tratar de algum assunto na Autoridade Tributária se forem como simples cidadãos de plenos direitos saem como entraram, nada resolvido, de se deslocarem a outro organismo público por qualquer motivo o resultado é sempre o mesmo, sem contratarem uma prestação de serviços do mais simples e essencial possível como seja o caso do telefone, querem logo à cabeça um período de fidelização de 36 meses, portanto meus caros os serviços no público ou no privado não são serviços são outra coisa qualquer menos do que isso, note-se que alguns dos organismos há sempre exceções à regra, mas cada vez mais raras é mais fácil encontrar agulha em palheiro.

Para obviar a estes “passeios” indesejados é sempre bom ter uma “cunha” ou então uma “valente cunha”. Isto está de tal maneira que polícias prendem polícias, a corrupção está generalizada e não me refiro apenas ao vil metal, faço menção ao tráfico de influências, até para iniciar funções no mercado de trabalho é necessário, padrinhos, madrinhas, pais, avós ou o raio que os parta, então e o mérito, o profissionalismo, a experiência profissional os conhecimentos adquiridos ao longo de uma vida de trabalho são deitados fora e as pessoas são escolhidas por outros fatores que não os enunciei anteriormente.

Estamos perante uma sociedade que está podre por dentro e por fora, para fazer o saneamento desta situação vai ser precisa muita lixivia, muita água raz e muito esfregão de arame, o ar já fede está irrespirável, voltemo-nos nós para onde voltarmos a porcaria é a mesma.

O que eu acho graça é que no meio destes episódios todos andam organizações a gastar, sim gastar, dinheiro em formação em ética, isto para mim é mais uma forma de despesismo ou as pessoas nascem com ela ou a aprendem nos bancos do ensino básico ou nunca mais lá vão, veja-se por exemplo o primeiro-ministro da Islândia assim que se viu metido num novo escândalo, agora as offshores na Panamá, apresentou de imediato a demissão, isto sim é ética, agora cá eu conheço algumas pessoas que dizem da boca para fora que não aceitam este cargo ou aquele, se o mesmo lhe é oferecido aceitam-no logo de mão beijada, alguns antes de aceitaram até invocam o facto de serem doentes, de não se querem meter em jogos políticos, mas chegada a hora da verdade passas-lhe tudo, isto sim é coerência, verticalidade, princípios, ética e princípios básicos de vida isto que vos acabo de escrever é apenas válido apenas neste País à beira-mar plantado, se olharem para o passado contam-se pelos dedos de uma mão as pessoas que exercem ou exerceram cargos políticos e quando confrontados com escândalos colocaram o lugar à disposição, a culpa morre sempre sozinha, com os contribuintes, destaco os reformados com parcas pensões, os que trabalham por conta de outrem e os desempregados que sofrem na pele a bem sofrer os desmandos e os incompetentes que colocam nas organizações, eles vão para lá não para prestarem um bom serviço, vão sim para serem intermediários de negócios chorudos que se passam nos bastidores e que só muito mais tarde nós, comuns dos mortais vimos a saber.

O que está a acontecer é uma pouca vergonha e já que estamos em ABRIL, supostamente o mês em que a liberdade foi dada o POVO, mês este que alguns arrancam do calendário ainda passados que são 41 anos, volto a escrever se na altura se tivesse acabado com as ervas daninhas, os pega maços e o escalracho de certeza que não vivíamos num País a impunidade é total e o COMPADRIO decide as nossas vidas não vale a pena ser competente, ser profissional, ser zeloso, esmerado, eficiente e eficaz no desempenho das nossas funções pois quem são escolhidos é a mediocridade que é escolhida por outra mediocridade e estes rodeiam-se de gente do mesmo calibre pois se optam por pessoas com as qualificações que eu entendo que deveriam possuir, é uma chatice porque o que querem é que lhes digam que sim a tudo e que entrem nos esquemas dos “favores” já devem ter ouvido bastantes vezes que uma mão lava a outra, é perante esta situação que o País de ABRIL de encontram e o que me irrita solenemente é que estes bandalhos vão comemorar o 25 de abril como se fizessem parte integrante do mesmo e abraçassem os mesmos princípios, esta gentalha presta-se a tudo, o cinismo, a malfeitoria abundam e nesta data que eu recordo como uma data em que se criou uma janela de oportunidade para construirmos um País à séria estamos perante esta desgraçada miséria, andamos ao sabor da corrente, não temos vontade própria e obedecemos a tudo o que nos é pedido nem sequer dizemos um ai, que estranha gente que coabita este País, não generalizo porque há gente muito boa, mas estes são completamente abafados por aqueles que com falinhas mansas se fazerem eleger governam ao contrário daquilo que prometeram aos eleitores.

A liberdade conquistada em ABRIL está posta em causa a todos os níveis, até o de opinião, chegámos a um ponto sem retorno, ou aceitamos o que nos querem impor ou “desenterramos” rapidamente os valores de abril, que estão perfeitamente atuais face à regressão que se verificou na nossa sociedade nestes anos todos.

Henrique Pratas

 

 

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